sexta-feira, 27 de julho de 2012

Batman e Robin

(Batman & Robin, 1997)
Direção: Joel Schumacher 
Atores: George Clooney, Arnold Schwarzenegger, Chris O'Donnell, Uma Thurman, Alicia Silverstone

Houve um momento na história cinematográfica, no espaço e tempo que Batman e Robin foi um bom filme. Mesmo que imediatamente após essa afirmação seja necessário rir pelo absurdo. Porém, é explicável se levarmos em conta a escassez de filmes de super heróis no final da década de noventa. A isso some a grandiosa personagem de Batman e não deixe de considerar um mundo não inteiramente globalizado pela internet. Foi o necessário para torna-se uma referência.

Um novo ator é escalado para viver o homem morcego. George Clooney, que começava o estrelato, foi o único que saiu incólume da produção. Sem ter seu carisma abalado, conseguindo manter uma excelente carreira após o filme.

Se Batman Eternamente era colorido em demasia, não há maneiras de mencionar essa produção sem uma alegoria breve de que para transformar o filme em um carnaval falta somente o samba enredo. Joel Schumacher nunca chegou tão baixo para contar uma história em que tudo é equivocado.

A formula parecia funcional. Um novo ator no papel principal, uma atriz bonita como vilã e um brucutu em decadência para completar a equação. E começa a luta agressiva contra a moral de Batman nas telas.

Primeiro, o figurino. A armadura um tanto visível na versão de Burton perde uso para um uniforme mais estético. Não bastando o close nas nádegas dos garotos enquanto vestem o uniforme, decidiram transformar a roupa com elementos mais humanos. Não é possível compreender a funcionalidade de falsos mamilos em um uniforme.

O roteiro é tão denso que poderia ser feito em casa pelo público. A dominação mundial fica por conta de Senhor Frio que deseja congelar Gotham City. E se une a Hera Venenosa, defensora da causa da natureza.

Como o drama não é suficiente, Alfred está doente e entra em cena sua sobrinha. Alicia Silverstone tentando um fôlego extra além de As Patricinhas de Bervely Hills, seu único filme de sucesso. As coincidências extrapolam o roteiro e em alguns minutos ela não só descobre o segredo de Wayne como se torna Batgirl  e sai distribuindo chutes e pontapés, em um curso relâmpago de artes marciais.

O filme é uma sucessiva série de elementos cômicos involuntários, que provavelmente tem ápice no leilão em que Batman e Robin disputam o amor de Hera Venonosa, culminando no Batcartão. Um cartão de crédito exclusivo do homem morcego. que ainda solta a pérola “não saia da caverna sem ele”.

Os acessórios e objetos desenvolvidos para a dupla são sempre escolhidos na hora certa. Se há um personagem congelado, eles possuem uma arma laser para desfazer. Se Batman está preso em uma árvore viva por Hera Venenosa, basta ativar a Batserra no cinto de utilidades. É compreensível que o herói tenha um arsenal inventivo mas não ao ponto de resolver todas as situações.

O personagem mais deturpado foi Bane. Grande vilão de uma saga – e da terceira parte da trilogia de Nolan – que aqui é um mero capanga de Hera Venenosa. Demonstrando claramente que a ideia era apenas abarrotar o roteiro com referências.

Quem assistiu esse petardo nos cinemas teve a chance de ver a tradução da palavra Cowabanga, dita por Robin quando desce com uma prancha improvisada em um telhado de Gotham, ser modificada para Ah, eu to maluco, bordão vigente na época. Impossível tradução melhor.

Com o passar dos anos que pouco a pouco se percebeu a péssima qualidade da produção e o repúdio a essa péssima sequência. Depois dela, Schumacher demorou para fazer um bom filme como diretor. Provavelmente porque ninguém tinha coragem de contrata-lo após este espetáculo cinematográfico que afundava de uma vez por todas os filmes de super heróis nos cinemas.


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