segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Semana em Filmes (13 a 19 de Junho)

Toy Story 3 (Toy Story 3)

Dir. Lee Unkrich



O estúdio Pixar, além da tradicional enumeração de elogios quanto a suas produções, mantém uma feliz tradição cinematográfica oriunda de tempos antigos do cinema: a exibição de um curta metragem que antecede a atração principal.
Dando vazão a imagem e a música para o brilhantismo da história, seus curtas são belas historietas simbólicas ou bons exercícios de humor que abrem o campo para a grande produção que virá a seguir.

Escolhido para acompanhar Toy Story 3, o singelo Dia e Noite comtempla tanto a animação clássica 2D como a computadorizada, apresentando duas personagens que representam o dia e a noite e tem um embate onde um tenta convencer o outro de que sua fase do dia é mais interessante.
Após o curta, eis a hora de uma das produções mais esperadas do estúdio entrar em cena. Dirigida por um estreante, que até então fora co-diretor/editor das produções passadas, Lee Unkrich tinha a ingrata missão de produzir um filme a altura das história anteriores, que atingiu seu primor em Toy Story 2.
O enredo da nova produção é bastante envolvente. Acerta com perfeição ao avançar a linha narrativa, envelhecendo o garoto Andy ao ponto dele estar se preparando para ir a faculdade e, portanto, sendo obrigado a decidir o que fazer com seus amados brinquedos de infância, entre o sótão da casa ou o lixo.
Em meio ao desespero gerado pelos brinquedos, cuja pior tristeza é o abandono, eles decidem por conta própria se infiltrar em uma caixa de doações a uma creche, mas logo percebem que a escolha foi mal acertada. Cabendo a, novamente, o cowboy Woody – o único a votar contra a investida a creche - salvar a pátria.
Basta um olhar sobre as últimas produções do estúdio para concluir que há tempos o enfoque de suas produções não miram os pequenos, deixando que outros estúdios de desenvolvimento menor, façam as mesmas produções animadas repletas de riso fácil e de rasa história.
O drama das personagens, ainda que trajados por um humor sempre pontual, possuem toques sutis de elemento humano. Necessitando muito mais da identificação e comoção adulta, do que da simpatia infantil. Até mesmo em certos momentos cômicos.
O enredo mais elaborado do que outras animações intenta quebrar o paradigma de que um desenho é superficial e, a cada lançamento, o estúdio afina seu estilo narrativo.
A mesma primazia dos primeiros minutos de Up – Altas Aventuras é vista ao narrar o crescimento de Andy, e seu amor em brincar, simulando filmagens caseiras. Dando a temporalidade e o contexto adequado ao espectador.
Sem dúvida, a produção, além de ser mais um tiro certeiro da Pixar e, provavelmente, um dos melhores filmes do ano, nada deve as outras. É rica em sensibilidade ao mostrar uma das primeiras transições de toda criança. O esquecimento voluntário de seu mundo infantil perante ao crescimento inevitável.
Uma metáfora pungente que afirma e encerra uma memória viva em todos nós. A infância que sempre perece, ao contrário dos brinquedos eternos. Ao infinito e além.

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