segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Precisamos Falar Sobre Kevin

(We Need To Talk About Kevin, 2011)
Diretor: Lynne Ramsay
Elenco: Tilda Swinton, Ezra Miller, John C. Reilly.

Durante a gestação de um filho, pais devem sentir um manancial de sentimentos. Especulam sobre o amor, refletem sobre a capacidade de educar e criar bem um filho, preparando-se psicologicamente para darem o melhor de si. O desejo positivo não necessariamente produz um bom filho.

Baseado no livro homônimo escrito por Lionel Shriver, Precisamos Falar Sobre Kevin estreou com pouco alarde nas terras brasileiras, principalmente devido a três lançamentos de peso na semana que o eclipsaram.

O livro, além de se tornar um best seller, foi bem recebido pela crítica mundo afora. Era profundo, tocando em um ponto sensível da recente história americana e, ao mesmo tempo, rico na composição narrativa.

É a evidente hostilidade do menino Kevin contra sua mãe que conduz a produção. A história se passa em dois momentos temporais, antes e depois de um acontecimento transformador para Kevin e sua mãe, vivida por Tilda Swinton.

A trama intenta justificar a motivação violenta de certos adolescentes. Calcado em um histórico real de massacres em escolas, o enredo deseja apontar, acima de tudo, que não há vilões e mocinhos quando uma criança nasce desviada do senso comum de normalidade.


O drama oscila sem um julgamento definitivo de Kevin. Parte do benefício da dúvida sustenta o público, julgando por si só se o garoto possui um desvio. A falta de uma narrativa que explique se há motivação, ou não, para tal comportamento deixa o drama episódico.

As seqüência em crescendo da introspecção maldosa de Kevin, sem nenhum aparo explicativo, retiram a densidade de uma boa história. Dessa maneira, não é estúpido dizermos que o garoto se aproxima do anticristo Damien de A Profecia. Acontece que no terror a intenção de não haver explicação é evidente.

Enraizando a força do mal sem pouca sustentação, fica evidente que roteiristas e diretores não quiseram sujar as mãos em um debate prolífico e difícil. Perderam uma bela obra por isso.

As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne


(The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, 2011)
Diretor: Steven Spielberg
Elenco (vozes originais): Daniel Craig, Simon Pegg, Jamie Bell, Andy Serkis, Cary Elwes, Toby Jones, Nick Frost, Tony Curran, Sebastian Roché, Mackenzie Crook.


Parece contraditório afirmar que há críticas menos ou mais pessoais, dependendo do objeto de análise. A eficiência da argumentação sempre passa pelo viés sensível e, as vezes, filtrada de maneira inadequada por ele.

O intrépido repórter Tintim se apresentou para mim da mesma maneira que grande parcela de minha geração: pelo desenho produzido pela Nelvana, em 1991. Descobri posteriormente que a personagem era baseada nos álbuns do belga Hergé e, com muita felicidade, que meu tio possuía a coleção completa em edições lançadas provavelmente em meados da década de 70 pela Editora Record.

A recepção de um filme do aventureiro jornalista foi recebida com cautela por mim. Em parte pelo imenso carinho que tenho pela personagem. Sentimento que turva a análise objetiva de uma produção pela defesa cega de seu original.


As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne, primeiro filme de uma série de três, baseia-se no álbum O Segredo do Licorne (1943), em sua seqüência O Tesouro de Rackham, O Terrível (1944) e partes de O Carangueijo das Pinças de Ouro (1941).

Mesmo não sendo uma produção de execução difícil, Steven Spielberg e Peter Jackson apresentam a história esculpida em dois recursos contemporâneos do cinema. A captação de movimentos e a estereoscopia resultando na terceira dimensão.

Embora tais elementos não me atraiam de maneira alguma, os efeitos especiais para a série foram bem realizados. Ficam entre a cópia fiel da realidade – na medida do possível – e um ambiente mais próximo dos quadrinhos. O espírito que atravessou os vinte e três álbuns composto pelo belga está presente, assim como liberdades artísticas que poderiam ser deixadas de lado.

A objeção por mudanças vem de um fã desde criança da personagem. Que não compreende como um universo rico como o produzido por Hergé necessita de mudanças que quebrem a estrutura elementar da série. Pequenos detalhes que poderiam ser evitados e não causariam mal algum pela fidelidade.

No intuito de equilibrar o humor da história, normalmente evidenciado pelas trapalhadas dos detetives Dupond e Dupont, Capitão Haddock tornou-se alívio cômico. Não atingindo o potencial de sua personagem nos quadrinhos que, sem dúvida, é hilária, mas não da maneira demonstrada.

Defesa a parte de um fã inveterado, em todas as camadas do longa metragem observa-se um tratamento excelente. As tomadas integram-se ao espírito aventureiro sem entregar exageramente a imersão de objetos pulando fora da tela. E a composição entre as feições reais dos atores com o desenho original produz uma mistura que identifica seus atores sem perder o estilo original.

A dublagem brasileira merece crítica por não escalar todo o elenco consagrado do desenho. Ainda que seja impossível forma-lo por completo, devido ao falecimento de alguns dubladores, parece estranho que a produtora escolha outras vozes daquelas que o público já está acostumado.

Divulgado pelo blog Tintim por Tintim, Isaac Bardavin não dublou o Capitão Haddock por não ter – pasmem – passado no teste da produtora. Felizmente Odebran Junior, nosso Tintim, foi selecionado para o filme e, antes mesmo do convite oficial, demonstrou-se disposto a voltar a dublar - o ator tinha se aposentado da função - somente para reprisar a voz do repórter. Fato que deixa esse fã eternamente agradecido.

Ainda que não excelente, As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne tem conquistado público pelo mundo, trazendo a tona novamente o desenho – exibido pelo Canal Futura atualmente – e ainda galgando o Globo de Ouro de animação nesse ano mirrado de boas produções do gênero.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Último Mestre do Ar

(The Last Airbender, 2007)
Diretor: M. Night Shyamalan
Elenco: Noah Ringer, Jackson Rathbone, Nicola Peltz, Dev Patel.


Algumas obras são compostas de maneira tão sólida, sem pontas soltas, que parecem à prova de possíveis erros. Parecia certo que a produção cinematográfica de Avatar, o desenho produzido pela Nickelodeon, seria um sucesso, mesmo que fosse difícil atingir a excelência do original.

A notícia de que M. Night Shyamalan dirigiria a adaptação foi recebida com reprovação. Shyamalan, embora um diretor talentoso, amargava fracasso após fracasso, vítima de sua própria formula: o suspense com revelação no final. Após ter seus projetos negados por diversos estúdios, adaptar uma história alheia manteria o pouco do nome que lhe restava, sem arriscar outra produção fracassada.

Baseado no roteiro escrito pelo diretor, O Último Mestre do Ar concentra-se na primeira parte da história, divididas no desenho em três livros. É possível que houvesse um plano concreto de adaptar toda a trama para uma série de filmes. Porém, uma adaptação bem feita de Avatar custaria caro e demandaria tempo. Seria necessário, ao menos, dois longas metragens para cada livro. Projeto de difícil aceitação e que, provavelmente, não acrescentaria nada ao desenho.

A base da história de Avatar está presente. Quatro tribos, divididas pelo elemento que manipulam, estão em desequilíbrio e aguardam com pouca esperança a chegada do Avatar, único capaz de controlar os quatro elementos e trazer paz para as nações.

O primeiro incômodo na versão cinematográfica está na desnecessárias mudanças de nacionalidades das personagens. Ainda que a história seja apresentada em outra era, supostamente em um lugar diferente da Terra que conhecemos, as semelhanças são notáveis. A tribo da Água do Sul são próximos de indianos. A tribo do Fogo e da Terra são orientais, embora um seja japonês e outro, provavelmente, chinês. Conceito que não por acaso foi arquitetado para que a realidade e ficção tivessem semelhanças.

A direção de Shymalan não é comprometedora e pouco marca seu estilo na trama, preferindo diluir aquilo que o consagrou. O roteiro acelera demais a história original, provocando cortes evidentes e inserindo na mesma cena elementos que apareceram de maneira distinta no desenho.

A apresentação de diversos personagens conhecidos parece composta para agradar o público, fetichista de vê-los em carne e osso. O excesso é desnecessário para uma história que se apresenta em alta velocidade para cobrir todo o espaço da primeira temporada da série.

As cenas de ação são inconstantes e provam que Shymalan não está preparado para o estilo. A preocupação em mantê-las semelhante ao original é notável. Porém, não perceberam que tornaram-se assim mais artificiais. Se há um fator positivo é quanto aos efeitos que produzem as dobras de cada tribo, apresentados de uma maneira realista.

A versão dublada não conta com os mesmos dubladores do desenho. Infelizmente estúdios não compreenderam que o público gosta das vozes consagradas, muitas vezes para identificar as personagens. Não bastando isso, até pronuncias foram alteradas. Demonstrando que não há uma pesquisa necessária entre desenho e adaptação cinematográfica.

Uma história tão rica como Avatar tornou-se uma adaptação pobre que não é capaz de entreter quem desconhece a trama e muito menos agradar quem esperava uma obra fiel ao seu original. No meio disso tudo, M. Night Shyamalan tenta sobreviver a indústria, mas continua naufragando.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dexter, Sexta Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO ANALISADAS NO TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO, PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO DA TEMPORADA, PARE DE LER O TEXTO IMEDIATAMENTE. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO-A, POR FAVOR.


Imediatamente após o término do último episódio da sexta temporada de Dexter, abri o editor de texto e despejei uma série de comentários desconexos entre si a respeito daquilo que me incomodou no percurso dessa temporada. Revi minhas anotações diversas vezes sem conseguir produzir um texto a partir delas.

Em análises anteriores, é provável que o leitor tenha notado o carinho que tenho por Dexter e de como aproximo a série de uma excelência narrativa pouco vista na televisão. Afirmando quando possível que seu sucesso era a soma de um roteiro de qualidade interpretado de maneira apurada por seus atores.

Foi pesaroso para mim constatar que, pela primeira vez, a série não tinha me agradado. E, além de minha opinião como expectador, eu possuía uma lista desconexas de razões que explicitavam o quanto a sexta temporada foi realizada sem o esmero adequado.

Decidi deixar minhas anotações de lado e esfriar a cabeça. Esperar que a argumentação crítica superasse minha decepção para compor a análise da temporada. Que traria outro fator inédito. Um texto mais íntimo, diferente da maneira habitual que escrevo.

Sem dúvida, o desfecho da quarta temporada transformou em definitivo a série. Causou impacto, foi audaciosa, mas produziu uma dificuldade imensa para apresentar o dia seguinte. A quinta temporada pareceu mais um desdobramento natural do enredo. Não consigo imaginar se houve um argumento forte além da ideia de tentar reconstruir o universo da série e a personalidade de Dexter.

A sexta temporada ainda é marcada pela sensação fora de foco. Dexter é agora um pai solteiro que divide-se entre o passageiro sombrio e seu filho. A primeira questão que movimenta esta temporada é o futuro de Harrison. Mas o dilema é apenas a prerrogativa para introduzir o elemento que em maiores e menores estâncias estará em todo este ano: a religiosidade.

Após uma quinta temporada oscilante, é compreensível que se utilize a fé como desenvolvimento dramático. A religião sempre é segura por ser incendiária por si só. Gera um conforto a mais para os produtores que, provavelmente, tinham medo que parte do público debandasse.

Introduzir a religião no universo de Dexter parece interessante. Mas acaba cedo demais por ser apenas uma idéia, não um argumento mais graúdo como os anteriores. Como se um calculo mal realizado produzisse um abismo considerável entre a idéia e a execução da mesma.

A religião se apresenta em três frentes distintas: Dexter e a relação com Harrison, em referencia ao que será passado como ensinamento ao garoto. Um pastor, bandido regenerado, que torna-se amigo de Dexter e desenvolve-se como elemento positivo da fé. E o assassino da temporada, um homem que com a ajuda de um pupilo acreditam arquitetar o caminho para o apocalipse na Terra.

Não bastasse o exagero de conflitos diferentes sobre o mesmo tema, novas personagens são introduzidas e atores conhecidos convidados para interpreta-las. Produzindo certa overdose de atenção na tela. Diversas histórias que parecem densas mas que quase não levam a nenhum lugar.

O pastor interpretado por Mos Def é apenas a válvula de escape religiosa de nosso forense. Como Harry era um pai agnóstico, optaram por introduzir uma nova personagem que refletisse os pensamentos com Dexter no âmbito religioso. Motivação para mais uma dúvida da personagem: poderia um assassino serial ser amado por um suposto Deus?

O outro lado da fé representa-se pelas mortes envolvendo rituais bíblicos. Edward James Olmos é um excelente ator mal aproveitado pelo roteiro que não o permitiu dar a profundidade necessária para sua personagem. Ainda que seja possível defender a composição plana de James Geller avaliando que o professor é uma projeção de seu pupilo.

Colin Hanks embora tente esboçar a loucura dúbia necessária para a personagem permanece apático em boa parte da temporada. Produzindo alta incredibilidade quando revela-se o jogo entre ele e mestre. Ainda mais quando Olmos é um ator mais talentoso que o filho de Tom Hanks.

Com diversas histórias novas para desenvolver, as personagens fixas da série foram tratadas de duas infelizes maneiras: ou deixadas de escanteio ou revelando alguma surpresa exagerada para esconder o fraco roteiro. Dessa forma, personagens que o público imaginava conhecer realizaram atitudes incabíveis ou despropositadas que soaram como desespero dos produtores. Não uma evolução natural da composição de suas personalidades.

Angel Batista tornou-se um policial sem nenhum charme. Quinn, frio e marrento, virou arremedo bêbado pelo fora que leva de Debra. Se por um lado a promoção de Debra como tenente é uma excelente transformação, a descoberta que é apaixonada pelo meio irmão é patética e desconfortável.

No último episódio da temporada fica evidente que, como no terceiro ano de Californication, o canal Showtime errou a mão. Esticou uma trama que deveria ter sido apresentada no início e desenvolvido ao longo dessa temporada. Para que Debra ainda não descobrisse o ofício do irmão, outro conflito deve de ser desenvolvido, deturpando a coerência da personagem até então.

A terapeuta que acompanha Debra parece a explicação pública da modificação dos roteirista. Ainda que elucide pontos corretos a respeito da personagem, não há dúvida que o irmão é tido como o único homem confiável em sua vida, é exagerado apontar que pelo mesmo motivo há uma paixão. Saída banal e polêmica que segura a trama que foi prolongada.

Estranhamente somente Vince Mazuka não perde seu padrão. Mantém o alívio cômico da série e não possui nenhum segredo revelador ou sórdido como até mesmo seus dois estagiários forense. Retomar brevemente a história do assassino do caminhão de gelo produz apenas estranhamento desnecessário. Gerando cenas que não tem muita razão como a caixa que Dexter recebe, com o manequim de uma cena do crime, que não tem conexão com a história apresentada.

Diante de tantas distorções até mesmo Dexter traí a si mesmo para satisfazer um roteiro mal executado. Levaremos em conta que público conhece a maneira de pensar de Dexter. Assim, na cena final, seria mais fácil para o assassino forense deixar o assassino do apocalipse morto no prédio do que retira-lo de lá. Esse ato ajudaria a si mesmo, pela dúvida religiosa presente em seus pensamentos e como ajuda ao departamento policial que tinha uma baixa taxa de resolução de crimes.

Fica evidente, pela terceira vez neste texto, que para justificar os fins não importou a coerência das personagens. Há apenas um motivo para a cena em que Dexter mata o assassino do apocalipse dentro de sua igreja: fazer com que explicitamente Debra o flagre-o e a descoberta do passageiro sombrio seja o mote para a próxima temporada, quando deveria ter sido desta.

Lamentavel que pelo roteiro curto tantos erros estruturais foram cometidos de maneira propositada em busca de ganchos para cada episódio. O monologo final em que Dexter afirma que o mal existe para o bem, a luz para escuridão, parece um recordatório didático. Nada acrescenta a um público que há seis anos tem alta carisma por um assassino e muito menos para a própria personagem que conhece sua condição.

A sexta temporada de Dexter garantiu sua qualidade apenas nos belos cartazes de divulgação, que colocavam a personagem em ambientes ou situações dúbias sobre religiosidade. O gancho para o próximo ano é eficiente ao menos como idéia. Resta saber como os roteiristas lidarão com mais uma mudança brusca na história se a morte de Rita é ainda um pesado fardo não superado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Rogue - O Assassino

(War, 2007)
Diretor: Philip G. Atwell
Elenco: Jason Statham, Jet Li.

Quando dois dos poucos astros de ação atuais são as estrelas de um filme a expectativa se duplica. Não será a trama que conduzirá o público a assistir a produção, mas a possibilidade de que, mais cedo ou mais tarde, as personagens travaram uma luta de proporções épicas cujas leis da gravidade e da resistência serão desafiadas.

A formula de um filme no estilo não poderia ser mais evidente: um fiapo de história – normalmente o desejo de vingança – que move uma personagem a percorrer metade do mundo – ou matar metade dele – para alcançar seu objetivo.

A intenção de apresentar uma trama mais complexa em Rogue – O Assassino acaba por estragar seu desenvolvimento. Aparentemente, o enredo é igual a todos os outros. Crowford (Jason Statham) deseja descobrir quem é Rogue (Jet Li), o assassino misterioso que matou seu parceiro do FBI. Porém, diluída em uma história entre gangues japonesas rivais a trama nem flui em sua narrativa e muito menos apresenta cenas de ação convenientes ao estilo.

Parece estranho quando atores conhecidos pelas cenas de ação, especificamente as de luta física, deixam de lado seu maior talento e se vêem presos a, no máximo, embate com armas de fogo. Em uma trama cuja exigência quase obrigatória é um embate esperado, é anticlimático que não possua nenhuma e a história não seja, também, nenhum primor.

A narrativa que intenta maior complexidade nunca alcança objetivo nenhum. Seu desenlace, na falta de ação, busca uma reviravolta que tem uma breve parcela de surpresa mas que parece, na verdade, rir da cara do expectador que, certamente, ao desejar assistir esse filme esperava uma batalha que foi desperdiçada e ficará para eventuais outros encontros dos astros.

Os Perdedores

(The Losers, 2011)
Diretor: Sylvain White
Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Zoe Saldana, Chris Evans, Jason Patric.

O selo Vertigo, da Editora DC Comics, ainda que possa ser incluído no universo tradicional de seus super-herois, é voltado para um público diferenciado que se interessa por quadrinhos, mas não necessariamente, pelas histórias de heróis. A maior liberdade em relação a linha tradicional permite que equipes apresentem histórias com alta qualidade sem cair no comum do gênero.

A HQ de Os Perdedores faz parte desse selo. Lançada no Brasil por duas editoras, a série nunca ultrapassou o primeiro arco de histórias, origem da trama adaptada para o cinema. Ainda que não tão conhecidos do público em relação aos super – heróis, uma adaptação do gênero sempre conquista um público cativo. Segurança para os produtores que preferem não se arriscar em um produto novo.

Sem nenhum ator de peso, o filme testa a força de novos atores como Jeffrey Dean Morgan, Zoe Saldana e Chris Evans que despontaram suas carreiras recentemente. O termômetro identifica se um desses atores tem potencial para sustentar um filme sozinho. Mesma lógica sustentada pela escolha de um diretor novato.

A produção não vai além de realizar um filme divertido com uma trama simples e linear: um grupo da forças especiais dos Estados Unidos é traído em uma missão na Bolívia e descobre uma maneira de se vingar contra quem os traiu. A narrativa escora-se em personagens típicas dos quadrinhos sem exagerar no decalque na transposição para as telas.

Sem dúvida há cenas um tanto quanto inusitadas, ângulos que só os quadrinhos podem conceber, mas sem excessos. Até mesmo o vilão interpretado por Jason Patric, cuja figura se aproxima de uma caricatura, é bem incorporada na trama pela maneira sátira de sua interpretação.

O único volume disponível no Brasil foi lançado pela Panini Comics na ocasião de estréia do filme. "Os Perdedores - Hora do Troco" reune as seis primeiras histórias escritas por Andy Diggle.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Estréias de 2012, duas análises, parte 02

Segunda e final parte com as análises das estréias de 2012. Do meio do ano até o final ainda há poucas datas, mas já apresentam filmes imperdíveis. Se ainda não leu o inicio da lista, clique no link abaixo.



Maio

Dark Shadows

Thiago: Não sei em que determinado momento Tim Burton perdeu sua popularidade. Provavelmente quando, por obrigação com a Warner, dirigiu o remake de A Fantástica Fábrica de Chocolates e, em seguida, cometeu a bobagem de fazer uma releitura de Alice No País das Maravilhas. O que era uma excelente parceria do diretor com Johnny Depp tornou-se uma piada que ficou ainda mais verdadeira quando sua esposa colabora em todos os seus filmes sem exceção.

Arthur: Há 15 anos atrás eu ficaria empolgado por um filme do Tim Burton com o Depp. Mas depois da atrocidade Alice... e sinceramente, Tim Burton não lança um grande filme desde A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.


A Batalha Das Marés (Battleship)

Thiago: Após os quadrinhos, as adatações de brinquedos parecem ser a tônica da vez. Funcionou inicialmente com Transformers e falhou miseravelmente com G. I. Joe (por conta de um filme ruim, diga-se). Essa produção pode funcionar, desde que não esqueçam que um roteiro é sempre imprescindível.

Arthur: Peter Berg cometeu Hancock e isso é suficiente para eu ignorar completamente esse filme.


The Three Stooges

Thiago: Demorou, demorou, mas os irmãos Farrely conseguiram. O elenco central foi mudado diversas vezes, mas seguiram em frente. Ao menos, não mudaram o conceito e o filme será dividido em três histórias. Porém, será que os atores conseguirão superar a comparação dos originais?

Arthur: Não consigo imaginar a utilidade desse filme, a não ser conspurcar um clássico absoluto... sério, o que aconteceu aos Farrely?


Homens de Preto 3 (Men in Black III)

Thiago: Sequência um tanto quanto tardia dos divertidos Homens de Preto. A química entre Will Smith e Tommy Lee Jones é bastante funcional. Porém, se forem cometer o mesmo pecado do segundo e requentar o roteiro do primeiro, será mais uma continuação a toa.

Arthur: Sequencias que demoram muito são sempre caça-níquel. Essa não deve fugir a regra. No entanto, isso não quer dizer necessariamente que será ruim.



Junho


Snow White and the Huntsman

Thiago: Duas produções sobre a mesma Branca de Neve, optando por visões diferentes. A concorrência pode ser boa para ambos os filmes, mas, embora essa produção seja estrelada por novos queridinhos do público (Kristen Stewart e o não tão poderoso Thor) continuo afirmando que o filme de Walt Disney sempre será a versão definitiva da história.

Arthur: E olha a geração Crepúsculo contaminando tudo ao seu redor. ASSISTAM AO CLÁSSICO DA DISNEY e passem essa porcaria!


Prometheus

Thiago: Até hoje alguns filmes dirigidos por Ridley Scott causam-me desanimo. Porém, é inegável que sua contribuição para o cinema em Blade Runner e Alien. A nova produção parece seguir esta linha e, de quebra, espero que nos faça esquecer daquela bobagem misturando Aliens com Predadores.

Arthur: Ridley Scott voltar à ficção científica pode ser um alento à carreira devastada dele nos últimos anos, afinal todos as suas obras primas são no gênero.


Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe Most Wanted)

Thiago: Um dos sucessos do estúdio de animação da Dreamworks deve incorrer na mesma problemática de continuações do estilo: possuírem as mesmas gags cômicas dos filmes anteriores sem nada de novo.

Arthur: Outra continuação natural e caça-níquel. Deve ser divertido e provavelmente fará sucesso.


Jack the Giant Killer

Thiago: Recente movimento de diretores conhecidos que escolhem uma animação para dirigir. Foi assim com Gore Verbinski e Rango, Zach Snyder com A Lenda dos Guardiões. Bryan Singer é um excelente diretor e a possibilidade de um bom filme é alta.

Arthur: Um conto de fadas dirigido por Brian Singer. Aposto positivamente neste.


Valente (Brave)

Thiago: Se o lançamento não se alterar, a última produção da Pixar estréia após as produções anteriores. Até agora o visual de Valente é sensacional e o estúdio é um dos mais confiáveis atualmente, tendo falhado somente em Carros 2.

Arthur: O primeiro conto de fadas e o primeiro filme dirigido por uma mulher da Pixar e também o primeiro filme após o primeiro tropeço do estúdio (Carros 2). Aposto em outra obra-prima da Pixar, as estatísticas estão a meu favor.


Julho

A Era do Gelo 4 (Ice Age 4)

Thiago: O primeiro filme foi interessante e divertido. Mas o terceiro comprovou a escassez de narrativa. Provavelmente novos personagens serão introduzidos e o esquilo Scrat continuará sua já aborrecida busca por seu alimento.

Arthur: Continuação caça-níquel novamente. As outras 2 já foram. No entanto as personagens são cativantes e a dublagem brasileira é excelente, então deve ser bacana.


Espetacular Homem - Aranha (The Amazing Spider-Man)

Thiago: Releitura incompreensível, realizada cedo demais. Há tantas participações de atores famosos que parece mais um desfile de ação de graças. Porém, tem tudo para agradar parte do fãs, já que o filme foi composto com tudo que foi rechaçado na trilogia anterior.

Arthur: Esse filme é sem sentido. Quando foi que os dois primeiros Homem-Aranha viraram filmes ruins? Eu mesmo respondo, não viraram. A Marvel Studios apenas está aproveitando o hype criado por fãs idiotas que ficaram sentidinhos porque os filmes antigos mudaram algumas coisas das HQs, para lucrar ainda mais. Pode ser até um bom filme ( o que duvido, dado o nível geral dos filmes da Marvel Studios), mas é completamente desnecessário.


Batman: O Cavaleiro Das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)

Thiago: Christopher Nolan é um dos melhores diretores da contemporaniedade e transcedeu o gênero de filme de herói no Batman anterior. O desfecho da trama tem tudo para ser épico, sensacional e ser um dos melhores filmes do ano com bilheteria gorda. Vale ressaltar que, novamente, a Sony cometeu o mesmo erro de anos atrás e lançou seu Homem Aranha um mês antes do filme do morcego.

Arthur: Se for metade da obra-prima que O Cavaleiro das Trevas é, já será um dos melhores filmes do ano. Confio plenamente em Nolan.


Agosto

Abraham Lincolm – Vampire Hunter

Thiago: O cinema rendeu-se ao mashup de histórias consagradas e elementos bizarros. Nesse caso a figura real do presidente dos EUA se torna um caçador de vampiros. Parece assustador. Não da maneira que deveria ser.

Arthur: O filme mais famoso do diretor Timur Bekmambetov é O Procurado. Eu achei o filme terrivelmente ruim, então não espero nada desta fantasia histórica com vampiros... sério que tudo tem que ter vampiros (ou zumbis) hoje em dia?"


G. I. Joe 2: Retaliation

Thiago: A primeira produção foi um dos piores filmes que já assim, sem exagero. A trama superficial e as cenas de ação não empolgantes provocaram em mim um dos maiores tédios cinematográficos. Cientes de tal problemática, escalaram Bruce Willis e The Rock para a continuação. Willis tem carisma até em papeis ruins, mas pelo trailer o roteiro não parece tão diferente que o primeiro.

Arthur: Bruce Willis... é por isso que verei, é por isso que todo mundo verá, mesmo sabendo que o filme deve ser uma bela porcaria.


The Bourne Legacy

Thiago: Estranha continuação sem a personagem principal. Se manejarem bem o roteiro para que não fique com a história parecida, pode resultar um filme eficiente que provavelmente não superará nenhum da trilogia.

Arthur: Esse é estranho demais. Se passa no mesmo universo da (excelente) trilogia Bourne e é dirigido pelo roteirista dos 3 filmes. Acho que será muito bom.


Os Mercenários 2 (The Expendables 2)

Thiago: Stallone continua realizando a felicidade dos marmanjos e adiciona mais conhecidos no panteão de heróis machões na continuação de Mercenários. Será entretenimento de primeira com furos no roteiro perceptíveis e cenas de ação brutais. Tudo o que queremos.

Arthur: The Boys Are Back In Town! Tire o cérebro e vá ver o seu sonho de infância, todos os melhores brucutus juntos! Isso é Sly nos mimando!


Setembro

Resident Evil: Retribution

Thiago: Tenho gosto pela quadrilogia já produzida mas também o conhecimento de que nenhum filme pode ser considerado uma boa produção. Como os zumbis estão em alta, nada mais natural que mais uma sequencia de um dos jogos cânone do estilo.

Arthur: Liguem seus PS2/GameCube/Wii e joguem Resident Evil 4. E ignorem esse filme.


Outubro

Frankenweenie

Thiago:
Tim Burton ainda tem prestígio na categoria de animação. Ainda que seja possível que o diretor use a equipe de sempre para esta produção. Dando a impressão de ser mais do mesmo, quando poderia ser diferente.

Arthur: Outro filme do Tim Burton... estamos em 99? Não... então passo!


Novembro

Skyfall

Thiago: Cassino Royale foi uma retomada tão sensacional na saga de 007 que nem a falta de roteiro de Quantum Of Solace eclipsou. Skyfall deve suprir este problema e colocar nos eixos a história do agente britânico.

Arthur: Mais um 007. Esperemos que esse recupere a qualidade de Cassino Royale. Sam Mendes deve dar ao filme um clima mais de espionagem.


47 Ronin

Thiago: “I Know Kung Fu”. Keanu Reeves sempre se interessou pela arte marcial e tornou-se icônico por seu papel em Matrix. Sua iniciativa é positiva, mas até que se revelem as primeiras imagens, mantenham as pedras na mão. Pode surpreender.

Arthur: Fiquei bem empolgado com esse filme quando li a sinopse... daí vi que é com o Keanu Reeves...


Dezembro


Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey)

Thiago:
Peter Jackson decidiu que crianças não devem fazer trabalho de homens e optou por dirigir O Hobbit. Um respiro aliviado e a certeza de que a produção deve ser impecável, conquistará um público alto e, de quebra, deve ganhar indicações para prêmios. Talvez dividir em duas produções pareça desnecessário, mas é Peter Jackson. Ele soube o que fez com a trilogia d´O Senhor dos Anéis.

Arthur: Desde que o filme veio parar nas mãos do Peter Jackson, não posso esperar nada menos que a perfeição absoluta da trilogia do Senhor dos Anéis! Vai disputar com o Batman como o filme do ano, anotem isso.

-

Cada análise foi feita em separado sem a leitura do outro. As primeiras estréias já estão programadas para essa sexta - feira e resta a esperança de que esse ano seja melhor que o fraco 2011.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Estréias de 2012, duas análises

Destaco durante o ano que passou dois elementos que significaram o cinema em 2011 para mim. Cinematográficas que optaram pela exibição de filmes dublados em sua maioria e minha inclusão no mundo da alta definição, em Blu-Ray.

Sem aprofundar-se nos méritos da questão, é entristecido que, cada vez mais, deixo de ir aos meus cinemas preferidos pela recente opção das respectivas direções em exibirem filmes dublados, quase sempre sem sessões legendadas. Foi esse um dos motivos que vi poucos filmes no cinema, sendo desnecessário e bem incompleta uma lista sobre os melhores de 2011.

Ao mesmo tempo, graças ao Blu-Ray, pude assistir diversos desses filmes que perdi na tela grande em alta resolução de imagem e excelente som. Redescobrindo meu gosto pelo cinema, abalado pelas dublagens. Assistindo, alguns meses atrasados, a diversos lançamentos do ano passado.

Este ano, pretendo voltar aos cinemas. Superando a dificuldade de ir mais longe para assistir o filme desejado em uma exibição legendada. Há filmes cuja experiência no cinema valem a pena. Dessa forma, pretendo também acompanhar as estreias e, sempre que possível, produzir resenhas de tais lançamentos.

Aquecendo os motores do que está por vir em nossas telas convidei o amigo e colaborador Arthur Malaspina para comentarmos uma lista de 45 filmes cuja estréia está marcada para este ano. A lista foi dividida em duas partes para melhor leitura.

O critério da seleção valeu-se de novas produções de diretores consagrados, adaptações de livros conhecidos e outros elementos que de uma forma ou outra, desde já, são destaque em notícias. Evidenciando que há expectativa sobre tais produções.

A princípio, pode-se ver que o ano de 2012 parece melhor que o anterior. Resta saber se todas as produções ou, ao menos, parte delas, sejam de boa qualidade.

A programação baseia-se no calendário do site Cine Click. Sabendo que, normalmente, datas e meses são alteradas.


Janeiro


As Aventuras de Agamenon (As Aventuras de Agamenon)

Thiago: O repórter de mentira criado por Hubert, do Caceta e Planeta, é uma das grandes personalidade fictícias criadas no Brasil. Com uma história bem produzida tem tudo para ser um bom filme e superar o trauma de que o Caceta – aqui representado apenas pelo seu criador – não produz um bom filme.

Arthur: O novo filme do Casseta e Planeta, assim como seus 2 antecedentes, tem uma história original e promissora. E, novamente como seus predecessores, muito provavelmente será uma bela porcaria mal realizada e pretenciosa.



Cavalo de Guerra (War Horse)

Thiago: Após a década de 90, Steven Spielberg afastou-se de filmes grandiosos, apresentando produções diferenciadas em uma direção mais segura. Cavalo de Guerra pode ser mais uma dessas produções que inicialmente mal se percebe a mão do diretor, mas são uma excelente trama (como Prenda-me Se For Capaz e Terminal)

Arthur: Spielberg não vem dando motivos pra se duvidar dele nos últimos anos (fora o último Indiana Jones) e sempre se deu muito bem com o tema da guerra, então devem assistir sem medo.


Pequenos Espiões 4 (Spy Kids 4: All the Time in the World)

Thiago: Robert Rodriguez provou ser um diretor versátil – ainda que não tão competente quanto seu parceiro Tarantino. A franquia dos Pequenos Espiões produziu um bom primeiro filme – para adultos e crianças – e tentou apresentar novos elementos para agradar os pequenos. Nessa nova produção o elenco é novo, filmado em terceira dimensão, com o acréscimo de um cartela que revela cheiros durante o filme. Parece formatado para ser um programa bom para crianças, e só.

Arthur: Novamente Robert Rodrigues parece investir tudo numa nova tecnologia ainda engatinhando (4D), como já havia feito com o 3D no filme anterior da série, com resultados patéticos. Uma pena, já que o primeiro filme era excelente.


Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows)

Thiago: O primeiro filme de um dos detetives mais famosos da literatura foi excelente. Mesmo que a idade da personagem tenha sido renovada, o versátil Robert Downey Jr. desenvolveu um Sherlock definitivo. O Jogo de Sombras é esperado em alta expectativa e deve superar a primeira produção.

Arthur: Espero um mais do mesmo do primeiro filme, mas se tratando de Gui Ritchie isso não é ruim e sim divertido!


O Espião Que Sabia Demais (Tinker, Tailor, Soldier, Spy)

Thiago: John Le Carré é um dos melhores escritores de tramas de espionagem, autor do incrível O Jardineiro Fiel, filmado por Fernando Meirelles. Dirigido pelo diretor original de Deixa Ele Entrar, o elenco é promissor e a trama retoma um elemento que Hollywood não mais utiliza: a guerra fria.

Arthur: Um promissor filme com pano de fundo histórico. E é do Diretor de Deixa Ela Entrar, um dos melhores filmes da década passada!


As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn)

Thiago: Dois diretores do maior calibre do cinema americano. Um personagem incrível com histórias bem amarradas, divertidas e cheia de reviravoltas. E a pergunta que me incomodou desde a confirmação desta produção: porque não produzir com atores de verdade? Não sou entusiasta de produções com captação de movimentos e as cenas apresentadas no trailer parecem como os filmes anteriores do estilo: bonitas mas artificiais. Desde já é o filme que preciso assistir com amigos, para ter ombros onde chorar de desgosto.

Arthur: Tenho sentimentos divididos quanto a este. Por um lado adoro Tintim e confio em Peter Jackson e (um pouco menos) em Spielberg, por outro a técnica de animação por captura da movimentos nunca deu um bom filme.


Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (The Girl With a Dragon Tattoo)

Thiago: Não importa qual estilo de produção, Hollywood gosta de uma versão para chamar de sua. Afirmam que o livro é um excelente livro de suspense. Porém, a escolha de David Fincher como diretor mais parece um projeto planejado para alçar sucesso do que um desejo do diretor. Porém, Fincher é talentoso e, ao lado de Daniel Crieg, o potencial de sucesso é alto.

Arthur: Baseado num romance policial premiado, o filme estreia bem atrasado no Brasil. Não sei realmente o que esperar.


A Coisa / O Enigma de Outro Mundo (The Thing)

Thiago: Releituras são seguras por sempre terem um público cativo que dará alguma bilheteria para conhecer a nova versão. A Coisa não é bem uma refilmagem, e sim um prelúdio. Provavelmente, a trama será parecida e não apresentará nada de novo ao clássico.

Arthur: Terror vagabundo, sem mais.


J. Edgar (J. Edgar)

Thiago: Clint Eastwood ainda é um diretor em evolução. Durante sua filmografia executou filmes excelentes mas, vez ou outra, tropeça. Em sua segunda biografia, Leonardo Di Caprio parece perfeito como o criador do FBI. Infelizmente algumas críticas confirmaram um filme mal desenvolvido, mas é necessário assistir.

Arthur: Novo filme de Clint Eastwood e só isso já obriga você a vê-lo nos cinemas. No entanto, Clint não funciona tão bem com histórias reais (a exceção seria Bird). Espero que volte logo aos roteiros originais.



Fevereiro


A Bela e a Fera 3D (Beauty and the Beast)

Thiago: O 3D nunca me deixou animado, mas a possibilidade de rever clássicos por excelencia da Disney novamente no cinema é sempre um prazer. Simba foi um sucesso e é provável que este também seja.

Arthur: A reestreia de O Rei Leão foi a melhor coisa dos cinemas em 2011. Nada como rever o ápice das animações na tela grande, no entanto o 3D é um tanto quanto dispensável. O mesmo vale para a Bela e a Fera.


The Iron Lady (The Iron Lady)

Thiago: Ninguém se preocupou, de fato, com a história dessa produção. Quando observaram Meryl Streep no papel principal, perfeitamente caracterizada, compreendeu-se que, mesmo que a qualidade seja péssima, será mais uma interpretação sensacional e, provavelmente, indicada a premiações.

Arthur: Uma biografia de Margareth Tatcher pela diretora de Mamma Mia. É no mínimo curioso, mas alguém duvida de que Meryl Streep está sensacional?


Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma 3D (Star Wars: Episode I - The Phantom Menace 3D)

Thiago: George Lucas, a maquina de fazer dinheiro, não poderia deixar de lado a conversão de suas produções cinematográficas. Dessa vez, Star Wars será exibido com seus episódios em sequência. A bilheteria em 3D pode ser alta, não que esse filme mereça.

Arthur: Este é o pior filme da trilogia lixo, ops, trilogia nova de Star Wars. Mesmo assim fãs idiotas como eu irão ver na pré estréia.


Cada Um Tem A Gêmea Que Merece (Jack and Jill)

Thiago: Adam Sandler é engraçado desde o início de sua carreira fazendo seu humor de sempre. Como é inevitável com a maioria dos humoristas que estrelam produções cinematográficas, a maquiagem ajudará a apresentar novos personagens. Vai ser engraçado, mas igual.

Arthur: Filme com Adan Sandler (que é ótimo ator quando quer, mas raramente quer) é sempre um risco. Esse foi colocado em praticamente todas as listas de piores do ano.


Reis e Ratos (Reis e Ratos)

Thiago: Do mesmo diretor de Meu Nome Não é Johnny com um dos maiores atores de sua geração. Para mim só o nome de Selton Mello – que só me decepcionou em Jean Charles – vale o ingresso. Na dúvida de ver o filme? Selton Mello.

Arthur: Do diretor do mediano Meu nome não é Johnny, o filme é promissor pela presença de Selton Mello (que dirigiu o melhor filme que vi em 2011, O Palhaço) e Rodrigo Santoro.


Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance)

Thiago: A insistência as vezes pode ser estúpida. Mas uma minguada bilheteria de um primeiro filme hoje é motivo para uma continuação. Prometeram mudanças de roteiro e concepção das personagens. A verdade é que tudo será igual e Nic Cage, provavelmente, continuará com cabelos compridos mesmo com a calvície aumentando. Sendo um filme vindo de quadrinhos, vale comentar também que a Marvel Comics trabalha seu produto de uma maneira qualquer.

Arthur: LIXO. Próximo!


Hugo (Hugo)

Thiago: Um de meus diretores preferidos investindo em um sistema que não tenho apreço. E, pior, a possibilidade de, por isso mesmo, ter o filme apenas dublado em minha cidade. Confiarei na capacidade de Scorsese em surpreender ainda que todos saibam que o diretor é genial quando se aprofunda no submundo.

Arthur: O filme de Scorcese está sendo muito bem criticado e concorrendo a todos os prêmios. Mas tenho dois pés atrás com o diretor, já que ultimamente anda errando mais do que acertando.


Anônimo (Anonymous)

Thiago: Roland Emmerich é conhecido por seu desejo de destruir o mundo, não importa de que maneira. É estranho apresentar uma produção que envolva um boato bem grosseiro sobre quem foi a figura de William Shakespeare. Será provavelmente superficial, sem nenhuma emoção e ainda irritará os fãs do bardo inglês. Boa, Emmerich.

Arthur: Esse é o filme mais desprezível do ano, quiçá da década. É o patético diretor Emmerich dando corda a uma velha teoria de que Shakespeare não seria Shakespeare. Teoria essa que só demonstra o preconceito da velha academia, que pensava que alguém sem educação universitária, que não era da nobreza não poderia ser o maior autor de todos os tempos. Alias, a teoria caiu por terra na década de 40 com o lançamento do livro a Imagística de Shakespeare de Caroline Spurgeon. Saber ler é uma benção, não?


My Week with Marilyn (My Week with Marilyn)

Thiago: Celebridades mundiais sempre geram biografias dos tipos mais diferentes. Nesta produção acompanhamos um segurança que esteve uma semana ao lado da loira. Ao contrário de Lindsay Lohan, Michelle Williams está parecida com Norma Jean. Resta saber se o enredo é bom ou se será só mais um filme cuja caracterização é competente.

Arthur: O filme faz um recorte histórico da relação conturbada entre Marilyn e Laurence Olivier no sets de filmagem. Curioso em ver o desempenho de Michelle Williams.



Março


Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close)

Thiago: Jonathan Safran Foer é sinonimo de um novo talento na literatura americana. Segundo livro seu a ser adaptado para as telas. Aguardo que seja uma boa adaptação e que Tom Hanks apresente um bom filme, após certo tempo sem demonstrar seu gigantesco talento.

Arthur: Stephen Daldry é um diretor muito constante e com algumas obras belíssimas (Billy Elliot e As Horas) e delicadas. Com um bom elenco, não deve errar.


Anjos da Noite 4: O Despertar (Underworld: Awakening)

Thiago: A série conquistou um público cativo ao ponto de estar na terceira continuação. É um exemplo de uma quadrilogia que sobreviveu ao hype de vampiros e monstros que assolou o cinema nos últimos anos. Mas, não, isso não quer dizer necessáriamente qualidade.

Arthur: O quarto exemplar de uma séria absolutamente dispensável... mesmo, não dá pra levar a sério.


Abril

Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror)

Thiago: Após a versão de Branca de Neve o Sete Anões, produzida por Walt Disney, não compreendo o que mais há para falar a respeito dessa história. Nessa versão quem se destaca é Julia Roberts – que deixou de ser a queridinha de Hollywood desde, estranhem, Os Queridinhos da América – como a bruxa malvada.

Arthur: Um conto de fadas com Julia Roberts como Rainha má... se acertarem a mão tem tudo pra ser uma surpresa agradável.


Wrath of the Titans

Thiago: O primeiro filme foi massacrado pela crítica como o pior com efeitos em terceira dimensão. Sem ele, a trama também não acrescentada nada. Produção que veio na onda de revitalizar histórias antigas, como 300.

Arthur: Não espero nada mesmo desse. Sequencia de um remake muito ruim. Sério, fiquem com o divertido filme original.


American Pie: O Reencontro (American Reunion)

Thiago: Muitos envelheceram com as personagens de American Pie. Mas, será que um reencontro é o que o público quer? Rever as personagens pode ser interessante. Mas também ruim se elas repetirem as mesmas piadas que, provavelmente, o primeiro filme fez melhor.

Arthur: Caça níquel para atores falidos.


Os Vingadores (The Avengers)

Thiago: Reunião de diversas produções mal desenvolvidas da Marvel, culminando em um filme grandioso que provavelmente não será tão épico assim. Quem pode apresentar um pouco de carisma ao filme é Robert Downey Jr e seu Homem de Ferro, tão bem composto e divertido quanto seu Sherlock Holmes.

Arthur: Teria tudo pra ser sensacional, mas deve mesmo ser um filme do Homem de Ferro com outros heróis. Se o Capitão América não é o destaque, então não é um filme dos Vingadores!


-

Amanhã, a segunda parte no ar!