Artista: Capital Inicial
Álbum: Das KapitalGravadora: Sony Music
Ano: 2010
01. Ressurreição
02. Depois da Meia Noite
03. Como se Sente
04. Eu Quero Ser Como Você
05. A Menina que Não Tem Nada
06. Não Sei Porquê
07. Melhor
08. Vamos Comemorar
09. Eu Sei Quem Eu Sou
10. Marte em Capricórnio
11. Vivendo e Aprendendo
Décimo segundo álbum de estúdio, quinto após sucesso propiciado pelo Acústico Mtv, a longínqua banda Capital Inicial intenta trilhar um caminho diferenciado daquele iniciado com disco homônimo em 1986.
Desde o retorno da banda, primeiro com sua formação original, depois com Yves Passarel assumindo as guitarras que o grupo é capaz de reunir, ainda, fãs das antigas e galgas novos, principalmente com seus hits de formato pop, sempre presente nas rádios.
Apesar de todo sucesso expoente que a banda possui, seus álbuns de estúdio são oscilantes. Rosas e Vinho Tinto, primeiro pós banquinho e violão é o mais coeso do retorno. Possui sonoridade densa, participação de Kiko Zambianchi – parceiro também de acústico – e letras que cultivavam o tradicional apelo pop sem perder a linha dos bons versos.
Gravado apenas com o quarteto, sem banda de apoio, Gigante, manteria a sonoridade calcada no rock´n roll com pitadas de balada sem nenhum brilho. A procura de letras simples de mais, canções tornaram-se vazias.
Eu Nunca Disse Adeus apontava mudanças leves na sonoridade da banda e afirmações de um amadurecimento. Dinho Ouro Preto utiliza seus graves para dar voz à algumas canções em um álbum que inicia bem mas logo perde o fôlego.
A somatória de canções antigas e novas, peneiradas nos lançamentos de estúdio resultam em um registro óbvio mas excelente. Gravado em Brasília Multishow Ao Vivo: Capital Inicial em Brasília, é a banda em seu melhor, tanto na performance energética como pela seleção das melhores composições.
Das Kapital marca o retorno da banda aos estúdios. O título refere-se ao livro mais famoso do filósofo político Karl Marx, e resvala no próprio nome da banda. A provocação comunista já havia sido tema dos cenários do show ao vivo, em que diversos cartazes representando a Rússia comunista simbolizavam a banda.
Na íntegra, o álbum foi posto no site da banda antes de ser lançado, tendo apenas duas faixas trocadas na edição em cd. Faixa que, ironicamente, parece refletir mais do que apenas uma canção.
A produção deste álbum aconteceu antes e depois do acidente de Dinho Ouro Preto em Outubro do ano passado. De modo que a canção que abre o álbum, Ressureição, parece trazer uma simbologia própria. Composta em contradições entre sim e não, destacada pelo verso: Uma vida gloriosa um minuto irrelevante. Profético verso se não escrito pós seu quase fatídico acidente.
Por conta desse fato, banda trabalhou melodias enquanto o cantor se recuperava. E melhor de saúde pôde por voz as canções.
Dentro os álbuns do retorno, é um dos que mais concentra-se em boas canções. De acordo com comentários da própria banda, a produção das novas canções bebeu em diversas fontes, partindo desde bandas clássicas as mais contemporâneas.
A maioria das letras são compostas pelos parceiros Dinho Ouro Preto e Alvin L., parceiro também de Marina Lima. O resultado é um álbum curto, de apenas trinta e cinco minutos, voltados mais ao rock / pop do que para as baladas, cuja boa parte das canções são bem trabalhadas.
A versão lançada inicialmente pela Sony Music é um belo digipack, com um encarte que contem as letras cifradas das canções. Bom elemento escolhido pela banda foi, além das fotos do grupo, fotografar os dois músicos de apoio, responsáveis, muitas vezes, por diversas canções e que, em muitas bandas, são tratados de maneira excusa.
A produção do álbum ficou a cargo de David Corgos, em vez do habitual Marcelo Suskind que trabalhou com a banda desde seu retorno.
O saldo da nova produção é positivo e poderia ser o primeiro marco de um amadurecimento da banda que, mesmo sendo quarentões, seguem a postura eterna de roqueiros que, ainda, vivem sua juventude anacrônica.
Atente-se para as faixas Depois da Meia Noite (primeiro hit radiofônico), a dançante Melhor, com um teclado setentista, e a ritmada – com palmas – Vivendo e Aprendendo que fecha o álbum e mantém o espírito juvenil.
Na próxima semana: Ray Charles - Live At The Olympia
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