quarta-feira, 30 de setembro de 2009

E.R - Plantão Médico, Décima Primeira Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Muita ousadia e grandes acertos

Após a oitava temporada da série, que considero a melhor até agora, imaginei o quão difícil era, para os produtores e roteiristas, tentar restabelecer toda harmonia que fora destruída na série com a ousadia dos mesmos em experimentar e deixar com que grandes personagens saíssem de cena.
Se por um lado a falta que essas personagens fazem é notável, o espaço que surge para que outras apareceram e cative o público é presente. Os fãs que acompanham a série devem estar acostumados que, a cada ano, bons personagens iram embora. Alguns com despedidas majestosas e outros apenas dizendo adeus e saindo em silêncio.
A décima primeira temporada de E.R. – Plantão Médico me fez refletir, inicialmente, dois aspectos. Primeiro, o narrativo, que finalmente se amarra bem e consegue trazer uma temporada boa, coesa, com boas histórias médicas e bons conflitos pessoais. E um segundo pensamento mais íntimo, de que há onze anos – no período da série – acompanho a história desse plantão – saga que comecei a menos de dois anos – e que em mais quatro temporadas encontrarei o final derradeiro da série.
Buscando voltar a sua tradição de excelência vista nas temporadas passadas, essa temporada tem início voltado ao drama pessoal de cada médico. Procurou-se fazer com que o público primeiro identifica-se com as personagens antigas e gostasse das novas para, então, ampliar novamente a história e foca-la de volta no ambiente médico.sA personagem que mais evoluiu de um ano para outro, sem dúvida, foi a Dr. Neela Rasgotra. Nela reside o lado mais humano da série. A estudante cujas habilidades são inquestionáveis mas que a prática ainda é coberta por diversas dúvidas. Não só na execução no seu trabalho, como na saudade que tem do Dr. Galant, que ressurge do Iraque em dois bons episódios, mas logo volta ao seu posto na guerra.
No contraponto de Neela, surge a personagem de Ray Barnett, um novo doutor que, apesar de ser excelente em seu trabalho, trata-o como segundo plano, pois possui um trabalho noturno de músico. O embate criado entre os dois é positivo e ambas as personagens crescem e prosperam para a próxima temporada.
As despedidas inevitáveis tiram de cena três personagens das antigas. A Dra. Elisabeth Corday, Dr. Jing-Mei "Deb" Chen. e uma das estrelas principais desde o primeiro episódio, Dr. John Carter.
A saída de Corday torna-se lamentável pois rompe, em boa parte, a parte cirúrgica da série, sendo reduzida drasticamente. Sua saída é rápida e diminuta em relação ao impacto já causado pela personagem durante anos que, inclusive, acompanhou e sentiu de perto a morte de Mark Greene.
Se sua saída é rápida, Jin-Mei, que há certo tempo cuidava de seu pai doente e já aparecia pouco no trabalho, tem uma despedida a jato. Um desfecho rápido entre ela e Dr. Pratt, que encerra o episódio natalino da série e só.
Como retorno das grandes narrativas da série, destaco o sexto episódio da temporada, A Time do Death, uma história comovente e profunda gravada em tempo real, onde Sam, Kovac, Abby e Pratt tentam salvar um alcoólatra da morte (interpretado pelo ator Ray Liotta); e Alone in a Crowd, o décimo quinto episódio que narra a história de uma mãe que sofreu um derrame. A inovação é que boa parte da narrativa é feita pela própria mãe que não consegue se comunicar com os médicos (Esse mesmo recurso foi utilizado em um episódio da série House M.D. anos depois).
Por fim, propositadamente deixado para o final, como a saída mais importante da série e também um bom episódio, está The Show Must Go On. O desfecho desta temporada que dá adeus a John Carter.
Sua despedida ganha toda a pompa de sua personagem, uma das maiores de toda a série, que cresce desde um simples estudante até um dos médicos mais competentes nesses onze anos. Sua cena final, caminhando pelo pronto socorro e lembrando de diversas lições que aprendeu com seus mestres – Greene, Benton – é simples e bela. Carter, ao sair do pronto socorro, deixa para seu sucessor, Morris, a mesma lição dada por Mark Greene. Como se passasse para frente a responsabilidade de um manto invisível.
Novamente, a grande lacuna deixada por Carter – um personagem muito querido - pode criar diversas oscilações para a próxima temporada. Mas é de se imaginar que, no próximo ano, Dr. Kovac e Dr. Pratt reinarão absolutos.

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