Dir. Peter Berg
Primeiro filme pós sua estréia nos cinemas, com o papel de Escorpião Rei, tanto em O Retorno da Múmia como no derivado de mesmo nome, Dwayne Johnson, ou simplesmente The Rock dá mais um passo para tentar ser um astro de ação.
Seu porte físico, oriundo das lutas, e um leque expressivo diminuto são boas características para conquistar um posto que não possui um ídolo definitivo desde o fim da década de 90.
Em Bem Vindo a Selva, The Rock é Beck, um coletor de dívidas que, sempre de maneira gentil, expõe aos seus clientes duas opções. O plano A, em que tudo ocorre sem problema e o plano B, onde a força física e bruta é imposta para realizar a missão.
A trama não traça contornos muito profundos, não explicando a razão na qual Beck precisa realizar uma última missão para ter seu restaurante de volta – aparentemente o coletor é um chefe de cozinha. Assim, ele parte para a Amazônia para resgatar Travis, filho de seu chefe, que está nas terras brasileiras procurando um artefato perdido.
A produção do filme tentou filmar em nossas terras, porém, após um assalto, optaram por locações no Havaí. Mesmo com o deslocamento da ação, há certa fidelidade nos cenários, ressaltados por propagandas de cerveja brasileira e traídos pelo sotaque mal feito das personagens que, nitidamente, não conhecem nossa língua. A confusão geográfica resulta em elementos cômicos sobre o país e nossa selva, como a presença indefectível de macacos e uma cena de luta ao som do samba.
Se o enredo da produção é bastante simples, um resgate na selva amazônica por um cobrador e, como pano de fundo, um vilão que escraviza a população por causa de suas riquezas naturais, as cenas de ação são bem engendradas. Utilizando-se de boa coreografia e de uma câmera lenta sem excesso para dar a perfeita idéia de que a personagem de The Rock é excepcionalmente boa no que faz, ainda que não goste de se envolver em brigas.
A contraparte cômica da trama, Sean William Scott, infelizmente não alivia muito a trama, nem lembrando os bons momentos que o ator proporcionou na trilogia American Pie.
O Fada do Dente (Tooth Fairy)
Dir. Michael Lembeck
É provável que em uma lista de exigências para se tornar um astro de ação em Hollywood haja a obrigação de estrelar filmes pipoca de comédia. Com enfoque principal para produções infantis em que o porte físico dos brucutus se tornem uma objeto de riso devido aos seus papéis nada ortodoxos aos costumeiros. Dos astros atuais que buscam essa patente, Vin Diesel estrelou Operação Babá, filme cujo título revela o enfoque humorado e The Rock, além de Treinando o Papai já se encontra em seu segundo papel família.
Em O Fada do Dente, Derek Thompson é um jogador de hockey das antigas cujo único sucesso que ainda permanece é suas faltas brutais que, invariavelmente, machucam seus adversários, fazendo com que eles percam um dente. Assim surge seu apelido, dado pelos fãs, de Fada dos Dentes. Em um dia, ao colocar a filha da namorada para dormir, quase conta a menina que a história de colocar o dente embaixo do travesseiro a espera da fada é uma mentira. Como punição, o jogador é intimado pela fadas e é obrigado a se redimir, se tornando uma Fada do Dente por algumas semanas.
Mesmo que a trama da produção seja construída para ser um filme família, com agrado maior para as crianças, de maneira surpreendente, o filme é bastante fluído. Como é de se esperar, The Rock transforma-se em uma fada esdrúxula e deslocada, o que provoca bons momentos de riso. A história moralizante sempre comum em histórias do tipo não é tão exagerada como de costume, resultando em um filme que, honestamente, me agradou mais do que as duas produções de ação com o ator que vi anteriormente.
Vale destacar a presença de Ashley Judd como namorada do jogador e a eterna noviça rebelde Julie Andrews como a fada madrinha, chefe do departamento das fadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário