quarta-feira, 25 de julho de 2012

Batman - O Retorno

(Batman Returns, 1992)
Direção: Tim Burton
Atores: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken

Tim Burton retorna à franquia de Batman após realizar o fabuloso Edward Mãos de Tesoura, três anos após o filme inicial. Batman – O Retorno evita a repetição numérica da continuação, baseando-se em um recurso antigo do cinema que não está muito em voga atualmente.

Ao contrário do primeiro filme, a produção envelheceu mal por conta da narrativa. Como natural em sequências, novas personagens surgem em um universo expandido. O começo é promissor, sombrio sobre a origem do Pinguim. Mas em seguida ocorre brusca cisão em relação à atmosfera anterior. Se antes havia um toque de realidade, esta é deixada de lado para o espetáculo. Exagerando em personalidades excêntricas em larga e pequena escala.

Além da galeria de vilões do morcego possuir uma gama de excentricidades, até personagens desenvolvidas para dar maior escopo ao filme são estranhas. Max Shreck, interpretado por Christopher Walken, é um magnata dos negócios que deseja, literalmente, dominar Gotham City. Seu cabelo branco e espetado demonstra que não existe mais nuance para a caracterização de nenhum personagem, seja ele vilão, herói, ou um ricaço da cidade.

O interesse amoroso de Bruce Wayne surge em forma de vilã: a famosa Mulher Gato, interpretada por Michelle Pfeiffer. A origem de sua personagem está no longa. A justificativa mística para sua paixão pelos gatos não dá credibilidade a uma vilã que, ainda por cima, caminha pela cidade dando piruetas. A atriz pode estar sedutora no papel, mas não há espaço para nenhuma psicologia a mais do que a loucura.

Danny DeVito interpreta com maestria Pinguim. Mas seu desenvolvimento destrói qualquer credibilidade de interpretação. Até certo ponto parece crível o arsenal que Pinguim tem em seu submundo. Até surgirem pinguins de verdade que também fazem parte de seu bando (e ainda estes mesmos pinguins serão responsáveis por uma cena de ação no final da trama).

A realidade é quebrada por completo e o filme parece homenagear mais o riso da série seiscentista do que dar continuidade à história desenvolvida anteriormente. O desequilíbrio narrativo torna-se tamanho que as partes mais significativas do filme são apenas medianas.

É possível, de qualquer maneira, observar que houve preocupação em melhorar o que não foi tão bem apresentado no outro filme. As poucas cenas de ação são mais fluídas, os poucos efeitos especiais são também integrados a cena. Mas não dão ganho a uma história que se enfraquece por não saber qual rumo tomar.


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