quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Supernatural, Primeira Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

O sobrenatural duvidoso

Nos lançamentos anuais de novas séries que buscam conquistar o público, há um espaço cativo para um formato que sempre se mantém em produção sem, exatamente, apresentar um bom nível de qualidade.

Normalmente, situam-se nessa categoria séries que intentam agradar amplamente o público, apresentando situações não muito profundas, mas que deflagram atenção. O enfoque muita vezes juvenil, complementa a amplitude de sua intenção.

A série que reconta a origem de Super Homem, Smallville, traz em sua formula uma produção juvenil, que aproxima-se de elementos novelescos repleto de dramas não profundos. A formula de um super herói em aprendizado vivendo como um humano quase normal, resultou em uma série de grande sucesso, com dez temporada cujo fim está programado para o próximo ano.

Produzida pelo diretor McG, que assina também Chuck, Supernatural apresenta um enredo calcado no sobrenatural sem, necessariamente, valer-se de elementos de terror para conduzir sua história.

Apresenta dois irmãos como investigadores, que voltam a se encontrar para seguir a trilha do pai desaparecido. A obsessão pelo inexplicável encontra-se na infância da família, quando a mãe dos garotos foi assassinada por um demônio, em um incêndio sobrenatural. Desde então, a família Winchester tornou-se um trio não usual que caça e extermina tudo aquilo fora do comum.

Ao contrário de outras séries que valeram-se do sobrenatural como tema, seu desenvolvimento não é profundo. Histórias são apresentadas no início de cada episódio e os irmãos, de maneira burocrática, vão até o local realizar uma investigação.

Como não são profissionais licenciados para realizar tais investigações, valem-se da boa malandragem para conseguir dinheiro para sobreviver. Tal fato entra em conflito com a dinâmica da série em diversos momentos. É evidente que a dupla trabalha com pouco orçamento, o que torna injustificável o fato de, a cada caso, ambos aparecer disfarçados como figuras que mais se adéquam a investigação. Sejam policiais, padres, bombeiros ou simples jornalistas.

A base utilizada pelos irmãos para as investigações é um grosso diário utilizado pelo pai. Que parece conter bem mais informações do que aparenta. Já que a cada episódio, a cada demônio ou espírito que cruza seu caminho, há uma referencia direta nas anotações do pai.

Transformando argumentos que, por tocarem o desconhecido, poderiam ser interessantes em histórias risíveis, sem desenvoltura. Narradas de maneira burocrática e inseridas em uma fórmula juvenil que funciona pouco.

Quando a série começa a perder seu padrão burocrático de narrativa – caso sobrenatural apresentado, irmãos descobrindo o acontecido em um jornal e viajando para investigar – as tramas melhoram. Apresentando no segmento final bons episódios como Fé, sobre um ceifador de Almas e A Família Bender que subjulga o conceito do sobrenatural.

O elemento mais incômodo durante a primeira temporada é a constatação óbvia de que, em seu final, a série se fortalece e apresenta um excelente desenlace.

O retorno do chefe da família, John Winchester, mesmo que temporariamente, traz ritmo a série. Há mais carisma no pai do que em suas crias. Sua figura cativante fundamenta a seqüência de episódios dando mais ação, drama e suspense.

A trama escolhida para fechar a primeira temporada é um grande acerto. A vingança da família contra o suposto demônio que matou a mãe é inserida no momento certo. Não ocorre de maneira abrupta e da completude a outros episódios.

Mesmo com um bom gancho para o próximo ano, é necessário muito desenvolvimento narrativo para que a série conquiste, de fato, um bom andamento. Em seu primeiro ano, há mais falhas do que acertos.


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