quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sherlock Holmes - O Jogo das Sombras

(Sherlock Holmes: A Game of Shadows, 2011)
Diretor: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Jared Harris, Noomi Rapace, Stephen Fry.


Uma das características que definiu Sherlock Holmes como uma grata surpresa no ano de 2009 foi a capacidade de unir a tradição em uma nova roupagem. Mantendo a essência das personagens e inserindo o estilo narrativo contemporâneo sem desequilíbrio. A sapiência reflexiva da personagem ganhava também agilidade física. Resultando em uma história aditivada em pensamentos rápidos e bem engendrados, diálogos irônicos, ambientação coesa que perpetuava excelentes cenas de ação.

Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras peca pelo exagero do excesso. No lançamento da produção, mais de uma vez, li menções de que o primeiro filme se tornaria uma introdução perante ao que parecia a trama mais robusta da série, ainda mais por envolver o grande rival de Holmes, o professor Moriaty.

Os elementos que agradaram o público estão presentes. Robert Downey Jr e Jude Law em uma perfeita química, confortáveis com suas caracterizações. A Inglaterra do início do século bem reconstruída entre cenários e efeitos computadorizados. A direção ágil de Guy Ritchie.

Tentando não situar-se entre mera repetição da trama anterior, conceitos foram desenvolvidos de maneira diferenciada, diminuindo o vigor. A bela Rachel McAdams perde seu papel de mocinha, dando espaço para Noomi Rapace, longe de ser tão carismática. As cenas de ação composta em dois planos, velocidade e câmera lenta, ação real e visão interior do detetive, não possuem tanto impacto. Perderam a descrição dos atos de Holmes trocados por uma sugestão visual silenciosa.

Embora bem desenvolvidas, as cenas de ação são longas, dificultando a compreensão de uma trama que intentava mais raciocínio que a primeira. O Jogo das Sombras mencionado no título oculta-se do público. Não revelando, como poderia, as intenções de seu vilão.

A ação cede à tensão entre Holmes e Moriaty somente no desenlace. Compondo um embate tenso, cujo final definitivo aproxima-se das histórias originais, colocando um sorriso no rosto dos leitores reclamões de Sir Conan O´Doyle.

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