quarta-feira, 7 de julho de 2010

24 Horas, Oitava Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.


O inferno astral de Jack Bauer tem seu fim

Oito temporadas após a consagração como uma das melhores séries atuais, 24 Horas chega ao fim. Sem faltar ação nas horas infernais vividas por Jack Bauer, os oito longos dias do agente se não foram repletos de brilhantismo, são repletos de boas amarras do começo ao fim.

Mesmo apresentando diversos momentos com leves tropeços e até mesmo dias em que a ação fechava-se antes do término do mesmo, seu oitavo ano não apresenta novidades quanto a fórmula já consagrada, mas é capaz de fechar com qualidade a incrível série.

Mudando novamente de ambientação, agora situada em Nova York - uma das mais famosas cidades americanas – a série traz de volta a CTU, a Unidade Contra o Terrorismo que fora desativada no início do mandato da presidente Allison Taylor. O comando da unidade, com exceção de Chloe O´Brian, que bate de frente com seu chefe, é inteiro renovado. Ganham destaques novos atores escalados para essa temporada como a analista de dados Dana Walsh (Katee Sackhoff, a Starburck de Battlestar Galactica), Arlo (John Boyd) e Cole Ortiz, um ex-fuzileiro naval interpretado de maneira surpreendente pelo insosso Freddie Prinze Jr.

No último dia furioso de Bauer, a ação se concentra em um tratado de paz entre Estados Unidos, Federação Russa e República Islâmica do Kamistão. É graças a um informante de Jack, que bate em sua porta contando-lhe sobre um possível atentado contra ao presidente do Kamistão, que o agente volta à ativa.

A cada missão cumprida, Bauer tenta manter-se longe dos acontecimentos. Mas se vê perante ao inevitável e, sendo o melhor no que faz e, assim, o melhor para salvar o dia novamente, sente o peso da responsabilidade e assume de vez o comando das operações.

Mas nunca, em todos seus dias ruins, sua personagem esteve tão solitária. Finalmente com a filha Kim em segurança, de volta a Los Angeles, Bauer pode usar toda sua força sem medo de retaliação. Infelizmente o pequeno circulo confiável do agente se torna ainda menor.

Com nada a perder, ainda mais com a morte de Reene Walker, cuja personagem é bem reintroduzida na trama – para participar de uma infiltração na máfia russa – e tem uma triste saída de cena, Jack está mais nervoso do que nunca. Exigindo justiça.

A volta de uma das melhores personagens da série, o presidente Logan, serve como demonstração de que, mesmo as melhores pessoas, como a excelente presidente Alisson, podem ser corrompidas moralmente se o discurso ouvido parecer plausível e aceitável.

Com o laço criado por ambos, Bauer é mais uma vez traído e após salvar boa parte de Manhattan de uma explosão é convidado gentilmente a depor em uma prisão, em que seria preso se sua astucia precisa não agisse primeiro.

Até mesmo sua amiga Chloe O´Brian, que desde seu surgimento é a cobertura de Jack, questiona seus métodos. Atitudes aparentemente sem sentido que, como sempre, visão um bem maior. Não aceitando que nem mesmo os pequenos cargos, ainda mais os maiores, como a presidência, tomem atos escusos como justificativa. Matar cem para salvar mil. Tal ato não está na cartilha de Bauer, que só mata, mesmo que de maneira cruel, aqueles que estão contra o governo americano.

O resultado de toda essa seqüência de ação é uma última temporada com o melhor que a série é capaz de dar. Ação do começo ao fim, sem amarras mal feitas, uma personagem central que jura justiça e a contempla de modo violento, e os preâmbulos da política, suja e imoral. Um desfecho superior a de sua temporada passada em Washington.

O desfecho final das aventuras diárias de Jack Bauer, não só finalizam uma série que revolucionou o conceito de séries contemporâneas como, também, deixa morrer o tipo de herói nascido na década de oitenta, que ostenta, não importa qual dificuldade, seu objetivo a favor da justiça. Esteja ele ferido, física ou mentalmente, a luta pela razão maior sempre é o foco de sua moral, eternamente heróica.

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