sábado, 17 de janeiro de 2009

A Semana em filmes (08 a 14 de Janeiro)

08 a 14 de Janeiro


Bufallo 66 (dir. Vincent Gallo)

Vincent Gallo é o diretor tido como alternativo e independente que viabilizou a famosa cena de sexo oral em seu filme Brown Bunny. Mas desde Bufallo 66, que o pessoal underground insiste em dizer que seus filmes significam alguma coisa. Mas não.
Na trama sua personagem sai da cadeia e vai visitar os pais, no caminho sequestra Christina Ricci que não gosta da situação, mas vinte minutos depois diz amar o cara, e o filme se resume a isso. Gallo faz o papel do cara irritadiço, que sempre repete as frases mil vezes, chegando mesmo a irritar. Parece nitidamente que ele se vê como Tarantino por conta da verborragia, mas só dentro de sua mente, sem o talento na direção.
Christina Ricci chegou a ganhar um prêmio por sua atuação, embora eu só possa reconheçar que ela esteja belíssima no fime e só. Destacaria, talvez, apenas, a cena de dança no boliche, mas isso não requer muito recurso cênico de ninguém.
Por enquanto, o pior do ano. Mas é só o começo.




Saneamento Básico, o filme (dir. Jorge Furtado)

A carreira de Jorge Furtado tem gerado bons filmes, sendo esse, Saneamento Básico, o filme, o melhor entre eles. Ainda que a primeira vez que o assisti, ainda nos cinemas, faltou-me a sensibilidade e a malandragem para compreender as intenções do filme.
Na trama, os moradores de uma pequena vila querem pedir recursos ao governo para construir um fosso para o esgoto da cidade, porém a subprefeitura só possui verbas vindas de Brasília para um concurso que premia com 10 mil reais quem realizar um curta de ficção científica.
Nessa premissa, e usando aquele famoso jeito brasileiro, eles tentam fazer o possível para produzir um filmeco somente para ganhar o dinheiro para construir o fosso.
E assim a trama cria uma crítica dupla, não só das produções cinematográficas raras lançadas anualmente no cinema - que, sejamos sinceros, temos muitas - mas também na situação ridícula que vive o país, onde não há verbas para o saneamento básico, mas há para produções de ficção.
O elenco também é um destaque a parte, imagino o quão prazeroso deve ser trabalhar com um elenco de primeira, totalmente incrível. E aqui nem destacarei Wagner Moura por conta dos elogios tecidos na crítica de Tropa de Elite.
A cena final do curta metragem produzido durante o filme é ridícula e hilária, uma síntese de todas essas idéias e críticas que vieram na bagagem desse filme (Não se esqueça da mensagem que ele passa).




O Melhor Amigo da Noiva (dir. Paul Weiland)

Pelo titulo brasileiro do filme, podemos prever que O Melhor Amigo da Noiva pode ter certa semelhança com aquele filme estrelado por Julia Robert, O Casamento do Meu Melhor Amigo.
Assisti ao Casamento do Meu Melhor Amigo em seu lançamento e até hoje, depois de ver repetidas vezes, não consigo achar graça no filme, exceto pelo ator Ruppert Everett que está naturalmente engraçado como o amigo gay de Julia Roberts.
Por esse motivo, gostei mais de O Melhor Amigo da Noiva. A trama é quase a mesma, quando a melhor amiga de Patrick Dempsey está para casar, ele percebe que a ama e corre para tentar tira-las das mãos do noivo.
Dempsey reprisa o mesmo papel que fez em Encantada, o de galã do filme, e se sai muito bem novamente, tirando risadas nos momentos pastelão do filme.
Bobinho e sensível, é um gostoso filme Sessão da Tarde.




O Escorpião Rei (dir. Chuck Russell)
Não é preciso muito para saber o que esperar desse filme. Basta olhar para a capa do filme e observar a expressão furiosa de Dwayne "The Rock"Johnson, para compreender que o filme é uma dessas produções que jogaram seu dinheiro em sua porcaria.
Saído da sombra do Retorno da Múmia - continuação que já não é tão boa quanto o primeiro filme - a trama desse Escorpião Rei nada tem a ver com o vilão que vemos no filme da Múmia.
Portanto é uma pena que um filme que deve ter custado muito pela produção de figurinos, cenários, tenha um desenvolvimento tão ruim.
Não é que The Rock seja de todo mal, nas cenas de luta, evidentemente ele se sai bem. Mas sendo esse o primeiro papel de sua carreira de ator - depois o ator engrenaria uma e até faria alguns papéis interessante - ele limita-se a fazer algumas caras e bocas quando está assustado ou nervoso. Uma piada de mau gosto com muito dinheiro perdido.
Mas a melhor cena do filme ainda fica por sua conta, quando ele está enterrado até a cabeça para ser comido por formigas assassinas e começa a matá-las com o queixo. Sim, o queixo! Vale a locação.




Julio Cesar (dir. Joseph L. Mankiewicz)


A prova de que esse filme é de Marlon Brandon se revela já no cartaz. Seu papel, Marco António, embora apareça pouco no filme, está de corpo inteiro na imagem.
Baseado na peça de William Shakespeare, o bardo inglês, Julio Cesar conta a famosa história do assassinato do imperador de Roma. O filme em preto e branco é uma produção aparentemente - digo isso porque não li a peça ainda - fiel a obra do bardo, devido à teatralidade predominante em todas as cenas. Os monólogos das personagens estão presentes, incluindo o fabuloso discurso de Marco Antônio na morte de Júlio Cesar, um dos famosos monólogos de Shakespeare e uma das melhores cenas do filme, onde Brandon mostra porque seria conhecido como um dos melhores atores do cinema.
O filme funciona melhor em sua primeira parte, até o assassinato de Cesar. A segunda parte, dedicada a procurar os responsáveis pelo crime, é um pouco mais presa. Porém, conversando com um amigo leitor de Shakespeare, ele me confirmou que a própria peça é assim, seu início é melhor que o final, sendo considerada uma tragédia de aprendizado.
Mas evidentemente que isso não tira o brilho dessa espetacular produção.




O Expresso Polar (dir. Robert Zemmeckis)
Após assistir A Lenda de Beowolf, me interessei em assistir também o primeiro filme do diretor a usar o recurso da animação com captação digital e, de quebra, assisti mais um filme natalino fora de época. Por isso, por conta da similaridade da produção de ambos os filmes, alguns comentários podem ser parecidos.
As personagens nesse filme soam ainda mais artificiais - o que é natural, já que esse filme antecede ao Beowolf , embora algumas cenas possuam uma beleza inesgátavel (vejam só que belo cartaz brasileiro). Porém, se na trama de Beowolf havia um bom roteiro que supria os defeitos da imagem, o mesmo não ocorre aqui.
Com o intuito de deixar a viagem no expresso solar uma viagem atemporal, a primeira parte do filme está repleta de cenas agitas e desconexas, talvez com a esperança de confundir algum pequeno infante que vai assistir ao filme. Mas ele chega a engrenar um pouco quando chegam ao pólo norte.
O melhor do filme é Tom Hanks que fez quatro ou cinco papeis no filme, e está ótimo como Papel Noel. É um daqueles filmes natalinos com uma mensagem final em que devemos acreditar. Mas bem poderia ser em carne e osso, bem que poderia. Ou feito de vez como uma animação.




Pânico Na Floresta (dir. Rob Schmidt)

Se por um lado tenho grande aversão aos filmes de terror em que objetos são assassinos tenho grande adoração por essas histórias clichês de grupo de amigos entram em algum lugar perigoso e impossível de sair e algum monstro humano os persegues até sobrar um ou dois que conseguem escapar. É um estilo de terror antigo, desde os tempos em que Wes Craven era o mestre do terror. (Não confundam esse tipo de filme com o chamado porn terror onde lindas jovenzinhas inocentes são sadicamente fatiadas por algum serial killer muito inteligente - vide Jogos Mortais - ou por sadismo completo - como em O Albergue).
As tramas desses filmes, são, evidentemente todas parecidas. Mas o que faz a diferença em alguns deles são o clima criado durante a ação. E nesse Pânico na Floresta o clima é bem eficiente. Imagino que fazer um filme desses não tem erro. É colocar uns malvadões que pareçam mãos, um grupo de jovens que pareçam babacas e uma situação limite em que eles façam besteiras e se ferrem por isso. Mas, acreditem, muitos filmes nem sustos de leve conseguem causar.


4 comentários:

  1. foi praticamente uma "semana christina ricci", rs

    soh naum vá assistir speed racer por causa dela!

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  2. Eu já vi speed Racer. mas nem foi por ela.

    E curiosamente nesse filme ela não parece uma moça sexy, como costuma ser.

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  3. E qual o problema com a Christina Ricci? Ela é uma gracinha! ^^

    Achei que vc foi injusto com O Escorpião Rei, o ator não era dos melhores, tem bastante clichês, mas é uma boa históia, vai!

    Beijo.

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  4. apenas 2 comentários sobre Julio César:

    Ele não era imperador de Roma, o primeiro imperador foi augusto, porque Julio César morreu antes.

    E Brando não é um dos melhores atores do cinema é O MELHOR ator do cinema.

    Mas bela(s) resenha(s)

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