quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Final do Ano Em Filmes (27 a 31 de Dezembro)

Com o fim de 2009, fecho a semana hoje mesmo, para fechar um ciclo. Semana que vem a Semana em Filmes ficará estendida por conta disso.

Preparei um especial de 10 filmes para rever que sei que ganharão nota máxima. Os 10 de 2010, portanto, aguardem por dez resenhas especiais de dez grandes produções de diversos gêneros.

Até lá, aguardem a lista de todos os filmes assistidos em 2009, bem como os melhores e piores do ano.

Feliz Ano Novo a Todos.



Lua Nova (New Moon)

Dir. Chris Weitz



Não é necessário confirmar que a continuação da história Crepúsculo mantém os mesmos moldes do primeiro. Dessa vez, o vampiro que pretende ser galã, Edward Cullen, e sua família vão embora da pequena Forks, após um pequeno acidente envolvendo Isabela Swan, sua amada, e seus parentes dentuços.
Assim, boa parte da trama passa sem que muita ação aconteça. No tempo em que a garota Bela, permanece em uma eterna depressão esperando que o vampiro volte aos seus braços.
Se há um elemento que merece um ponto positivo é o lobisomem, Jacob Black. Sua personagem é muito mais carismática do que o vampiro, e funciona bem melhor do com a garota. Porém, tais elementos parecem mais verossímeis no livro que inspirou a trama. Já que se torna bizarro, e gera um leve apelo erótico, um personagem forte, repleto de músculos, que está sem camisa o tempo todo e ainda acha isso normal.
Estranho mesmo são os vampiros. É necessário tanta apatia para interpretar vampiros ou Robert Pattinson não tem talento algum? Se sua personagem já é rasa, sua interpretação conduz ainda mais para isso. Ainda mais com a tal atitude final que ocorre nessa trama.
Até mesmo bons atores como Michael Sheen, de Frost / Nixon e A Rainha está patético como o vampiro Aro, um dos chefes do poderoso clã Volturi. Sua peruca alisada e seus olhos avermelhados destroem qualquer possibilidade de temer aquele vampiro sem rir. De fato, os tais vampiros da saga só parecem amedontradores dentro de seu próprio universo. Dando-nos a impressão de que, qualquer ator que interprete um vampiro, acaba caindo naquele clichê de um personagem com movimentos sutis e leves e acaba entregando uma interpretação de manequim.




Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas (Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas)

Dir. José Alvarenga Jr.


Desde sua terceira temporada, a série Os Normais já apresentava sinais de cansaço. Os bons temas utilizados nas duas primeiras, foram cedendo espaço para cada vez mais apelo sexuais e história que abusavam desse fundo.
Foi assim, também, com o primeiro filme da série, que contava o primeiro encontro de Ruy e Vani, e é assim nesta segunda produção. Noivos a treze anos, Ruy e Vani pretendem apimentar sua relação, como uma maneira de reacender a chama. Resolvem fazer um ménage a trois para resolver seus problemas.
Assim, o casal passa todo o tempo curto do filme atrás de alguém para realizar tão ato e, como é costume, vão se metendo em confusões. Mas as piadas de duplo sentido que antes eram bem afiadas, estão fracas e o apelo erótico continua sendo alto, ainda mais no cinema onde a censura aos palavrões acaba sendo liberado.
É inevitável que anos como as personagens, Luis Fernando Guimarães e Fernanda Torres possuam um bom timming, mas precisam urgentemente de um roteiro melhor, mais elaborado, para poderem mostrar, de fato, seu talento. E não ficarem presos a piadas de segunda categoria cantando canções antigas em karaokês.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Dexter, Quarta Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Um homem dividido entre seu passageiro das sombras e uma família feliz


A cada ano em que acompanhamos a história incrível do serial killer Dexter Morgan, somos pegos de surpresa por um excelente roteiro que é capaz, em apenas 12 episódios, arrebatar a crítica, conquistar a audiência e agradar ao público. Algo que muitas séries com temporadas completas acabam por falhar.

É inegável a dedicação e a excelência desta série, que após quatro anos no ar, consegue sempre manter-se bem amarrada em suas ações, apresentar novos enigmas e desafios para a personagem principal e sempre encontrar saídas que funcionam para sua ambientação.

Desde o primeiro ano, acompanhamos o lado mais sombrio de Dexter, bem como sua humanização, algo que, até então, o próprio achava não existir. A quarta temporada marca bem esse encontro, com suas responsabilidades como pai de família, vivendo em um subúrbio, cercado de vizinhos felizes.

Equilibrando-se entre sua fúria interior e o cuidado dedicado a família, o assassino tenta se adaptar a essa nova constante em sua vida, mas acaba por falhar. Torna-se descuidado, mais lento e isso reflete-se até mesmo em uma cena genial que recria a abertura da série com um Dexter totalmente cansado pela noite mal dormida.

Seu eu interior, que desenvolve-se também na personagem projetada do pai, Harry, é um dos aspectos que dão grande profundidade a narrativa. Todos os conflitos de Dexter são expostos na narrativa em off, direcionada para o público.

Como costume de outras temporadas, um dos focus da policia de Miami são algumas mortes em seqüência, que acabam gerando dúvidas e, possivelmente, serem de um serial killer. Até mesmo esse excesso é justificado pelas personagens que afirmam que, afinal, eles estão em Miami. Dando-nos a entender que a cidade é, de fato, violenta.

A introdução do novo serial killer na série, interpretado por John Lithgow, não poderia ser feita da melhor maneira. Sempre um passo a frente da polícia, Dexter tem conhecimento prévio de sua identidade e torna-se amigo do mesmo, ao ficar impressionado que ele possui uma família e consegue conviver bem com isso.

Pela segunda vez, o assassino tenta um aproximação com outra pessoa, como ocorrera na temporada passada com Miguel Prado. Porém, dessa vez, sua intenção é aprender com Trinity. Compreender como um homem de família pode, também, dar espaço para seu passageiro obscuro.

Quando as pistas sobre o assassino começam a ser reveladas para a polícia de Miami, Dexter usa toda sua habilidade para manipular os fatos e deixar com que a morte do assassino fique em suas mãos.

Impressiona a ousadia de Dexter, de nunca recuar, sempre conseguir inventar estratégias para seguir com seus planos, sejam elas as mentiras mais bem criadas.

Se toda temporada mantém alta qualidade, o ato final é arrebatador. Sela para sempre o destino de Dexter e deixa um gancho incrível para o próximo ano. Se cada vez mais o mundo de Dexter se afunilava, descobrindo novos sentimentos, dessa vez, ele não poderá fugir do destino repleto de sangue que a vida lhe teceu.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Semana em Filmes (20 a 26 de Dezembro)

Frost / Nixon (Frost / Nixon)

Dir. Ron Howard



As produções indicadas ao Oscar nesse ano que passou foram recorde em recontar histórias reais. Frost / Nixon faz parte desse pacote, sendo uma interessante produção que se apega no roteiro, nos diálogos e na boa interpretação de seus atores para o sucesso do filme.
A ação passa-se logo após a renuncia de Nixon à presidência dos Estados Unidos, em que todo o povo americano indignara-se com os atos de seu presidente. Tentando reconquistar seu sucesso na América, o apresentador britânico Nick Frost tenta estabelecer uma série de entrevistas com o ex-presidente, dialogando sobre diversos assuntos, incluindo o escândalo de Watergate. Após muito tempo de espera, muita verba e suor, as tais entrevistas são realizadas.
O filme é feito de maneira semi-documental. Os próprios atores, ao decorrer da trama, vão tecendo depoimentos através de suas personagens, enquanto a ação central acontece.
Frank Langella e Martin Sheen que interpretam, respectivamente, Nixon e Frost, estão incríveis em seus papéis e são responsáveis pelas cenas de maior impacto dramático do longa.
O roteiro, infelizmente, não é perfeito. Há uma sensação nítida de que desde seu inicio a imagem de Nixon é projetada como um presidente, não só polêmico, mas repleto de carga negativa. Talvez os acontecimentos tenham sido dessa maneira, mas é impossível notal que tal carga implícita sobre sua personagem parece proposital para que no final, em seu arrebatamento confessional, a força da imagem seja ainda mais poderosa. Independente disso, suas interpretações, o bom roteiro, e o direção, fazem dessa produção uma das melhores eleitas para concorrer ao último Oscar.




Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)

Dir. Danny Boyle



É incompreensível a estatueta de melhor filme para Quem Quer Ser Um Milionário?. Exceto pelo fato de que a Academia vem tentando arrumar falhas do passado e premiando filmes errados em momentos errados.
Ainda que exista certa força nessa história, é seu apelo exagerado, mostrando a história de um pobre garoto indiano que consegue superar seus problemas e participar do famoso problema, que galgou a estatueta. Como se os americanos percebessem, só agora, os problemas da Índia e quissessem premiar uma boa história de superação, em uma produção formatada para o estilo preferido da academia.
Seu enredo é interessante, funciona bem, alternando momentos entre o jogo para ganhar o premio e o passado do garoto. Mas não possui, nem em seus aspectos técnicos, nada em excepcional que merecesse as indicações que conquistou e o prêmio de melhor filme.
Porém, o filme é baseado em um livro, provavelmente baseado em uma história real. E esses elementos são impossíveis de ser ignorados por uma Academia ainda fechada que nunca preocupa-se de fato em premiar o melhor filme e tem falhado alguns anos quanto a isso.




Milk - A Voz da Igualdade (Milk)

Dir. Gus Van Sant


Sob certo ponto de vista, a bela história de Harvey Milk lutando a favor dos direitos dos homossexuais nos Estados Unidos, mais funciona para mostrar a história de um período, do que se preocupa em contar sua biografia do começo ao fim.
A força de sua história e de suas mudanças como ativista político na cidade de São Francisco, são referencias que devem ser lembradas até hoje. Fazendo-nos refletir como um único homem, defendendo uma causa, pode ter força para lutar contra a máquina e, pouco a pouco, conquistar os seus direitos.
O que Milk e seus companheiros fizeram, em plena década de 1970, é impressionante, e simboliza a força dessa história muito bem conduzida por Gus Van Sant. Senn Penn, que interpreta a figura central, novamente entrega uma interpretação incrível, completamente oposta daquele perturbado pai de família de Sobre Meninos e Lobos de Clint Eastwood.
Sua história defendendo seus direitos e os diretos dos homossexuais é, de fato, uma história poderosa, que dá muitos créditos ao filme. Chega até entristecer que hoje, tais atos não existam mais e que as antigas passeatas a procura de direitos iguais a todos hoje é quase como uma piada de mal gosto.
Milk – A Voz da Igualdade é uma daquelas produções que quebram barreiras de seu preconceito.





O Lutador (The Wrestler)

Dir. Darren Aronofsky



Impossível não sentir uma ponta de revolta ao assistir, finalmente, as produções que concorreram ao Oscar e perceber que esta incrível produção não foi nem selecionada como um dos cinco melhores filmes do ano.
Muito mais do que a tão falada redenção de Mickey Rourke, O Lutador é um filme sensível sobre uma alma destruída que não se preocupa em aproximar o público de sua dor, apenas expõe toda a triste história dessa personagem que é forte o suficiente para arrebatar quem quer que seja.
Randy "Carneiro" Robinson é um famoso lutador de luta livre cujo único sustento, além de fazer bicos, é realizando algumas lutas aproveitando a época onde sua fama era grandiosa. Mas após um desses combates, Randy tem um ataque cardíaco e toda certeza que Randy ganhava nas lutas, são postas em jogo ao observar sua própria fragilidade.
Há um embate doloroso entre aquele lutador aparentemente viril e sua personalidade solitária, agora enfraquecida fisicamente pelo ataque cardíaco. Toda a condução da trama revela as sutilezas dessa personagem, que tenta ao máximo não expor seus pontos de fraqueza mas que, em algum momento, se vê jogado no ringue quase desistindo da própria vida.
A trama se completa com a canção The Wrestler de Bruce Springsteen, estupidamente ignorada pelo Oscar, mas que é belíssima e dá completude a história que a produção apresenta. É um daqueles filmes que, como em uma luta, causam uma sensação de desconforto como se tivéssemos, de fato, levados um soco no rosto
Mais um ponto para Darren Aronofsky e sua carreira excepcional como diretor.




Breve Comentário Sobre As Produções Indicadas Ao Oscar de 2009

Agora que, finalmente, assisti todas as produções significativas do Oscar desse ano que passou. É imprescindível que, mesmo que tardiamente, teça alguns comentários a respeito.

Levando em consideração dos cinco filmes indicados ao prêmio de Melhor Filme: Quem Quer Ser Um Milionário?, O Leitor, O Curioso Caso de Bejamin Button, Frost / Nixon e Milk - A Voz da Igualdade, devo afirmar que as duas melhores produções são, sem dúvida Frost / Nixon e Milk - A Voz da Igualdade.

Frost / Nixon conduz melhor sua narrativa, trabalha melhor os diálogos, e assim teria um nível técnico mais apurado que Milk - A Voz da Igualdade, cujo brilho se dá muito pelo poder da história narrada.

Quem Quer Ser Um Milionário?, O Leitor e O Curioso Caso de Benjamim Button são três produções que não deveriam estar nessa lista, dando espaço para filmes que foram esquecidos pela academia como o próprio O Lutador. Gran Torino, de Clint Eastwood e até mesmo Batman - O Cavaleiro das Trevas, que por sua magnitude, não só de produção, mas também de interpretações e roteiro, poderia muito bem receber uma indicação.

É lamentável que esse ano tenha sido de fato morno e nem os dois melhores filmes da lista tenha conquistado a tão querida estatueta dourada.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Californication, Terceira Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Quando o declínio de um homem passa da decadência elegante para uma narrativa apática.

Em minha análise sobre a segunda temporada de Californication, eu mencionava a qualidade da série em ser capaz de contar uma boa história ainda que com boa dose de exagero, o que comprovava a competência de seus roteiristas. Infelizmente o roteiro que era um primor na primeira temporada, prosseguiu bem na segunda, não se encontra nesse terceiro ato da série.

Mesmo que a arte de se produzir textos ou personagens não seja explicitamente possível de ser explicada, há um tópico comum em qualquer manual do gênero que tenta, quase em vão, dar dicas a respeito: Saiba conduzir o seu personagem, nunca deixo-o perdido como se não fosse prosseguir.

Essa é a principal sensação a assistir a terceira temporada da série. Anteriormente, era notável os dois movimentos distintos da narrativa. Em sua primeira temporada, temos um Hank Moody ainda estável, mas já naufragado em seu mal estar por ter se separado de sua bem amada, toda a temporada centra-se na possível reconquista desse amor. A segunda temporada fundamenta-se na capacidade Hank e Karen de manter a complicada relação até o momento em que, como os mesmo dizem, eles ferrarem tudo. Enquanto Hank, ainda sem inspiração, encontra na cadeia um alguém pior que ele, um Hank Moody ainda mais depravado, desiludido e mordaz.

Nessa temporada, como compreendido na última, era provável que assistíramos o relacionamento de pai e filha, enquanto Karen estivesse trabalhando em Nova York. Mas, em algum momento, esqueceram disso.

A paralisia da narrativa gera um episódio de abertura com bons momentos, mas que deixa a desejar por faltar algo que o deixe definitivo. Hank Moody começa em pleno ato sexual, percebe que sua filha fumou sua própria maconha. Boas cenas que não se encaixam com seu histórico passado, como sua volta com Karen, que supostamente, o colocaria nos eixos, e a boa relação com Becca, que sem razão está rebelde.

Moody se torna um professor universitário somente para conquistar mais amantes, que nada acrescentam a história que já conhecemos. Se envolve com uma mulher mais velha, tem um caso com uma mais nova, repetições que já aconteceram.

Assim, a trama desenvolve mais o lado de seu agente Charlie Runkle. Introduz uma nova chefe, Sue Collini, interpretada por Kathleen Turner, personagem que tem nítido apelo cômico mais se torna grotesco até pelo universo da série.

É perceptível que falta bastante ritmo para essa temporada, não casando bem o drama e o humor que sustentaram os anos passados. A ausência de Mia também é bastante significativa. Sua volta no final da temporada serve apenas para confirmar o inevitável. A expiação de sua culpa, revelando que foi para cama com Hank era o próximo passo da série, o tombo seguinte de Hank Moody, e que o espaço dos doze episódios que separam sua ida e volta são apenas um exercício para um verdadeiro gancho.

Ainda que bem inferior a sua própria qualidade, a terceira temporada rende cenas boas e um final memorável em que o público só supõe todo os gritos de Karen ao descobrir que Hank dormiu com Mia enquanto a trilha sonora brilha com Rocket Man de Elton John, fechando uma temporada estranha com um símbolo de tudo que é Hank Moody: alguém que nunca consegue parar. Um homem foguete que sempre vai além e além do fundo de seu próprio poço.

Ao menos a figura central dessa trama não perdeu seu brilho e continua irresistível. Resta saber se no próximo ano a série volta ao seu equilíbrio.



terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Notícias

Final do Ano Com Bons Números

Estamos caminhando ao final do ano. Primeiro em que as resenhas e análises foram registradas nesse blog. Esse formato foi estreado em dezembro do ano passado. Mas adquiriu forma em janeiro desse ano.

Desde janeiro até hoje, em que o contador registrar 349 dias, menos de um ano, portanto, tivemos 14824 acessos.

Para quem começou esse espaço sem nenhuma pretensão, tudo que tenho que fazer é agradecer e agradecer a você leitor que empre transita por aqui para ler as críticas ou que passa de vez em quando e deixa seus elogios sobre o conteúdo desse site.

Nos últimos meses temos conquistados mais leitores e nada é mais satisfatório do que saber que o leitor que nos lê uma vez, tem voltado outras. Nada é mais prazeiroso do que está pequena criação, onde exponho minha paixão sobre a sétima arte. Portanto, obrigado leitores pela sua participação.

Nesse ano que passou, não só acompanhei muitas séries, como fui capaz de analisar cada um dos filmes que assisti. Registrei, pela primeira vez, tudo o que vi. Em breve as inevitáveis listas surgiram no blog. Não só os melhores filmes de 2009, como uma especialmente para as produções que foram descobertas nesse ano. Aquelas antigas que conhecemos com atraso e nós surpreendem.


Novidades em 2010

Para o ano que vem, novas idéias e novos segmentos estão programados para o blog, para deixa-lo ainda mais completo no quesito cultural.

Em Janeiro, apesar da sensação de férias coletivas de muitos, o blog não entra em recesso. A Semana Em Filmes continua com as produções que assistirei, mas deixarei a sessão de séries a cargo de outra pessoa. Como convidada especial, para não perdermos o gás de sempre termos uma resenha de uma temporada as quartas, a querida Mariana Guarilha, nerd e seriemaniaca como eu, assume o posto das análises com algumas séries que ainda não foram criticadas por aqui.

Outra coluna nascerá, também, preenchendo três sábados, já que o primeiro é dedicado a coluna Preliminar. Abordando de uma maneira mais ampla o cinema, as séries e afins, a coluna Alta Fidelidade pretende ser um relato mais despretensioso e sem a obrigação de analisar algum objeto. São breve divagações de um cinéfilo, fã de séries e quadrinhos a respeito da arte e da cultura.

Em fevereiro, as análises de livros, postados esporadicamente, entram permanentemente no site, dessa vez em dia definitivo. É o momento de apresentarmos outra colaboradora do site, Karina Audi, que ao meu lado analisará todas as quintas feiras, intercaladamente, um livro e um quadrinho. Dessa maneira, abrangendo dois tipos de artes e literaturas distintas.

Com isso, esperamos que mais e mais esse pequeno blog se torne uma pequena referencia ao se tratar de filmes, livros e cinema. Quem sabe com o tempo ele tenha conteúdo suficiente para que muitos encontrem a analise de seu seriado preferido ou tirem a dúvida sobre esse ou aquele livro.

É o que desejo.

Por fim, novamente, agradeço a todos vocês.

Um feliz natal e um bom ano novo,

Excelsior,
Thiago Augusto

domingo, 20 de dezembro de 2009

(A Semana em Filmes 13 a 19 de Dezembro)

Dúvida (Doubt)

Dir. John Patrick Shanley



O benefício da dúvida, a incógnita, bem como amplos espaços vazios em nossa mente, que geram reflexos de imaginação, podem ser os alimentos mais poderosos do que verdades que vem a tona, sejam elas reveladoras e pesadas ou simples.
Valendo-se da dúvida como seu principal artifício, colocando dois grandes atores de diferentes gerações diferentes como figuras centrais, Dúvida conduz, até certo ponto muito bem, questões pontuais que até hoje são polêmicas: a questão do preconceito racional, a rigidez da disciplina pelo medo e a relação entre Padres e seu rebanho, principalmente quando um de seus principais afetos é uma criança.
Dirigida e roteirzada pelo seu próprio autor, John Patrick Shanley, (que desenvolveu o texto para o teatro e cuja única direção anterior data-se da década de 90 na comédia Joe Contra o Vulcão, com Tom Hanks), é perceptível a falta de conforto do dramaturgo e as falhas evidentes de quem está começando na profissão.
Se seu roteiro funcionava adequadamente para um espetáculo dramático, na história transpassada para as telas a intensidade da trama ainda mantem-se, mas não alcança todo seu potencial, mesmo que Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman, como de costume, entreguem interpretações viscerais.
Talvez de forma proposital, tratando-se da igreja como temática, a trama é conduzida com certa frieza, preenchendo a história de boas intenções, mas entregando uma narrativa um tanto quanto burocrática. Que acaba por fracassar em seu ato final, que exige uma aproximação do público mas que, feita tão de repente, soa falsa. O que se torna um tanto lamentável com uma produção que possui um bom argumento original e dois grande atores que poderiam transformar essa obra em algo incrível se tivessem um material a altura.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Gossip Girl, Primeira Temporada

A rasa série adolescente ao menos cumpre seu papel


Quando assistimos a uma nova série, é necessário termos em mente o que podemos esperar dessa ou daquela produção. Uma série do canal HBO, sempre trará consigo uma densidade mais profunda do que muitas outras, já que é uma linha comum que o canal sempre gosta de manter. Assim como outras séries que funcionam por sua temática policial, pelos seus mistérios, ou pelos dramas de seus personagens.

Desse modo, é mais do que necessário encarar uma série como Gossip Girl da maneira como ela foi concebida. Formatada para ser uma série adolescente, estilo novela, cuja trama gira em torno da alta sociedade de Nova York, assunto que, por isso só, já parece inundado de personagens frívolos e mimados.

Como um dos pontos centrais, está a desconhecida Gossip Girl, no brasil a Garota do Blog. A narradora que amarra todas as histórias e posta as fofocas dessa alta sociedade, aspecto mais inverossímil da história já que a tal fofoqueira precisaria de muitos olheiros para cobrir tudo o que se passa na série.

Tirando esse detalhe, a trama centra-se nas personagens da elite de um colégio e nos dramas superficiais de suas vidas. Simbolizando a idéia de pobres meninos ricos. Mostra o embate de duas amigas que tiveram problemas por causa de seus namorados, Blair Waldorf e Serena van der Woodsen, os amigos que são inseparáveis, Nate Archibald e Chuck Bass, e, como não poderia deixar de faltar, a dupla de patinhos feios da alta sociedade, dois irmãos que só estão na escola graças aos próprios esforços e funcionam como uma bússola do bem na trama, Dan e Jenny Humphrey.

Não é necessário um olhar mais apurado para constatar que seu enredo não possui tanta profundidade. Apenas aponta a história de adolescentes além da classe média, e todos os embates e a falta de moral que estão em seu círculo.

Justamente por essa despretensão que a série consegue entregar aquilo que o público deseja. Uma história açucarada de intrigas, reviravoltas com suas doses de sexualidade que, normalmente, soaram incoerente, mas que, dentro do universo levemente apodrecido da série, rende boa dinâmica e funciona.

Como uma série voltada para um público adolescente, cujo única missão é criar um entretenimento rasteiro – como era a intenção da extinta The O.C. - Estranhos no Paraíso – sua primeira temporada flui muito bem. Há toda uma rede de pequenas brigas, revelações amorosas e outros ganchos dignos de novelas mexicanas.

É inegável que o bom trabalho de seus produtores que entregam, ao menos, aquilo que seu público procura. Com esse parâmetro, é impossível não afirmar que a produção é até simpática. Evidente que pode desaparecer de suas lembranças rapidamente, mas ao menos, ao contrário de outras séries do gênero, rende uma boa diversão.

Mas, esqueçam essa bobagem que há por trás da série de querer chocar, não há nada aqui que não foi explorado por outras séries, séries de verdade, de maneira mais brilhante e coesa.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Semana Em Filmes: (06 a 12 de Dezembro)

O Amor Pede Passagem (Management)

Dir. Stephen Belber


Ainda que tal argumento seja polêmico para os fanáticos, muitos consideravam a atriz Jennifer Aniston como a mais insossa do sexteto de F.R.I.E.N.D.S. Porém, desses fatos curiosos, foi ela a primeira a se dar bem no cinema e, as vezes, conseguir produções de destaque. Ultimamente a atriz mantêm-se no mesmo papel romântico de sempre, raras vezes entregando uma interpretação um pouco diferente.
O Amor Pede Passagem é, justamente, uma dessas produções que beiram o patamar da inadequação por conta de sua trama comum. Nela, Aniston é uma vendedora que, em uma viagem, para em um hotel de beira de estrada em que o pacato Steve Zahn é um gerente noturno. Como a vida na cidade é zero, o rapaz logo se interessa pela moça e ela, em um primeiro contato, deixa-o passar a mão em seu traseiro. Sim, com direito a empina-lo e aguardar pelo toque.
Esse belo início é o arranque para que o rapaz ache que Aniston é a mulher de sua vida e vai até sua cidade natal at
rás dela. A produção tem reviravoltas bobas do gênero como um ex-namorado que volta a namorar a mocinha – um Woody Harrelson que deve estar necessitado de uns trocados.
A comédia romântica não emplaca em momento algum. O único sentimento possível de retirar dessa produção é um suspiro aliviado quando os créditos começam a subir. Uma hora e meia que duram muito.




Contos do Dia Das Bruxas (Trick r Treat)

Dir. Michael Dougherty


Em meio a tanta pretensão em assustar, com produções cada vez mais mirabolantes, é um alívio encontrar um filme despretensioso que abusa da narrativa oitentista do gênero para agradar.
Enunciado já pelo título, Conto dos Dias das Bruxas passa-se no famoso Halloween americano e, numa mesma cidade como pano de fundo, apresenta quatro historietas bem ao estilo clássico. Abusando da mística do dia, traz a tona meninas inocentes, crianças que se arriscam na noite, vizinhos que parecem não ser o que são.
As histórias são bem amparadas pelos clichês, e são longe de assustas. Mas sua coesão e consistência é bem elevada, garantindo, ao menos uma boa diversão.
Evidente que a produção é, propositadamente, formatada para soar como um longa antigo, desses que vemos na televisão e guardamos na memória pelas cenas mais patéticas ou absurdas.
Para alguém como eu, que sempre gosta de acompanhar as produções de terror, e está cansado de clichês mal feitos e produções com roteiros rocambolescos, Conto dos Dias das Bruxas é apenas um filme de terror simples, e sendo assim, faz bem seu trabalho: diverte.




O Assassino do Alfabeto (The Alphabet Killer)

Dir. Rob Schmidt



Com grande pretensão e contornos de seriedade, O Assassino do Alfabeto tenta, sem sucesso, consagrar uma produção cujo mote é o fascínio pelos assassinatos baseados em fatos reais.
A produção é estrelada pela bonitinha e muito ordinária Eliza Dushku, que também produz o filme, nos fazendo imaginar que a própria atriz tenta partir para um lado sério da carreira mas sem conseguir.
Ela interpreta a detetive Megan Paige, encarregada do caso até ficar tão obcecada por ele, ao ponto de sofrer de alucinações e se matar. Assim, sua personagem fica dividida entre a loucura que o caso gera em si com a vontade de buscar o verdadeiro assassino.
Por causa de um roteiro mal elaborado, o enredo acaba por aprofundar mais a loucura da detetive do que dar a atenção devida aos assassinatos, deixando-os como mero detalhes. A interpretação de Dushku para sua detetive séria não poderia ser mais fracassada. É repleta de maneirismo e de um senso comum que se encaixa com o resto da produção.
É bem provável que daqui há alguns anos seja alarmado como grande estréia em um canal aberto, mas esqueçam, é bobagem.




Eu Te Amo, Cara (I Love You, Man)

Dir. John Hamburg


Sob o aspecto social e antropológico, um homem quando se relaciona tem a tendência natural a se afastar um pouco dos amigos, ainda que esse movimento não seja muito sadio. Muitos costumam se dedicar completamente as suas esposas, ao ponto de, prestes ao casamento, concluir que nem mesmo tem um amigo daqueles que mal se vê para convida-lo para ser seu padrinho.
É assim que começa a busca de Peter Klaven por um amigo: como um homem que procura uma alma gêmea. Marca encontros com desconhecidos, apela para sites de relacionamentos, e, por acaso, acaba simpatizando com um rapaz que vai a uma exibição para vender a casa de um famoso, apenas para comer os quitutes que a apresentação possui.
A trama, que parecia ser muito engraçada em seu trailer, não funciona tão bem quando exibida integralmente. As poucas piadas que existem no longa, não emplacam tanto e há a sensação de que falta algo, ou muito, para que a produção se torne uma boa comédia do gênero.
O ator Paul Rudd, que interpreta a personagem principal, parece aquém de suas interpretações que foram destaque em O Virgem de 40 Anos e na sua passagem pela série Friends.
Até mesmo aqueles elementos tradicionais desse tipo de comédia, algumas situações bizarras, não são assim tão inspiradas. Tirando um fato cool da personagem e do amigo serem fãs do Rush, e com isso irem ao show da banda em uma aparição relâmpago dos mesmos, fica devendo.