Para encontrar a verdade você tem que acreditar...
Segundo longa metragem da série Arquivo-X, produzido tardiamente, após cinco anos do encerramento da série, Arquivo X – Eu Quero Acreditar dá continuidade a narrativa exibida na televisão e intenta não seguir os mesmos erros apresentados no primeiro longa.
O fundamento concreto da série, a mitologia alienígena, é posta de lado para uma trama mais comum e que abrangesse uma parcela maior do público. Entra em cena uma nova dupla de agentes, que investigam o desaparecimento de uma colega de trabalho. Por conter elementos que tocam o inexplicável, um padre que diz ter visões sobre a tal moça, a agente Dakota Whitney entra em contato com a agora médica em tempo integral Dana Scully para consultar Fox Mulder, especialista nesse tipo de assunto, cujo paradeiro é anônimo. Permitindo que, mais uma vez, a dupla consagrada se reúna a uma investigação.
A história do longa, além de suas falhas básicas, contradizem diretamente com a história desenvolvida na série. Poderia ser situada em um momento sem data definida, mas é evidente que se passa após os nove anos exibidos na televisão.
Ficando difícil de acreditar que após ser preso em uma instituição militar, julgado de maneira não convencional e foragido, Fox Mulder retorne ao trabalho que gosta por um caso sem nenhum destaque.
A emenda que liga a série ao longa é um perdão banal dado pelo FBI ao agente para que ele possa se tornar uma espécie de consultor no caso da desaparecida.
A evidente progressão narrativa inferida nos cinco anos até o segundo filme faz com que suas personagens centrais percam a química, ponto alto da série, até mesmo dos fracos episódios. Enquanto Fox Mulder mantem-se isolado, mantendo sua fé no inacreditável e em casos que envolvem conspiração e alienígenas, Dana Scully tornou-se médica em um hospital católico. Transformando o reencontro investigativo em um elemento mais burocrático do que nostágico, como deveria ser.
Rever personagens e elementos que marcam a identidade visual da série, em um primeiro momento, pode ser interessante, por trazer ae tona uma memória de um grande espetáculo produzido na década de 90. Mas a trama fraca criada para o retorno de uma série já clássica transforma o segundo longa em um episódio mediano.
Não só a trama abrangente é um erro. A dupla de novos agentes Dakota Whitney e Mosley Drummy, interpretados por Amanda Peet e o rapper Xzbit servem apenas de ponte para o retorno da dupla consagrada. Não conquistam o público pelo pouco entrosamento na tela e, em cena, não possuem carisma.
O resultado é apenas um sorriso ligeiro no rosto. Com demora para se produzir, calcada em uma trama não espetacular, Arquivo X – Eu Quero Acreditar não possui a força necessária imaginada pelos produtores. De se tornar uma trama fora dos elementos da série que começasse a atrair público e, assim, gerar mais continuações. Marcando, como na última temporada, um desenlace triste a tão incrível dupla de investigadores.
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