sábado, 30 de janeiro de 2010

Alta Fidelidade: Vale Quanto Pesa


um texto apaixonado sobre shows musicais


Há alguns anos, anualmente, o Brasil vem recebendo diversos shows internacionais. O leque de opções é bastante variável, indo desde bandas menos desconhecidas, que executam suas performances em casas de show menores, a grande astros como Elton John e Madonna.

Se há um ponto em comum entre todos esses eventos, os altos preços são aquilo que os une. É sempre dedutível que uma atração internacional venha com preços estratosféricos no país, trazendo a tona uma das principais perguntas a respeito: valem a pena?

Talvez o primeiro ponto a refletir é a respeito do que a banda em questão significa a você. Uma hora ou outra, é possível que, ao menos, uma de suas bandas preferidas venha para o país, portanto, é necessário estar mais ou menos preparado para isso.

Os preços normalmente são salgados e, para quem não pode comprar direto na bilheteria em São Paulo, há taxas e taxas que, supostamente, são para favorecer o cliente. Não que eu veja vantagem em pagar mais quarenta reais pelo meu ingresso que já possui um preço caro. Porém é pagar ou não tê-lo.

Quem ainda mora longe da cidade e tem dificuldades em transitar por ela por não conhecê-la, acaba optando pelas excursões. Um preço barato em relação a passagens individuais e são convidativos para quem está no interior e encontra um grupo para acompanhá-lo. Assim, há um meio para ir e para voltar mais seguro do que vagar por uma ou outra cidade desconhecida.

Colocando esses dois pequenos critérios na ponta do lápis, é possível ter uma idéia se tal ou aquela banda merece ter o show assistido. Tal critério varia de acordo com cada um. Porém, em um amplo aspecto geral, sempre que surgir a dúvida se ir ou não no show de sua banda preferida, mesmo que com um preço um pouco salgado, não tenha dúvida, sempre vale quanto pesa.

Os preços altos sempre são justificados com os altos cachês exigidos pela banda. Mas compensam a sensação única de estar ao vivo com músicos que você aprecia. Valendo-se que eles não são do Brasil, o contato pode ser, de fato, a primeira e última vez. Mesmo que você os veja quase a distancia, em pequenos pontos no palco, a sensação de estar lá, ouvindo a música que produzem ao vivo, ao lado de um coro que te envolve, produzindo energia e levando até os músicos, provoca um sentimento impossível de ser explicado. Nessa hora, o preço já não conta mais.

Tais shows, sempre proporcionado a uma multidão de pessoas, são espetáculos únicos. Em lugares em que a banda toca raramente é possível sentir sua dedicação redobrada em dar toda sua energia. A boa produção que os envolve, incansáveis jogos de luz, um telão para quem ficou mais distante acompanhar, faz com que a cada canção você se sinta mais a vontade e esqueça as horas e horas de espera que ficou na fila e depois na pista esperando em bom lugar.

No fim da noite, o cansaço, o eco ensurdecedor nos ouvidos, que quase exigem um pouco mais de música, comprovam que a noite musical foi deveras incrível. Única. E que o preço por isso tudo pode ter sido alto monetariamente falando, mas que será um daqueles instantes que serão levados e lembrados por toda vida. Guardado no melhor lugar da memória.

Assim, não haverá dinheiro no mundo que pague e podemos confirmar que sim, alguns espetáculos valem o quanto pesam.



Alta Fidelidade, a coluna semanal do criador desse blog que hoje assistirá o show do Metallica em São Paulo e assistiu, ano passado, o show da banda Kiss. Aqui é possível falar abertamente sobre alguns temas sem que exija uma resenha para tal. Pretende-se abordar todo o tipo de assunto cultural, seja ele sobre livros, filmes, dvds, cds e, nessa semana, sobre a sensação de estar em um show ao vivo.

Semana que vem a coluna entra em recesso para a coluna Preliminar.

Um comentário:

  1. Concordo com vc. Pra quem é muito fã de banda internacional ( e ainda mais de bandas de rock lendárias, como eu) deve aproveitar quando elas veem ao Brasil, pois pode ser a oportunidade única. Tem coisas que o dinheiro não compra (como diria Mastercard), e a sensação de estar no show torna todo o dinheiro gasto um valor minímo...

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