quinta-feira, 26 de julho de 2012

Batman Eternamente

(Batman Forever, 1995)
Direção: Joel Schumacher
Atores: Val Kilmer, Tommy Lee Jones, Jim Carrey, Nicole Kidman, Chris O'Donnell 

O diretor que tinha feito bom sucesso no primeiro filme, não fez o mesmo satisfatório para a Warner. Tim Burton é colocado apenas no papel de produtor e surge outra releitura do cavaleiro das trevas sem nenhuma agressividade e realismo.

Não é possível compreender esta produção sem inferir que o diálogo com a série sessentista é explicito. Desde a primeira cena em que Batman, prestes a sair da caverna, avisa Alfred que pegará um lanche em um drive thue, a sensação de realismo é execrada.

Convidado a retornar ao seu papel de morcego, Michael Keaton declinou por não gostar dos rumos que a produção tomava. Coube a Val Kilmer vestir o manto em outra interpretação que nada acrescenta a Bruce Wayne. O novo ponto emocional da trama é a personagem de Nicole Kidman, uma psicóloga interessada na figura do herói.

A história de que Coringa matou os pais de Wayne não é mais inferida nesta trama. A origem é rapidamente relembrada mas não o confirma como assassino. Mas não poupa o expectador de assistir a criação de um novo vilão.

A produção se inicia com uma perseguição a Duas Caras que pontua bem seu surgimento. Aproximadamente dois anos antes dos acontecimentos do longa e sem maiores explicações. Cabe ao Charada de Jim Carey apresentar a concepção de sua loucura.

A origem em si não seria um problema, não fosse Jim Carey. Não fosse Joel Schumacher que em arroubo de inteligência estragou duas personagens ao mesmo tempo. Sem conhecer os quadrinhos e sua personagem, Tommy Lee Jones foi orientado pelo diretor para seguir Carey nas filmagens. O resultado são dois vilões frenéticos com muitos gestos exagerados.

Em si, o Charada de Carey não é ruim. Mas exagera no plano diabólico. Um apetrecho que inserido na televisão suga os pensamentos da população de Gotham City. Uma marca de roteiro que evidencia sua época datada. Não há dúvidas que na época imaginavam que no futuro existiriam máquinas assim.

Como produção cinematográfica é um filme melhor que o anterior. Desde que se leve em conta o pastiche cômico que permeia do começo ao fim as cenas cujos desfechos não podem ter sido concebidos para que publico levasse a sério.

Também é a trama que apresenta Robin, que perde seus pais por causa de Duas Caras e tem a sensação de vazio próxima daquela sentida por Bruce Wayne. Mas a dupla dinâmica não estraga a cena porque só aparecem juntos no final do filme. Apontando como seria a continuação.

A direção de Schumacher é espantosamente errada. Transformando Gotham em um cenário ambulante misturado com uma gigantesca festa rave. Não há frame que não contenha ao menos três cores aberrantes em cena. Talvez a concepção da estranheza de uma cidade para o diretor fosse uma que abusasse de elementos sensorais. Hoje não consigo compreender como produziram um filme assim com a intenção de que se levasse a sério a mitologia de Batman. Mas saberíamos que este ainda não era o momento mais baixo.

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