terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Semana em FIlmes (03 a 09 de Outubro)



Toy Story (Toy Story)

Dir. John Lasseter


Como todos os movimentos cinematográficos que carregam o selo do estúdio Pixar, Toy Story tornou-se um marco por ser a primeira produção realizada inteiramente em animação computadorizada.
Ainda que o filme dispute o cargo com o brasileiro Cassiopéia, passados quinze anos de lançamento, uma tornou-se franquia de qualidade e sucesso, outra, se muito, tem exibição rara em canal aberto.
Até o lançamento de Toy Story, a Pixar era uma produtora promissora, apenas. A composição da animação era rica, mas não apresentava o requinte elevado das últimas produções da casa, capazes de elaborar linhas narrativas que agradam tanto adultos quanto crianças.
Dentre as três produções, é o filme mais brando. Porém, com construção sólida de suas personagens e conflitos, concentrados na chegada de um novo boneco no quarto do menino Andy: Buzz Lightyear, um agente espacial que tira o favoritismo do cowboy Woody, que se torna enciumado em não ser mais o querido.
Ainda sem uma trama sem muitas camadas como seus dois filmes posteriores, a produção apresenta muito bem a amizade da dupla, repleto de diferenças e contrapontos, mas unidas pelo amor de um garoto. Não bastasse isso, desde já, também, há frases icônicas, como a famosa isso não é voar, e sim cair com estilo.
De animação pioneira, suas seqüência não perderam a qualidade com a evolução tecnológica digital.
A produção foi relançada no inicio do ano no duvidoso sistema em terceira dimensão, como um aperitivo para a estréia de Toy Story 3.




Malditas Aranhas! (Eight Legged Freaks)

Dir. Ellory Elkayem


Em décadas passadas, animais assustadores foram, de fato, sucesso. Espécies ferores, escorpiões gigantes, aranhas modificadas que, filmadas em stop motion, eram capazes de causar medo e terror em produções preto e branco.
Com a exploração de outras vertentes do meto, o estilo foi para segundo plano, tornando-se produções B do gênero de Terror. Pela ambientação exagerada, filmes do estilo começaram a ser produzidos mais pelo riso involuntário do que pelos sustos.
Malditas Aranhas! homenageia de maneira estilo esse estilo de produção. Faz uso de um bom orçamento para, propositadamente, aparentar um estilo tosco, calcando-se em uma trama evidente mas muito divertida.
Desenvolvida em uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos, um acidente com lixo tóxico faz com que as aranhas de um criadouro local mute-se, transformando-se em seres gigantes.
Trabalhando com um roteiro óbvio, que não esconde sua intenção, com aranhas desaparecendo com amigáveis animais de estimação, encurralando mocinhas salvas por heróis desaparecidos, a produção explora ao extremo o inusitado da situação para produzir o riso.
Ao contrário de outra produção estrelada por David Arquette, a Trilogia Pânico, cujo terceiro ato faz uso dessa comédia de terror, Malditas Aranhas! concentra-se em tipificar as personagens sem medo, dando-lhe a sensação nítida do bem e do mal e da natural união de cidadãos contra uma causa maior.
O resultado do pastiche é uma interessante homenagem aos monstrengos assustadores dos filmes B de décadas passadas e quase duas horas de pura diversão com miolos, ou seja o que for, de aranhas gigantes estourando na tela.





Revelação (What Lies Beneath)

Dir. Robert Zemeckis


Enquanto filmava Náufrago, um dos últimos grandes filmes de Robert Zemeckis e Tom Hanks, foi necessário que a produção pausasse suas gravações por um determinado tempo enquanto Hanks, na trama isolado em uma ilha, emagrecia para a segunda parte da história.
Com uma equipe de produção formada e bem integrada, surge a interessante idéia de se produzir outro filme enquanto o cronograma de gravações estava pausado.
Reunindo dois grandes astros de Hollywood, na época em que tal status contava mesmo quando atores realizavam produções rasteiras, Revelação apresenta-se como um bom thriller de suspense que não só insere interpretações precisas – elemento um tanto quanto difícil no gênero, já que poucos atores consagrados arriscam estrelar tais produções – e uma boa direção de Zemeckis, que ainda não tinha se entregado para as produções em animação que tentam imitar a textura e composição de um filme tradicional.
Sem procurar inovações, exceto uma boa narrativa de suspense sobrenatural, a trama tem Harrison Ford e Michele Pfeiffer como um casal que, aparentemente, possui uma boa vida. Mas tal harmonia é cessada por algo que intenta avisar a esposa sobre um passado ainda não conhecido do marido.
Valendo-se da histeria provocada pelo desconhecido e uma direção que complementa a trama, a história cresce em bom ritmo até sua, trocadilho inevitável, revelação derradeira.
Ainda que a duração ultrapasse as duas horas, dando a sensação de um prolongamento que poderia ser melhor cadenciado, a somatória do elenco, direção e roteiro resulta em uma produção significativa.


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