sábado, 28 de novembro de 2009

E.R - Plantão Médico, Décima Segunda Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Doze anos no ar em plena forma.

Após cinco temporadas em que escrevo sobre essa série, embora tenha assistido-a desde o começo há dois anos, é quase redundante certos aspectos que abordo. Afinal, ainda que com apenas uma temporada oscilante, cada ano que passa confirma, ainda mais, minha impressão a respeito de E.R. – Plantão Médico. Sua ousadia é sem limites e, tratando-se de uma série cujo enfoque é um pronto socorro, mesmo que nos apegamos a certas personagens, quando é hora delas partirem, seus roteiristas dizem adeus e continuam a entregar excelentes situações e bons roteiros.

O fato é que após a nona temporada oscilante, que explicitamente não soube lidar com a ausência de um personagem, seus produtores e roteiristas aprenderam muito bem como preencher a lacuna de saídas importantes, grandes fios condutores da trama, e dar maior rigidez e estrutura para prosseguir.

A décima segunda temporada da série começa exatamente aonde a anterior parou: logo após a saída de John Carter, especificamente na fuga de Alex, o filho da enfermeira Sam e na busca que ela e Kovac fazem pela cidade atrás do garoto.

Se essa história tem um leve tropeço por mudar o ator que faz o garoto, apresentando um menino maior e menos carismático, o gancho serviu para chamar atenção do público a um novo drama, evitando que a ausência de Carter atrapalhasse.

A série ganha mais dinâmica novamente ao trazer uma nova enfermeira-chefe ao pronto socorro, uma personagem que, apesar de passageira, tem uma atitude severa e mexe com a tranqüilidade desse núcleo que desde a saída da enfermeira Carol e da mudança de Abby para doutora, tem ficado apagada, ganhando foco somente na história de Sam.

O cirurgião que se apresenta na temporada passada, Dr. Lucien Dubenko também reaparece dando vida ao lado cirúrgico da série, que se apagava aos poucos. Sua personagem não só rouba as cenas, por ser estranho e brilhante, mas também por ser um dos únicos que dão a merecida atenção a Dr. Neela Rasgotra, que decide partir também para a cirurgia.

Neela é outra incrível personagem que fundamenta os parâmetros dessa temporada. Seu papel é um dos mais densos da série e encontra em seu companheiro de casa, Dr. Ray Barnett, bem melhor estruturado nesse ano que na temporada passada (onde parecia um médico deslocado e descuidado) um contraponto para sua amargura.


A ala médica ganha a aquisição do Dr. Victor Clemente, outro personagem passageiro da série, como há em todas as temporadas, que mais funcionam para desequilibrar o ambiente já hostil da série do que para ser um personagem que permanece na galeria de grandes médicos.

A série, aos poucos, movimenta suas personagens conhecidas. Novamente dá cenas de destaque para a sempre ambígua Kerry Weaver, mostra momentos de humanidade de Gregory Pratt (que destroem parcialmente sua credibilidade), e escolhem Luka Kovac como uma das figuras centrais da trama.

Como em seu inicio na série, sua personagem se torna um excelente médico competente e ganha, assim, a chefia do pronto socorro. Se seu relacionamento com Sam falha logo no inicio, retomar sua história com Abby cria um simpático casal antigo, que muito provavelmente o público torcia para que ficassem juntos.

Quem se despede dessa temporada, de maneira rápida, é Susan Lewis. Personagem relevante no inicio da série mas que em sua volta, na oitava temporada, só teve bom destaque, e funcionava bem, na época de Mark Green. Sua saída de cena ocorreu por causa de brigas com os produtores da série, portanto assim como aparece em um episódio, é dito no outro pelas personagens que foi embora aceitando um emprego em outra cidade.

Marcando a boa continuidade da série, John Carter participa de dois episódios centrados na África. Que aliviam os fãs da personagem e dão um sentido para sua despedida do hospital. O ano também traz de volta Michael Gallant, que serve apenas de gancho dramático para Neela, com que se casa.

Essa temporada marca o fim da abertura inicial, que a partir da próxima possui apenas alguns segundos. Tal corte foi realizado para que um pouco mais da série fosse exibida, o que, de certa forma, é uma pena, pois os créditos da série eram bem interessantes e sempre se atualizavam conforme novas personagens surgissem.

Como outro costume na série, há um episódio voltado para um ator convidado. James Woods interpreta um professor que está morrendo aos poucos por uma doença, em um belo episódio, Body and Soul, focado em um único paciente e transita entre o presente e seu passado glorioso. Repleto de drama e emoção.

O movimento final da temporada é arrebatadora. O gancho não só abre uma nova ação para a série, como cria um caos dentro do pronto socorro. A cena final é angustiante. Imaginei como quem assistiu na época do lançamento foi capaz de esperar meses para que, na outra temporada, a ação se conclui.

Faltando apenas três anos para seu final derradeiro, E.R. – Plantão Médico demonstra pelo seu décimo segundo ano consecutivo que sabe inovar, sem medo e aprendendo com seus erros. Definitivamente é um dos melhores dramas que a teve americana já produziu.

E, antes que pensem, sim, inevitavelmente, após o término dessa temporada, corri para assistir a seqüência e devo avisa-los que próxima temporada começa tensa, dramática e incrível.


Um comentário:

  1. Como sempre, você arrasou, Thi.
    Você escreve apaixonado pela série, mas nem por isso deixa de criticar e isso é raro hoje em dia.
    Pra variar, fiquei com vontade de voltar a ver a série...
    E que venha a resenha da 13ª temporada!
    Beijos.

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