quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fringe, Primeira Temporada

A dita ciência de borda beira o ridículo

A sensação de mais do mesmo é inevitável desde o episódio piloto da Série Fringe. A nova série do produtor J. J. Abrams repete em sua primeira cena um acidente aéreo, mesmo argumento de sua série anterior, Lost.

A famosa sensação de deja vu torna-se ainda mais explícita quando Fringe começa a ganhar a alcunha de nova série do momento, que conquistará os fãs saudosos de Arquivo-X pela temática parecida. Bobagem.Enquanto a brilhante série de Chris Carter possuía uma mitologia e um argumento interessante e, a maioria das vezes, plausível, aqui isso é um mero detalhe. O tal Fringe é um ramo da ciência conhecido como ciência de ponta, os fenômenos que os tradicionais ainda não souberam explicar. Assim, teorias mancas e explicações bobas são a muleta dos roteiristas para os absurdos que vemos na tela.

A narrativa ainda se torna mais fora dos trilhos devido ao trio principal: Olivia Dunham, a agente do FBI responsável pela divisão dos fenômenos inexplicáveis, uma personagem sem muito carisma; Dr. Walter Bishop, um velho doutor, que estranhamente conhece tudo sobre os fenômenos, trabalhou em quase todos eles e, para deixar ainda mais clichê, por ter sido internado em uma clínica, oscila entre a loucura e a genialidade; e seu filho Peter Bishop, interpretado por Joshua Jackson, o eterno Pacey de Dawson´s Creek, que consegue fazer outra personagem, mas também não acrescenta muito.

Fringe parece um simulacro, uma série destinada a causar um frisson de mistério mas que nunca chega lá. Até mesmo sua abertura retoma a de Arquivo-X, com imagens enigmáticas e frases chave que apontam elementos da trama. J. J. Abrams, dito como um bom criador, novamente apostas suas fichas no mesmo elemento de suas séries anteriores: enigmas que mais confundem do que revelam, conspirações onde não sabemos em quem confiar. Porém, tudo soa tão mal trabalhado que a história é morna.

A série ganha um pouco de fôlego no meio da temporada onde, é de se imaginar, muito do público pode ter abandonado a série, afinal, não é fácil assistir dez episódios oscilantes até encontrar um significativo.

Porém, é visível o quanto Abrams é capaz de fazer uma boa propaganda de marketing, fazendo com que sua série, coloca no primeiro escalão das boas produções, pareça imperdível quando, na verdade, entre a nova boa safra dos últimos anos, é o vinho que passou do prazo, virando vinagre.

Por fim, fiquei imaginando que tipo de produtor é Abrams que nem mesmo espera um de seus sucessos encerrar na televisão (Lost, que, como todos sabem, teve quedas de audiência) para lançar outra série que, como anunciada pelo marketing, seria outra revolução?

A segunda temporada de Fringe estreiará esse mês, algumas imagens e promos já formam divulgados, e os dvds com a primeira temporada completa tem previsão para desembarcar no Brasil em Outubro. Mas, provavelmente, é uma série que não acompanharei.

Um comentário:

  1. Comecei a ler seu blog, gostei e resolvi ler alguns dos seus posts antigos.

    Por acaso voltou a acompanhar Fringe? Se sim, o que achou dos caminhos da serie? Pergunto porque apesar que esta na ultima temporada Fringe ficou meio "cult" de um tempo pra cá.

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