quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

The Good Wife, Primeira Temporada

Seu escândalo. Sua História.

Diariamente nos jornais de maior circulação do país, o caderno destinado a política é – com tendências editorais a parte – uma leitura importante para compreender a dinâmica governamental de um país. Não raro as notícias além de apresentar ações, planos e tendências, dediquem páginas exclusivas a reportar denuncias e problemáticas de candidatos e governo.

A vida pública, além de seu viés político, sempre se desconstrói na mídia, recortada em diversas reportagens que as vezes apontam a verdade crua em atos escusos, corruptos e outros escândalos que parecem permear qualquer cargo de poder.

A cada escândalo apresentado na mídia, personagens invisíveis a nós são abalados pela história. São amigos, família e outras relações que sente o impacto da notícia amarga, muitas vezes surpreendente.

Dedicada esposa do promotor Peter Florrick, Alice observa a destruição de seu seio familiar após o marido assumir a culpa em um escândalo envolvendo sexo e corrupção. Transformando-se na esposa vítimizada preferida da mídia, Alicia tenta colocar sua vida nos eixos assumindo seu antigo trabalho, como advogada, na empresa Stern, Lockhart & Gardner, cujo um dos sócios foi seu colega de classe. A semelhança envolvendo o ex-governador de Nova York em um caso parecido não é coincidência.

The Good Wife traz Julianna Margulies (A enfermeira Carol da longínqua E.R. – Plantão Médico) de volta ao estrelato, após anos de sua saída da série médica. Apresentando um interessante drama criminal, a série que já está em sua segunda temporada interlaça bem dois meandros da mesma base narrativa.

A procura de sair da sombra do marido corrupto, Alice Florrick luta por sua independência demonstrando boa competência na advocacia, enquanto intenta a unica vaga de associado Junior da empresa. Ao mesmo tempo que ainda devota ao casamento, demonstra sua vontade de, mesmo não mais amando ativamente o marido, salva-lo de seus pecados.

Impressiona a passividade da esposa, descontente com as atitudes do marido mas ainda disposta a ajuda-lo a limpar seu nome. A série se alimenta por esses dois caminhos, a trilha de Alicia demonstrando sua superioridade como advogada e sua devoção em torno de um marido que, mesmo assumindo os erros, parece a margem de cometê-los novamente.

Com evolução lenta, o enredo não decepciona e, a cada episódio, apresenta boas tramas jurídicas que ficam a cargo de Alicia. Há casos interessantes que dão para o espectador questionamentos sobre a sensibilidade dúbia das leis. A personagem apresentada por Margulies - que já lhe garantiu o Globo de Ouro de Melhor Atriz de drama em 2010 - é centrada e paciente, bastante condizente com a esposa forte capaz de superar os escândalos envolvendo o marido.

Lançada em setembro do ano passado, o canal Universal trouxe a história para o Brasil em tempo recorde, com apenas dois meses de atraso. Um dos poucos canais pagos que cientes da proliferação do download tentam não se atrasar exageradamente na exibição de seu conteúdo, como acontece com a Fox, por exemplo.



Um comentário:

  1. Não conhecia o blog ainda. The good wife no momento é uma de minhas séries favoritas. A essa altura do campeonato, Alicia já deu um pé na bunda de Peter mostrando que não é tão passiva assim. Na vdd, essa passividade com que enfrentou o escândalo sexual envolvendo o marido foi mais por devoção aos filhos do que a Peter. Ela é a boa esposa que zela pela união familiar, daí a decisão de permanecer ao lado do homem que a traiu. Até onde entendi agora é o momento da virada. Para mim, o melhor da série é que ela une os dramas pessoais da protagonista ao mundo ambíguo das leis, mostrando que a justiça de cega não tem nada. A atriz é ótima bem como os outros atores. Já falei demais.Boa sorte no ano 03.

    ResponderExcluir