segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Semana em Filmes (19 a 25 de Julho)

A Noviça Rebelde (The Sound Of Music)

Dir. Robert Wise


Clássico imprescindível da era dos musicais, ganhador de cinco Oscar, Noviça Rebelde é uma produção atemporal. Sua história leve sobre uma freira rebelde sem vocação para as rezas, convencida por sua madre para ser babá de uma família com sete filhos está em ótimo contraste com sua ambientação na hostilidade da guerra mundial.
As canções, além de excelente peças musicais, bem inseridas na produção, possuem o ótimo vocal de Jullie Andrews e uma coreografia que impressiona. Em grandes cenários expande-se com diversas minúcias e, em cenas mais intimidas, concentra-se na canção e no balé de seus atores.
Felizmente a versão brasileira das legendas não se preocupou em adaptar as canções, mantendo ou criando rimas. As traduções são literais, de acordo com a letra americana, deixando a sensação fiel a original. Particularmente sou contra adaptações com rima que fogem da canção inicial.
A edição nacional do dvd, que hoje já se encontra em duas versões, traz o filme na integra, incluindo sua abertura e intervalo musical, exibido nos cinemas, com boa qualidade de som e imagem.




Inimigos Públicos (Public Enemies)

Dir. Michael Mann


Michael Mann possui um talento incomensurável. Sua dedicação ao realizar uma nova produção cinematográfica é extensa e cuidadosa, debruçada em mínimos detalhes. De sua boa filmografia, elejo Colateral como sua melhor produção. Ainda mais revista no dvd com comentários do diretor, onde o mesmo explica todas as minúcias do seu processo de criação e direção.
Seu imenso talento é proporcional a dificuldade de analisar sua obras, intensas e compostas de diversas camadas. Assim, confesso ainda não compreender por completo a qualidade de Inimigos Públicos, filme esperado pelo talento do diretor e por ter Johnny Depp e Chistian Bale nos papéis principais.
A trama foca-se na decadente e sedutora década de 30 na América pós depressão. Tempo em que a maioria das produções exalam glamour ao contar histórias de bandidos subversivos que se tornam uma espécie de herói em meio a uma sociedade que tenta renascer.
O sedutor ladrão de bancos John Dilinger não fugiria dessa exceção. Homem bonito, educado, exímio assaltante, é polido ao ponto de nunca roubar dos eventuais refém de seus assaltos. A sensação de impunidade é tamanha que o ladrão vive entre o povo, janta em restaurantes caros e vai ao cinema com suas mulheres.
Em seu contraponto está Melvin Purvis, novo e talentoso agente do Bureau administrado por J. Edgar Hoover. Indicado pelo mesmo para atuar em Chicago e expurgar o crime da cidade, no estilo western: com audácia e uma arma na mão, pronta para disparar.
A produção foi filmada no formado digital, resultando em uma interessante fotografia próxima da realidade. Luzes ambientes dão a escuridão e o brilho necessário a cada cena, como se observássemos cenas documentais.
Depp e Bale estão confortáveis em seus papéis, algo comum em suas carreiras, onde performances acima da média sempre são padrão. Porém, um leve desconforto ao final do filme foi inevitável.
Os detalhes da produção, como ocorreu com o filme de máfia Estrada Para a Perdição, deixaram a história plástica demais, sem a emoção pungente que Mann, normalmente, transpassa para o público.
Ainda com muito requinte, Inimigos Públicos também foi vitima desse tempo rico e podre que os Estados Unidos viveu. Tempo tão perigoso que chega até mesmo a destruir grandes filmes.
Porém, deixo uma ressalva. Ainda pretendo rever o filme para tentar compreende-lo melhor.

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