domingo, 1 de janeiro de 2012

Estréias de 2012, duas análises

Destaco durante o ano que passou dois elementos que significaram o cinema em 2011 para mim. Cinematográficas que optaram pela exibição de filmes dublados em sua maioria e minha inclusão no mundo da alta definição, em Blu-Ray.

Sem aprofundar-se nos méritos da questão, é entristecido que, cada vez mais, deixo de ir aos meus cinemas preferidos pela recente opção das respectivas direções em exibirem filmes dublados, quase sempre sem sessões legendadas. Foi esse um dos motivos que vi poucos filmes no cinema, sendo desnecessário e bem incompleta uma lista sobre os melhores de 2011.

Ao mesmo tempo, graças ao Blu-Ray, pude assistir diversos desses filmes que perdi na tela grande em alta resolução de imagem e excelente som. Redescobrindo meu gosto pelo cinema, abalado pelas dublagens. Assistindo, alguns meses atrasados, a diversos lançamentos do ano passado.

Este ano, pretendo voltar aos cinemas. Superando a dificuldade de ir mais longe para assistir o filme desejado em uma exibição legendada. Há filmes cuja experiência no cinema valem a pena. Dessa forma, pretendo também acompanhar as estreias e, sempre que possível, produzir resenhas de tais lançamentos.

Aquecendo os motores do que está por vir em nossas telas convidei o amigo e colaborador Arthur Malaspina para comentarmos uma lista de 45 filmes cuja estréia está marcada para este ano. A lista foi dividida em duas partes para melhor leitura.

O critério da seleção valeu-se de novas produções de diretores consagrados, adaptações de livros conhecidos e outros elementos que de uma forma ou outra, desde já, são destaque em notícias. Evidenciando que há expectativa sobre tais produções.

A princípio, pode-se ver que o ano de 2012 parece melhor que o anterior. Resta saber se todas as produções ou, ao menos, parte delas, sejam de boa qualidade.

A programação baseia-se no calendário do site Cine Click. Sabendo que, normalmente, datas e meses são alteradas.


Janeiro


As Aventuras de Agamenon (As Aventuras de Agamenon)

Thiago: O repórter de mentira criado por Hubert, do Caceta e Planeta, é uma das grandes personalidade fictícias criadas no Brasil. Com uma história bem produzida tem tudo para ser um bom filme e superar o trauma de que o Caceta – aqui representado apenas pelo seu criador – não produz um bom filme.

Arthur: O novo filme do Casseta e Planeta, assim como seus 2 antecedentes, tem uma história original e promissora. E, novamente como seus predecessores, muito provavelmente será uma bela porcaria mal realizada e pretenciosa.



Cavalo de Guerra (War Horse)

Thiago: Após a década de 90, Steven Spielberg afastou-se de filmes grandiosos, apresentando produções diferenciadas em uma direção mais segura. Cavalo de Guerra pode ser mais uma dessas produções que inicialmente mal se percebe a mão do diretor, mas são uma excelente trama (como Prenda-me Se For Capaz e Terminal)

Arthur: Spielberg não vem dando motivos pra se duvidar dele nos últimos anos (fora o último Indiana Jones) e sempre se deu muito bem com o tema da guerra, então devem assistir sem medo.


Pequenos Espiões 4 (Spy Kids 4: All the Time in the World)

Thiago: Robert Rodriguez provou ser um diretor versátil – ainda que não tão competente quanto seu parceiro Tarantino. A franquia dos Pequenos Espiões produziu um bom primeiro filme – para adultos e crianças – e tentou apresentar novos elementos para agradar os pequenos. Nessa nova produção o elenco é novo, filmado em terceira dimensão, com o acréscimo de um cartela que revela cheiros durante o filme. Parece formatado para ser um programa bom para crianças, e só.

Arthur: Novamente Robert Rodrigues parece investir tudo numa nova tecnologia ainda engatinhando (4D), como já havia feito com o 3D no filme anterior da série, com resultados patéticos. Uma pena, já que o primeiro filme era excelente.


Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows)

Thiago: O primeiro filme de um dos detetives mais famosos da literatura foi excelente. Mesmo que a idade da personagem tenha sido renovada, o versátil Robert Downey Jr. desenvolveu um Sherlock definitivo. O Jogo de Sombras é esperado em alta expectativa e deve superar a primeira produção.

Arthur: Espero um mais do mesmo do primeiro filme, mas se tratando de Gui Ritchie isso não é ruim e sim divertido!


O Espião Que Sabia Demais (Tinker, Tailor, Soldier, Spy)

Thiago: John Le Carré é um dos melhores escritores de tramas de espionagem, autor do incrível O Jardineiro Fiel, filmado por Fernando Meirelles. Dirigido pelo diretor original de Deixa Ele Entrar, o elenco é promissor e a trama retoma um elemento que Hollywood não mais utiliza: a guerra fria.

Arthur: Um promissor filme com pano de fundo histórico. E é do Diretor de Deixa Ela Entrar, um dos melhores filmes da década passada!


As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn)

Thiago: Dois diretores do maior calibre do cinema americano. Um personagem incrível com histórias bem amarradas, divertidas e cheia de reviravoltas. E a pergunta que me incomodou desde a confirmação desta produção: porque não produzir com atores de verdade? Não sou entusiasta de produções com captação de movimentos e as cenas apresentadas no trailer parecem como os filmes anteriores do estilo: bonitas mas artificiais. Desde já é o filme que preciso assistir com amigos, para ter ombros onde chorar de desgosto.

Arthur: Tenho sentimentos divididos quanto a este. Por um lado adoro Tintim e confio em Peter Jackson e (um pouco menos) em Spielberg, por outro a técnica de animação por captura da movimentos nunca deu um bom filme.


Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (The Girl With a Dragon Tattoo)

Thiago: Não importa qual estilo de produção, Hollywood gosta de uma versão para chamar de sua. Afirmam que o livro é um excelente livro de suspense. Porém, a escolha de David Fincher como diretor mais parece um projeto planejado para alçar sucesso do que um desejo do diretor. Porém, Fincher é talentoso e, ao lado de Daniel Crieg, o potencial de sucesso é alto.

Arthur: Baseado num romance policial premiado, o filme estreia bem atrasado no Brasil. Não sei realmente o que esperar.


A Coisa / O Enigma de Outro Mundo (The Thing)

Thiago: Releituras são seguras por sempre terem um público cativo que dará alguma bilheteria para conhecer a nova versão. A Coisa não é bem uma refilmagem, e sim um prelúdio. Provavelmente, a trama será parecida e não apresentará nada de novo ao clássico.

Arthur: Terror vagabundo, sem mais.


J. Edgar (J. Edgar)

Thiago: Clint Eastwood ainda é um diretor em evolução. Durante sua filmografia executou filmes excelentes mas, vez ou outra, tropeça. Em sua segunda biografia, Leonardo Di Caprio parece perfeito como o criador do FBI. Infelizmente algumas críticas confirmaram um filme mal desenvolvido, mas é necessário assistir.

Arthur: Novo filme de Clint Eastwood e só isso já obriga você a vê-lo nos cinemas. No entanto, Clint não funciona tão bem com histórias reais (a exceção seria Bird). Espero que volte logo aos roteiros originais.



Fevereiro


A Bela e a Fera 3D (Beauty and the Beast)

Thiago: O 3D nunca me deixou animado, mas a possibilidade de rever clássicos por excelencia da Disney novamente no cinema é sempre um prazer. Simba foi um sucesso e é provável que este também seja.

Arthur: A reestreia de O Rei Leão foi a melhor coisa dos cinemas em 2011. Nada como rever o ápice das animações na tela grande, no entanto o 3D é um tanto quanto dispensável. O mesmo vale para a Bela e a Fera.


The Iron Lady (The Iron Lady)

Thiago: Ninguém se preocupou, de fato, com a história dessa produção. Quando observaram Meryl Streep no papel principal, perfeitamente caracterizada, compreendeu-se que, mesmo que a qualidade seja péssima, será mais uma interpretação sensacional e, provavelmente, indicada a premiações.

Arthur: Uma biografia de Margareth Tatcher pela diretora de Mamma Mia. É no mínimo curioso, mas alguém duvida de que Meryl Streep está sensacional?


Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma 3D (Star Wars: Episode I - The Phantom Menace 3D)

Thiago: George Lucas, a maquina de fazer dinheiro, não poderia deixar de lado a conversão de suas produções cinematográficas. Dessa vez, Star Wars será exibido com seus episódios em sequência. A bilheteria em 3D pode ser alta, não que esse filme mereça.

Arthur: Este é o pior filme da trilogia lixo, ops, trilogia nova de Star Wars. Mesmo assim fãs idiotas como eu irão ver na pré estréia.


Cada Um Tem A Gêmea Que Merece (Jack and Jill)

Thiago: Adam Sandler é engraçado desde o início de sua carreira fazendo seu humor de sempre. Como é inevitável com a maioria dos humoristas que estrelam produções cinematográficas, a maquiagem ajudará a apresentar novos personagens. Vai ser engraçado, mas igual.

Arthur: Filme com Adan Sandler (que é ótimo ator quando quer, mas raramente quer) é sempre um risco. Esse foi colocado em praticamente todas as listas de piores do ano.


Reis e Ratos (Reis e Ratos)

Thiago: Do mesmo diretor de Meu Nome Não é Johnny com um dos maiores atores de sua geração. Para mim só o nome de Selton Mello – que só me decepcionou em Jean Charles – vale o ingresso. Na dúvida de ver o filme? Selton Mello.

Arthur: Do diretor do mediano Meu nome não é Johnny, o filme é promissor pela presença de Selton Mello (que dirigiu o melhor filme que vi em 2011, O Palhaço) e Rodrigo Santoro.


Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance)

Thiago: A insistência as vezes pode ser estúpida. Mas uma minguada bilheteria de um primeiro filme hoje é motivo para uma continuação. Prometeram mudanças de roteiro e concepção das personagens. A verdade é que tudo será igual e Nic Cage, provavelmente, continuará com cabelos compridos mesmo com a calvície aumentando. Sendo um filme vindo de quadrinhos, vale comentar também que a Marvel Comics trabalha seu produto de uma maneira qualquer.

Arthur: LIXO. Próximo!


Hugo (Hugo)

Thiago: Um de meus diretores preferidos investindo em um sistema que não tenho apreço. E, pior, a possibilidade de, por isso mesmo, ter o filme apenas dublado em minha cidade. Confiarei na capacidade de Scorsese em surpreender ainda que todos saibam que o diretor é genial quando se aprofunda no submundo.

Arthur: O filme de Scorcese está sendo muito bem criticado e concorrendo a todos os prêmios. Mas tenho dois pés atrás com o diretor, já que ultimamente anda errando mais do que acertando.


Anônimo (Anonymous)

Thiago: Roland Emmerich é conhecido por seu desejo de destruir o mundo, não importa de que maneira. É estranho apresentar uma produção que envolva um boato bem grosseiro sobre quem foi a figura de William Shakespeare. Será provavelmente superficial, sem nenhuma emoção e ainda irritará os fãs do bardo inglês. Boa, Emmerich.

Arthur: Esse é o filme mais desprezível do ano, quiçá da década. É o patético diretor Emmerich dando corda a uma velha teoria de que Shakespeare não seria Shakespeare. Teoria essa que só demonstra o preconceito da velha academia, que pensava que alguém sem educação universitária, que não era da nobreza não poderia ser o maior autor de todos os tempos. Alias, a teoria caiu por terra na década de 40 com o lançamento do livro a Imagística de Shakespeare de Caroline Spurgeon. Saber ler é uma benção, não?


My Week with Marilyn (My Week with Marilyn)

Thiago: Celebridades mundiais sempre geram biografias dos tipos mais diferentes. Nesta produção acompanhamos um segurança que esteve uma semana ao lado da loira. Ao contrário de Lindsay Lohan, Michelle Williams está parecida com Norma Jean. Resta saber se o enredo é bom ou se será só mais um filme cuja caracterização é competente.

Arthur: O filme faz um recorte histórico da relação conturbada entre Marilyn e Laurence Olivier no sets de filmagem. Curioso em ver o desempenho de Michelle Williams.



Março


Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close)

Thiago: Jonathan Safran Foer é sinonimo de um novo talento na literatura americana. Segundo livro seu a ser adaptado para as telas. Aguardo que seja uma boa adaptação e que Tom Hanks apresente um bom filme, após certo tempo sem demonstrar seu gigantesco talento.

Arthur: Stephen Daldry é um diretor muito constante e com algumas obras belíssimas (Billy Elliot e As Horas) e delicadas. Com um bom elenco, não deve errar.


Anjos da Noite 4: O Despertar (Underworld: Awakening)

Thiago: A série conquistou um público cativo ao ponto de estar na terceira continuação. É um exemplo de uma quadrilogia que sobreviveu ao hype de vampiros e monstros que assolou o cinema nos últimos anos. Mas, não, isso não quer dizer necessáriamente qualidade.

Arthur: O quarto exemplar de uma séria absolutamente dispensável... mesmo, não dá pra levar a sério.


Abril

Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror)

Thiago: Após a versão de Branca de Neve o Sete Anões, produzida por Walt Disney, não compreendo o que mais há para falar a respeito dessa história. Nessa versão quem se destaca é Julia Roberts – que deixou de ser a queridinha de Hollywood desde, estranhem, Os Queridinhos da América – como a bruxa malvada.

Arthur: Um conto de fadas com Julia Roberts como Rainha má... se acertarem a mão tem tudo pra ser uma surpresa agradável.


Wrath of the Titans

Thiago: O primeiro filme foi massacrado pela crítica como o pior com efeitos em terceira dimensão. Sem ele, a trama também não acrescentada nada. Produção que veio na onda de revitalizar histórias antigas, como 300.

Arthur: Não espero nada mesmo desse. Sequencia de um remake muito ruim. Sério, fiquem com o divertido filme original.


American Pie: O Reencontro (American Reunion)

Thiago: Muitos envelheceram com as personagens de American Pie. Mas, será que um reencontro é o que o público quer? Rever as personagens pode ser interessante. Mas também ruim se elas repetirem as mesmas piadas que, provavelmente, o primeiro filme fez melhor.

Arthur: Caça níquel para atores falidos.


Os Vingadores (The Avengers)

Thiago: Reunião de diversas produções mal desenvolvidas da Marvel, culminando em um filme grandioso que provavelmente não será tão épico assim. Quem pode apresentar um pouco de carisma ao filme é Robert Downey Jr e seu Homem de Ferro, tão bem composto e divertido quanto seu Sherlock Holmes.

Arthur: Teria tudo pra ser sensacional, mas deve mesmo ser um filme do Homem de Ferro com outros heróis. Se o Capitão América não é o destaque, então não é um filme dos Vingadores!


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Amanhã, a segunda parte no ar!

2 comentários:

  1. Gostei dos palpites, mas achei o Arthur um pouco - ahn, como dizer? - pessimista.
    Confesso que de todas as estreias citadas, as que realmente quero muito ver são: Tintim e American Pie. E torço pra que superem as expectativas.

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  2. Adorei os comentários... meu pé atrás com Spilberg vem da série "non-sense" Terra Nova.
    Enquanto a Anjos da Noite, espero que nos relembre a verdadeira forma vampiresca, sem as purpurinas incandescentes... vou ver sim! Valeu pelas dicas. Espero por Batman, por favor nao maltratem o Christian Bale :D .

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