quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A Sete Palmos, Six Feet Under, Primeira Temporada

Nem sempre a morte é o caminho mais fácil


Sempre indicada como uma das melhores produtoras das séries atuais produzidas no mercado, o canal pago HBO tem mais um argumento para comprovar essa tese com Six Feet Under, produção do canal lançada em 2001 e finalizada em 2005.

O destaque da produção inicia-se em sua trama peculiar, que expõe a complicada relação da família Fisher, donos de uma funerária, após a morte do patriarca da família. Se a ambientação pode soar, momentaneamente, esquisita, os densos dramas de suas personagens possuem alta dosagem de realidade, dando uma verossimilhança pouco vista em séries dramáticas.

É impossível negar que todas as personagens exibidas na trama são bem trabalhadas. Todas possuem uma estrutura complexa, muitas delas em dualidade com a aparência e a própria essência. Essa diferença entre ser e parecer é um dos principais motivos que causam tantos conflitos para a família, que na perda do patriarca, perde o único ponto que as estruturava.

Cada episódio apresenta no seu inicio uma morte, que será tratada pela família em sua casa funerária. Como é costume nas séries da HBO, os episódios possuem quase uma hora de duração, já que o canal não se preocupa em dar espaço para os intervalos necessários nas televisões abertas.

O cuidado para se produzir a série é extremo e, novamente, o canal cria uma série uníssona com bom roteiro, bons atores, direção, fotografia e pequenos detalhes bem cuidados, como a abertura minimalista que apresenta o tom da série.

Dos excelentes atores que estão presentes, apenas conhecia Michael C. Hall, que depois encarnaria o serial killer Dexter. Sua personagem na história, David Fisher, um homem bastante formal divido por esconder seu homossexualismo é incrível, mostrando uma figura bem diferente daquela interpretada por Hall na outra série, provando sua extrema competência.

Tratando-se de um drama, um drama familiar cujos embates sempre surgem e a morte está presente a maioria do tempo, é inevitável afirmar que Six Feet Under é denso do começo ao fim. Sua estrutura é bastante elevada, muitas vezes deixando que o telespectador infira sobre seu desenrolar, antes de discorrer a explicação das ações das personagens.

É, sem dúvida, uma série primorosa que nos deixa, ao mesmo tempo, desconfortável e ávido de continuar a conhecer a história dessa família repleta de desestruturas que poderia ser a nossa.



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