quarta-feira, 28 de outubro de 2009

C.S.I - Crime Scene Investigation, Primeira Temporada

A série que deu origem as análises forenses na televisão


Criada por Anthony E. Zuiker, C.S.I – Crime Scene Investigation estreou em Outubro de 2000, sem muito alarde. Foi uma das diversas séries que começam sua temporada durante a entressafra americana e só deve destaque na temporada seguinte, quando começava a ganhar os merecidos contornos de uma das séries definitivas sobre investigações criminais.

Hoje no extenso mercado de séries americanas, a formula do programa foi, se não copiada, reinventada por diversos outros canais na procura de ter uma série do mesmo estilo em sua programação.

Além das duas séries que saíram desta original, outras séries do gênero, evitando realizar uma cópia, tentaram revitalizar seus criações focando-se em aspectos diferentes dos focados por C.S.I. O resultado é positivo, a série Bones, do canal Fox, embora também estabeleça os mesmos padrões, possui uma maneira bem diferente de resolver os crimes, ainda que apoiado na ciência forense, e foi capaz de criar uma bom enredo para acompanhá-la. Evidente que nem toda série de temáticas parecidas conseguiu alcançar bons resultados.

A primeira temporada de C.S.I, a série original, focada em Las Vegas, Nevada, um dos antros da América de jogos e luxuria, é bastante precisa em sua premissa. Suas personagens são muito bem delimitadas logo de inicio, sem ocorrer a normal ressaca de primeiras temporadas oscilantes. Como modelo padrão de equipe, cada um de seus membros é especialista em uma área e alguns ainda não possuem o distintivo máximo, pois estão em evolução.

Ainda que a personalidade do mais famoso C.S.I, Gil Grissom, pareça mais acessível no início que nas temporadas seguintes, sua transformação, ficando mais sisudo e a parte do mundo possui explicação lógica mas é revelada apenas em próximas temporadas.

Além das personagens, a criação dos efeitos especiais para mostrar com detalhes as cenas dos crimes é outro detalhe a parte. O cuidado é bastante extremo, fazendo recriações de cadáveres que podem assustar um pouco por sua perfeição. Além disso, a série conta com cenas que revelam como ocorreu a morte do episódio. Filmadas por profissionais que criam, a cada episódio, modelos

especiais a cada episódio – dependendo do tipo de morte – para filmar, como se fosse dentro do próprio corpo humano, o que aconteceu nos últimos minutos da vítima.

C.S.I – Crime Scene Investigation foi uma das grandes surpresas para mim esse ano. Em poucos episódios a série consegue engrenar e mantém aquecida até seu fim. Equilibrando bons casos de investigação – normalmente dois a cada episódio, dividindo a narrativa entre duas equipes – sem deixar de focar nos conflitos de cada um e nos atritos que isso gera na própria equipe. Tive uma impressão tão positiva da série, que acompanhei três temporadas seguidas, sem parar.

A abertura da série conta com a canção Who Are You da banda The Who. Uma escolha incrivelmente acertada, tanto pela força da canção como pelo significado dela, a idéia de que os especialistas forenses tem sempre como missão desvendar os crimes. Apesar disso, as cenas da abertura são bem mal montadas, ainda em uma época onde não se dava tanto valor a isso. Só na terceira temporada que a série ganha uma abertura digna, muito bem feita digitalmente, e deixando-a mais apresentável.

Lamentavelmente a série foi lançada no Brasil da maneira mais esdrúxula pela Playarte. Enquanto outras produtoras e distribuidoras lançam as séries com 24 episódios em seis dvds em um box fechado, a Playarte teve a brilhante idéia de lançar três box dedicado a cada temporada. Cada um contem 3 discos, totalizando sete ou nove episódios por box. Levando em conta que cada box, em seu lançamento, tinha o salgado preço de R$129,90, e hoje ainda se encontram por R$59,90 ou R$79,90, é quase um convite para não comprar. No fim, colecionar a série não sai nada barato.

O que a distribuidora ganha com essa palhaçada não me cabe responder, com certeza perde para aqueles que desejam comprar a série, mas optam por comprar outra de seu interesse com um preço mais em conta. Infelizmente o próprio consumidor perde de colecionar uma série ótima pelo seu preço salgado, optando por, ou ver na televisão, alugá-la, ou buscar os episódios via download.

Independente disso, C.S.I é uma das melhores séries da nova safra e merece ser conhecida e admirada. Sua décima temporada está no ar na tevê americana e continua, ainda, dando grande audiência.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Semana em Filmes (18 a 24 de Outubro)


Seu nome, como consta na certidão de nascimento, é Quentin Jerome Tarantino. Mas muitos, ao se referirem ao diretor, ator, produtor e roteirista, trocam o desconhecido nome do meio por um sonoro palavrão. Uma referencia aos próprios roteiros do diretor, repletos de verborragia e palavras agressivas, que também dão o status do significado de Tarantino para o cinema.

Há mais de dez anos seu nome está presente em listas de revistas, especializadas ou não, que apontam o que há de mais quente em Hollywood. Ainda que esse fator seja deveras subjetivo, a carreira de Tarantino merece figurar entre aquelas mais recentes que conquistaram rapidamente o topo. A conquista não é por acaso, mais sim ao seu talento múltiplo que revelou um grande diretor, um roteirista memorável e produtor de outros bons filmes que ganharam status devido ao seu nome aparecer nos créditos.

Uma de suas frases mais famosas é que, ao contrário de diversos diretores que estudaram cinema, Tarantino foi ao cinema. Comprovando que, além dos estudos técnicos, é necessários visualizar a prática em ação. O resultado disso são produções que bebem em diversas fontes, citam diversos filmes, mas ainda assim mantendo sua originalidade. Durante sua filmografia, é possível observar como o diretor trafega entre diversos gêneros prestando homenagens a eles e inserindo sua própria marca em cada um.

Seu marco inicial é a produção independente Cães de Aluguel de 1992, e, desde sua estréia até a produção mais recente, Bastardos Inglórios, são sete filmes dirigidos no total (mais um em que dirigiu um segmento e Sin City onde realiza apenas uma cena) e uma média que beira a excelência.

A segunda coluna Panorama é dedicada ao diretor. Sete produções assistidas de forma retroativa, começando por Bastados Inglórios até Cães de Aluguel. É possível afirmar, após assistir toda sua obra, que ela é consistente, sólida e que os méritos conquistados pelo diretor não são apenas invenção para eleger um diretor que, além de competente, agrada tanto os fãs do cinema arte quanto quem não é tão assíduo no cinema. Tarantino não é só um rostinho bizarro e cool no mundo do entretenimento.





Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards)

Dir. Quentin Tarantino


Os cinéfilos dedicados a acompanharem notícias a respeito de futuras produções, ou mesmo aqueles que escolheram Tarantino como um de seus diretores preferidos, sabem como o famoso filme de guerra do diretor foi um parto longo e demorado.
As notícias são anteriores a produção dupla de Kill Bill, foi boato por muito tempo, até mesmo chegou a ser desacreditada por muitos, devido a perfeição e bloqueios do diretor, até que, um dia, foi anunciado. Foi espantoso que um projeto tão demorado como Bastados estava bem engatilhado e, de fato, seria lançado.
A expectativa em torno do filme era um tanto quanto alta, já que a última interação do diretor no cinema resultou na produção Grindhouse, parceria com Robert Rodriguez que realizava uma homenagem não compreendida pelo público aos filmes de terror B, exibidos em matinês nas décadas passadas.
A narrativa que o consagrou está presente do começo ao fim. Dividida em capítulos, a trama apresenta aos poucos as personagens que serão a chave da história, os Bastardos do título aparecem somente no capítulo três. Muitas cenas são propositadamente longas sem cansar. Destacando os bons diálogos, sempre bem lapidados, e as competentes atuações que não se perdem em momento algum.
A maneira como Tarantino produz seu roteiro é tão peculiar, que defini-lo em poucas linhas é difícil, tanto que muito é descoberto apenas na produção, um fator positivo para diversos elementos surpresas. Para quem desconhece a linha geral da trama, ela centra-se em um grupo especial de soldados, os Bastardos, selecionados para não pouparem nenhum inimigo, matando todos que verem pela frente.
Bastardos Inglórios não é, propriamente, um filme sobre a guerra. É a visão peculiar, e um exercício narrativo fantástico de Quentin Tarantino. Ainda que me considere com bastante aval para analisar sua obra, as referências e homenagens feitas pelo diretor no longa passam longe de meu conhecimento cinematográfico. Assim, com o apoio de leituras, digo que o título da trama foi tirado de outro filme, que um trecho da produção retoma a nouvelle vague francesa, e a trilha que homenageia Ennio Morricone e outras referências que os leitores podem acrescentar se descobrirem.
Sob esse aspecto, Bastardos é o filme mais maduro de Tarantino: compõem-se muito bem com as referências e homenagens externas que o diretor tanto gosta e marca, novamente, seu estilo único em narrar uma história - a maneira não linear, deixando lacunas a serem preenchidas aos poucos, a violência como escape visual ou cômico, verborragia que, as vezes, paralisa a ação pelos seus excessos discursivos, enfim.
Seja no âmbito geral da narrativa, ou como em dois desfechos da trama, a frase “mais Tarantino, impossível” encaixa-se com perfeição.




À Prova de Morte (Death Proof)

Dir. Quentin Tarantino


Em minha análise sobre a primeira parte de Grindhouse – em resumo, o fracasso de Tarantino / Rodriguez dividido em duas produções – cujo primeiro filme, Planeta Terror, foi lançado há alguns meses no Brasil, afirmei que temia pela segunda parte, À Prova de Morte, de Tarantino. Em uma crítica, li que o segundo segmento era pior que o primeiro e, como fã do diretor, lamentei por antecipação. Me sinto obrigado, após ver o filme, a corrigir isso.
Ainda que À Prova de Morte, provavelmente, seja lançado direto em dvd por aqui – mesmo com uma possível estréia para mês que vem – a produção não possui os mesmos aspectos negativos que o de Rodriguez. É possível sentir a sensação tosca e proposital de uma produção B, sem sentir o enfado de um roteiro mal estruturado.
A trama deste seguimento é mais simples, narrando a história de um piloto, dublê de cenas de ação em filmes de corrida, cujo prazer é atropelar mocinhas inocentes. Como pode ser previsto, um grupo de mocinhas – não tão inocentes - resolvem se vingar do tal psicopata.
Intencionalmente o longa mergulha no senso comum dos filmes do gênero, que são divertimento garantido sem cérebro nenhum. Valendo-se dessa máxima, há brincadeiras visuais como defeitos sonoros, cenas que são cortadas erroneamente, como se houvesse um remendo nos rolos originais exibidos no cinema.
A homenagem aos filme B não tira das personagens o espaço para falar sem parar e ainda para que diretor brinque consigo mesmo e faça uma releitura da cena de abertura de Cães de Aluguel – em outra cena verborrágica em que a câmera passeia ao redor da mesa.
Descerebrado, divertido e sem pretensão, À Prova de Morte consegue o que Planeta Terror não conseguiu, emular os filme ruins de suspense e terror que, as vezes, temos o prazer de assistir. Resta a incompreensão de por quê público e crítica negaram a produção.




Kill Bill - Vol. 1 (Kill Bill - Vol. 1)

Dir. Quentin Tarantino


Por questões, obviamente, estratégicas, assisti o par Kill Bill em ordem correta, por que só um idiota levaria ao extremo a idéia de assistir a filmografia do diretor em reverso sem preservar a ordem certa de um filme que contém duas partes.
Se após o primeiro filme de Tarantino suas produções começaram a ganhar maior metragem, Kill Bill se tornaria a maior delas e, também, um projeto audacioso do diretor. Sua produção surgiu do interesse de Uma Thurman em trabalhar novamente com o diretor e, em uma conversa, a idéia surgiu. Foi o suficiente para a mente rápida de Tarantino trabalhar e potencializar um ótimo e grande roteiro. Como a produtora torceu os olhos para metragem do filme, e Tarantino não é o tipo de diretor que aceita ouvir que seu filme será cortado, optou por expandir a trama e lançar em duas partes.
Após 5 anos de jejum, sua obsessões continuam a mesma, a vingança como um dos pratos principais e a violência, aqui bem explícita.
Kill Bill – Vol. 1 é dedicado a homenagear os filmes de Kung Fu, uma das inspirações do diretor. Até mesmo a abertura do filme é um recorte de um filme antigo, que Tarantino é fã e assistiu em sua adolescência, como a roupa amarela usada pela noiva é uma homenagem ao figurino de Bruce Lee em outra produção do gênero.
Desde seu início a ação é quase ininterrupta. Novamente o diretor faz uso de capítulos para narrar sua história e não se apega a linearidade, deixando as melhores partes para o final do filme, sem nenhum problema.
Uma das cenas finais da produção, um dos ápices, a luta com toda a gangue, foi realizada sem efeitos especiais. O que rendeu muito tempo da produção para filmar toda a ação com, digamos, movimentos de verdade, e que dão uma veracidade incrível para uma das cenas mais espetaculares da produção.
No Brasil, o filme demorou para estreiar nos cinemas. Mesmo em uma era um pouco anterior a do download, onde a banda larga ainda não tinha explodido no país, confesso que assisti esse filme primeiro no pc, já com imagem digital, tamanha a demora. E não me arrependi.
Ainda que eu reclame dos subtítulos brasileiros, Kill Bill Vol.1 ganhou um bom subtítulo, o som vibrante da vingança, aludindo a espada usada pela Noiva e fabricada por Hatori Hanzo.




Kill Bill - Vol. 2 (Kill Bill - Vol. 2)

Dir. Quentin Tarantino


Particularmente, não gosto das críticas que contam todo o filme em seu conteúdo. Primeiro, pois, estraga o prazer daquele que ainda não viu o filme. Segundo que acredito que é possível escrever sobre algo, seja filme, livro, ou algo do gênero, sem entregar suas revelações. Cabe a quem escreve ter o cuidado de analisar o objeto de uma maneira que instigue aqueles que ainda não viram e que possa apontar algo mais para quem já viu. Nem sempre apontar o desenlace do filme é necessário para falar sobre ele.
Dito isso, acho uma pena o deslize da Imagem Filmes de colocar na contracapa de Kill Bill – Vol. 2 o nome da protagonista. A quem assistiu apenas o primeiro filme, foi perceptível que o nome da personagem foi ocultado propositadamente com um efeito sonoro. Tanto que a personagem é mais conhecida por uma de suas alcunhas, Mamba Negra ou A Noiva, do que pelo nome original. Assim, fica o registro da burrice da distribuidora em, nas poucas linhas da contra capa, revelar o nome da Noiva. Não é possível que o próprio público descubra isso no filme, como deseja seu realizador?
Kill Bill Vol. 2 tem uma narrativa bem diferente de sua primeira parte. Muitos dizem que esse segundo movimento é dedicado ao western, embora eu não consiga visualizar, de fato, essa homenagem.
Talvez tal comparação se faça pela narrativa mais diluída e pelo duelo óbvio que existe no final. Porém, por conta das seqüências do primeiro filme, sempre achei, e mesmo revendo reafirmei minha opinião, que a segunda parte deve para a primeira.
Evidentemente que estamos assistindo ao desfecho da vingança, mas seu inicio é tão bem executado, que a segunda parte não soa tão brilhante. As lutas são boas, mas não tão exageradas como a grande batalha anterior e acaba fazendo falta.
A narrativa segue a maneira da primeira, dividida em capítulos que não se preocupam com a lineariedade. Até certo momento funciona muito bem – até o treinamento da noiva com o mestre Pai Mei, ainda influenciada pelo fôlego da primeira parte. Depois, e os fãs do Tarantino vão me matar, o filme parece um pouco arrastado. Talvez a expectativa de um final tão grandioso como o do primeiro ato, acabe por quebrar a expectativa em um final anti-climático.




Jackie Brown (Jackie Brown)

Dir. Quentin Tarantino


O terceiro filme de Tarantino é considerado o menos Tarantino de todos. Não que isso, necessariamente, afete a qualidade do trabalho, mas perde-se um dos elementos tradicionais da obra do diretor, dando mais espaço para a trama e sua direção.
Jackie Brown foi o primeiro filme pós o estouro chamado Pulp Fiction e o primeiro cujo argumento não é original de Tarantino, mas sim adaptado de um livro de Elmore Leonard.
Independente de ser uma adaptação, a trama permanece dentro do universo conhecido do diretor. O submundo de roubos, criminosos, drogas, envoltos em uma violência mostrada com primor por suas lentes.
Tarantino traz de volta a cena a famosa atriz dos anos 70, Pam Grier, para viver a personagem do título. Jackie é uma comissária de bordo, que trafica dinheiro para um vendedor de armas. E ao ser abordada por dois policiais é obrigada – ou não – a colaborar com a polícia.
A duração é um pouco excessiva, duas horas e meia, mas a boa edição, que picota a narrativa linear que – adivinhem – divide em capítulos a trama, mostrando também um único acontecimento em diversos pontos de vista, são responsáveis por fortalecerem o filme.
Foi a primeira produção de Tarantino a ser subestimada, talvez pela grande expectativa e por não ser um produto completamente original. Anos depois, com afastamento, é notável sua relevância, não só pela qualidade inerente, mas por observar como um diretor bastante autoral trabalha com o argumento de outras pessoas.




Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp Fiction)

Dir. Quentin Tarantino


Um dos marcos de Tarantino e do cinema americano na década de 90, Pulp Fiction - Tempo de Violência também é cativo em minha memória cinematográfica, sendo uma das principais produções que moldaram meu caráter de cinéfilo e, assim, sendo um de meus filmes preferidos.
O filme, como seria visto em toda carreira de Tarantino, faz alusão a literatura Pulp, um tipo de literatura que surgiu no ínicio do século XX, publicada em papéis vagabundos, de fácil leitura e repleta de histórias envolvendo mafiosos, balas, drogas e sangue a vontade.
Novamente o diretor cria uma abertura memoravel para o cinema, do casal prestes a assaltar um restaurante, e narra três histórias em paralelo, sem se importar com sua sequência cronológica.
Com essa produção, Tarantino aproximou o cinema considerado arte com a forma mais popular de narrar uma história. Elencando, bala após bala, uma série de cenas e falas que se tornaram memoraveis.
Além disso, trouxe de volta John Travolta para o estrelato que, em 1994, estava mais do que esquecido e que, tempos depois, voltaria a fazer escolhas erradas em sua carreira e se afundar novamente.
A potencia dessa produção é tamanha que gerou diversos fãs inveterados, capazes de criar até mesmo respostas para mistérios que o diretor cria no filme, como a famosa mala que brilha ao ser aberta, mas que nunca tem seu conteúdo revelado para o público.
Tarantino também estrela sua produção. A principio seria o traficante de drogas, mas quando inseriu a cena da agulha de adrenalina, decidiu mudar seu papel, pois queria estar atrás das cameras nessa cena.
A produção ganhou o Oscar de melhor roteiro original e a Palma de Ouro em Cannes. É um dos filmes definitivos para o cinema, impossível de não ser assistido. Assista e imite a cena de dança de Mia e Vincent.




Cães de Aluguel (Reservoir Dogs)

Dir. Quentin Tarantino


Em toda arte, há os puristas que sempre consideram a primeira obra de um autor a melhor de todas. Sem ter a percepção de que o mesmo amadurece com o tempo. Evidente que se fossemos escolher apenas duas produções de Tarantino como as melhores, sem dúvida Pulp Fiction - Tempo de Violência e Cães de Aluguel seriam as escolhidas.
Há, em ambas, uma sensação de novidade na produção, em seu excesso de violência, na natureza crua e agressiva de suas personagens, que ainda era pouco visto no cinema na época. Novamente sem sombra de dúvidas, Cães de Aluguel pode ser considerado, ao lado de Pulp Fiction - Tempo de Violência, um dos grandes filmes da década de 90.
Retratando a história de um assalto mal sucedido, o filme apresenta o conflito das personagens após a ação. Seria a primeira produção de Tarantino a consagrar a quebra de lineariedade e a verborragia, muitas vezes cômica, de suas personagens.
A cena de abertura, dos cães do título em uma mesa no bar, além de apresentar uma boa estética, com a câmera circulando-os sem parar, é matadora no diálogo ao analisar a carreira de Madonna. Atingido o ápice na fala de Mr. Brown - Tarantino - que explica o significado por tráz de Like a Virgin. A abertura, por si só, mostra o tom da trama.
Por ser um filme independente e de baixo orçamento, boa parte da produção se passa dentro de um galpão, onde acontecerá a maior parte das cenas e a tensão que aumenta a cada instante. Alguns acréscimos na narrativa, contando por que cada personagem está naquele assalto, também foram inserido na trama.
As qualidades do filme são tantas, que até o estilo das personagens, ladrões usando terno e gravata, seriam copiados por uma geração, e sequenciado pelo diretor em Pulp Fiction - Tempo de Violência.
Como não poderia deixar de ser, também em sua primeira produção as citações e homenagens são muitas. Sempre recorrendo a velhos filmes para capturar nomes, títulos e revigorar com aquilo que seria um dos estilos mais únicos de Hollywood.
Assim como Pulp FIction - Tempo de Violência, é uma produção que, se não vista, precisa obrigatoriamente ser assistida. Ao menos para aqueles que querem conhecer um dos grandes ícones do cinema e um dos marcos da década anterior.



Sete produções assistida em sete dias. A conclusão é máxima. Perdoe-me os mais puristas, mas Quentin “motherfucker” Tarantino é um dos maiores diretores atuais e um dos grandes expoentes que surgiram. Sua obra além de coesa, apresenta uma identidade única impossível de ser copiada. Mesmo que tenham surgido algumas cópias do diretor desde sua estréia.


Todos os filmes do diretor, com a exceção dos dois últimos, estão disponíveis em dvd no Brasil. Infelizmente a qualidade dos discos poderia ser melhor já que trazem excelentes filmes. Cães de Aluguel possui uma boa edição da Flashstar, mas nem se compara com a americana que vem até em uma lata de gasolina. Pulp Fiction – Tempo de Violência nunca saiu com extras, apenas em uma edição mais pelada que mulata no carnaval. Jackie Brown ainda está em full screen, cortando os lados do filme, e Kill Bill, vendida agora em um pacote com ambas as partes, é a edição mais acertada, com alguns extras e uma caixa bonita, apesar das capas em si serem feias (vejam essa vermelha do Vol. 2 que escolha horrível). Para quem ainda não tem Kill Bill e se interessa em comprar, estou vendo em diversos sites por preços bem acessíveis de 24,90 o par ou 12,90 cada.

Recentemente foi anunciado que Tarantino tem planos para um Volume 3 de Kill Bill. Eu perguntaria qual vingança falta para a Noiva, mas tratando-se da mente maluca de Tarantino, pode sair, novamente, algo bom.






Uma Noite no Museu 2 (Night at the Museum: Battle of the Smithsonian)

Dir. Shawn Levy



Nem é preciso dizer que muito do rege Hollywood são as produções que deram boa bilheteria e, assim, ganham uma continuação. Muito menos afirmar que a maioria dessas continuações possuem quase a mesma estrutura narrativa do primeiro filme e, tirando um ou outro conflito, mantém a mesma história e poderia, muito bem, não existir.
A grande graça de Uma Noite no Museu era sua capacidade de criar uma premissa que beira o infantil mas que funciona como um filme bobo de comédia. Faz rir e dá a sensação, após sua exibição, que foi um momento divertido. Ainda mais com Bem Stiller, como sempre, fazendo seu melhor papel... de Ben Stiller.
Foi com bastante relutância que assisti essa continuação, temendo um mais do mesmo que estragasse a história original. Que nos obrigasse a dizer que o primeiro foi legal e o segundo merece ser – bem – esquecido. Por sorte, os roteiristas colocaram um pouco a cabeça para funcionar e nos deram uma idéia um pouco diferente daquela que podíamos esperar.
O vigia noturno Larry agora é um famoso inventor dessa bugigangas que vemos na televisão. Produtos que, normalmente, parecem incríveis mas que não temos coragem de comprar. Em uma visita ao museu, Larry descobre que todos os bonecos de cera serão levados para outro lugar, dando espaço a era digitalizada do museu, onde computadores interativos pretendem chamar mais a atenção do público. Além dos bonecos, o artefato místico que os trazem a vida a noite vai com eles aos galpões do Smithsonian, um complexo de museus situado em Washington.
É nesse cenário que nasce o embate, quando um faraó pretende roubar o tal artefato e trazer seu exército de volta. Fazendo com que Larry vá até a capital salvar seus amigos.
Evidente que não há nada tão novo assim, e não é para se esperar que um argumento coeso e profundo fosse figurar na continuação dessa comédia-pipoca. A boa troca de ambiente, nos apresenta novos personagens históricos, um dos grandes chamarizes e a graça maior do filme.
Mas isso não impede que a trama mergulhe em seu fundo moralizante e busque, quase a todo momento, uma harmonia plena. Afinal, estamos falando de um filme para crianças e adultos.
Estranho é que algumas figuras históricas recém surgidas entendem frases contemporâneas e outras não, provando que os roteiristas não estavam tão atentos assim.
Em uma indústria que sempre se aproveita de uma bilheteria média para mandar logo um número dois para seu público, Uma Noite no Museu 2 se saiu bem. Lembrem-se rapidamente de continuações desnecessárias que compreenderão minhas palavras. Acabo de me lembrar de Legalmente Loira 2 e Velocidade Máxima 2.