segunda-feira, 23 de julho de 2012

Valente

(Brave, 2012) 
Direção: Mark Andrews, Brenda Chapman
Vozes originais: Kelly Macdonald, Emma Thompson, Kevin McKidd, Billy Connolly, Robbie Coltrane, Julie Walters, John Ratzenberger, Craig Ferguson

A Pixar deixou o público mal acostumado. Desde Toy Story a cota de excelência com material diferenciado é absurda. Assistir uma produção do estúdio era a certeza de bom filme com potencial para um dos melhores do ano. Então, veio Carros 2. Sequencia de um bom filme, mas desnecessária, com maior atenção para crianças do que público em geral.

Valente estreia com visível sensação de filme já conhecido. Tem como argumento conceitos utilizados anteriormente pela própria Disney ou concorrentes. Retirando o ineditismo comumente presente. Como Treinar Seu Dragão já tinha explorado o ambiente viking. O conflito familiar foi visto recementemente em Enrolados. E até mesmo a parcela mágica do filme tem semelhança com Irmão Urso.

O eco de referencias diminuem a história composta para ser simples aventura. Nela acompanhamos Merida, a princesa do reino que alcança a idade para ter um pretendente. Com espírito rebelde desde a infância, a garota tenta reverter a tradição e traz problemas ao seio familiar. O que se vê a partir disso é a situação elementar de valores e compreensão familiar.

O contorno simplista retira o elemento adulto costumeiramente presente nas produções do estúdio. Durante a projeção, imaginei diversas cenas que trariam o toque maduro na trama. Mas não aconteceu.

A animação continua um exemplo, com destaque para o personalíssimo cabelo de Merida, com grande vivacidade e perfeição. Mas sem a bem recebida trama em camadas o resultado é mais um das diversas animações do ano.

O questionamento que surge é compreender qual o pensamento atual da Pixar. Não é um estúdio que necessite de continuações ou ideias simplificadas para o sucesso. Porque ou o que motivou a exploração dessa vertente e o desejo de dar sequencia a história boas por si só como Monstros S.A. e Procurando Nemo.

O elemento que público procura ao ver um filme Pixar está presente somente no curta metragem, La Luna. Uma dualidade belíssima entre sublime e cômico. Explorando o espetáculo visual para produzir um lirismo único.

De qualquer maneira, Valente me deixou com uma sensação incompleta. E a tristeza de que nem a Pixar conseguiu salvar as decepcionantes estreias até agora.


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