Data de exibição: 21/09/09
O Que Dr. House Diria?
"Qual é, exatamente, a diferença entre fingir cooperar e realmente cooperar?"
"Conquistas só duram até que alguém as estrague. Fracassos duram pra sempre."
"Nós somos todos patéticos. É o que faz tudo ficar interessante."
ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DO EPISÓDIO, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO O EPISÓDIO, POR FAVOR.
Ano passado, no término da quinta temporada de House M.D, uma boa reviravolta narrativa foi escolhida para encerrar a temporada. A mesma que, em questão de minutos, é introduzida de volta ao público em uma abertura especial, feita para esse episódio, que aponta o começo do tratamento do Dr. House para curar, principalmente, suas visões, e mostra a agonia de quem, após anos, sente abstinência de sua droga.
Em um especial de duas horas, resultando em uma hora e vinte de um episódio duplo, Broken é o todo o processo de tratamento do doutor na clínica. Um ponto da história que, no término da temporada passada, imaginei que seria mais longínquo.
A estréia começa acima do padrão e fora da ambientação que conhecemos, um ponto que demarca muito bem que ainda que o médico tenha uma boa equipe como apoio, somente sua figura é o suficiente para suportar uma história. E nesse caso sua equipe se torna supérflua quando aquilo que presenciamos é a transição do médico que conhecemos para algo que ainda não nos foi apresentado.
As características já tradicionais e consagradas do médico aparecem e ressoam desde o começo de sua passagem pela reabilitação. Sua teimosia de ir contra o sistema, elaborar planos para conseguir o que quer indo contra a lei, até ter a percepção, como ocorreu na temporada passada, de que sua tendência natural é enlouquecer. Então, House pede ajuda.
Difícil conceber alguém que sempre possuiu a voz da razão esperando a consulta de um outro médico que será seu terapeuta e lhe dará conselhos. Mais difícil ainda é compreender que a lacuna de House é tão profunda que, aparentemente, a ajuda é bem aproveitada.
A narrativa é intercalada com um romance rápido que reforça a tendência que temos a acreditar que a mudança é uma das necessidades do médico. Ao ponto de que, muita pouca análise, e mais emoção é o que envolve as duas personagens.
Longe de seu habitat natural, onde o médico já tentou provar quem era o predador dominante, sem a pressão de ser sempre o melhor, sem os efeitos colaterais do remédio que sempre tomou, foi natural sua tendência a ser um pouco mais social. A cena da confraternização de todos os pacientes em que seu companheiro de quarto o convida para improvisar o rap em dupla é espetacular. Uma cena que mostra a faceta irônica do médico com um jeito mais manso de lidar com aqueles que estão em sua volta.
O ponto de análise desse episódio centra-se em uma boa colocação de House sobre si mesmo: “eu comecei a me ligar a um cara, mas então a minha propensão a destruir com as coisas tomou conta de mim. E depois, o meu desejo de me divertir tomou conta da minha propensão”.
House é, por si só, um destruidor nato. Um brincalhão que prefere ter o jogo em suas mãos, mesmo que destruído, do que funcionando nas mãos de várias pessoas. É um auto-sabotador.
Chega a assustar a cena final do episódio com o médico saindo da clínica, do mesmo jeito que entrou, sentando no último lugar do ônibus, sorrindo e trajando uma camiseta com um smile berrante. Talvez, em um aspecto bem impar de si mesmo, longe de todos, Gregory House pode ser um pouco de si sem a proteção que o cerca. Mas é de se imaginar que não veremos muito desse lado pelo que esta por vir.
onde é que está o texto?
ResponderExcluirEu vi ontem... gostei bastante, é bom sair de terreno conhecido as vezes!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSe repararem Alvie, o companheiro de quarto de House aparece com a camiseta de smille na segunda ou terceira cena de reunião em grupo, ele e' o dono original da camiseta, acho que isso da outra conotação a ultima cena, talvez tenha sido uma forma sutil, uma forma "House" do autor ter demonstrado a mudança que a personagem sofre.
ResponderExcluirEpisodio muito bom, clima de filme, me lembrou estranho no ninho.