segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Semana em Filmes (25 a 31 de Julho)


Top Gang 2 - A Missão! (Hot Shots: Part Deux)

Dir. Jim Abrahams



Antes de interpretar a si mesmo no seriado Two And a Half Man, o ator Charlie Sheen mostrava sua competência cômica nessa dupla de filmes que fora um dos últimos grandes do gênero pastelão, cuja única intenção é divertir o público com cenas cômicas rápidas, que fogem, muitas vezes, da compreensão natural.
Top Gang 2 – A Missão, é dirigido por Jim Abrahams, o roteirista por trás também de Apertem Os Cintos... O Piloto Sumiu, da trilogia Corra Que a Polícia Vem Aí e de Todo Mundo em Pânico 4, tentando revitalizar a franquia.
A trama retoma a personagem de Sheen, Topper Harley, o único homem capaz de salvar a equipe de salvamento que foi seqüestrada enquanto tentava salvar um cientista.
A primeira parte dessa produção é repleta de gags cômicas e enumera diversas referências a outras produções, desde homenagens óbvias, como Rambo, até cenas de desenho animado, como o famoso espaguete entre A Dama e o Vagabundo.
Infelizmente a segunda parte da trama tenta amarrar um pouco seu enredo, e esquece-se de sua intenção maior, apresentando um leque cômico bem menor. Porém, até esse ponto, a conquista de tantos risos é tamanha que não compromete o desenvolvimento do filme. Ainda que outras produções do diretor foram capazes de equilibra bem roteiro e comicidade.



Efeito Borboleta (The Butterfly Effect)

Dir. Eric Bress e J. Mackye Gruber


Diz a teoria do caos que todo o universo é ligado por uma imensa teia invisível e que um pequeno ato gerado em uma parte da Terra pode causa algo gigantesco em outra parte da mesma. A história das asas da borboleta que causam um tufão.
A essência dessa teoria funciona na ficção científica quando se explora viagens temporais. Um detalhe modificado, pode significar um futuro completamente diferente.
Baseado em conceitos complexos e detalhados, Efeito Borboleta tenta apresentar ao público uma história que contenha essa temática sem que seu enredo pareça complicado, realizando uma trama que não abarca as profundidades das teorias, formatada para ser um filme com estilo adolescente.
Se não o filme de mais sucesso de Ashton Kutcher, ao menos o único em que sua interpretação se diferencia de suas personagens padrão. Ainda que talento não seja seu forte.
Kutcher é Evan, garoto com infância problemática, principalmente por uma condição desconhecida pelo médicos em que desmaia, normalmente, em situações de alto stress. Quando se torna um adolescente, descobre ser capaz de realizar regressões ao seu passado e descobre que mudá-lo pode ser mais infeliz do que o próprio passado triste.
A produção, ainda que não tão profunda, carrega consigo um pano de fundo que analisa as mudanças que acontecem na vida de todos e não podem ser modificadas. Mesmo que nessa história surja uma aparente sensação de mudança.
A trama funciona, tendo bons ganchos devido aos seus desvios narrativos e é competente naquilo que pretende. Ser um filme superficial sobre o gênero com um astro teen que sustenta bilheterias.



Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal (Midnight in the Garden of Good and Evil)

Dir. Clint Eastwood


O diretor Clint Eastwood é um dos mais prolíficos em atividade. Desde sua primeira incursão por trás das câmeras, provou ter domínio na arte e apresenta, desde então, produções de qualidade inquestionável.
Sempre aprendiz de sua profissão, os acertos são maiores que os erros, que ainda, de tempos em tempos, surgem na filmografia do astro, como recentemente A Troca antes do incrível Gran Torino.
Baseado em um romance, Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal peca por seus grandes excessos. A trama longa explora um leque de personagens bizarras que, em nenhum momento, parece adequado com a história narrada pelo diretor.
Focalizando-se em John Kelson, um escritor e jornalista convidado para ir até Savannah, Geórgia, para cobrir a festa de natal de um famoso rico local. Porém, desde seus primeiro minutos na cidade, Kelson nota que a cidade é repleta de peculiaridades.
Um universo repleto de personagens não conectadas com a realidade surge em cena e somam-se a um emarenhado que não possui nenhum sentido aparente. Ao contrário de filmes do diretor David Lynch, todo o estranhamento apenas dificulta a compreensão do filme.
A trama ganha desenvolvimento quando o tal rico, Jim Williams, assassina um de seus empregados. Há a aparente sensação de tentar conduzir uma trama policial em um local onde a verdade não é prioridade. Mas o desfile de personagens alternativas, como uma feiticeira que nunca explica a que veio, faz da produção de Eastwood um dos pontos fracos de uma bela carreira.



Extermínio (28 Days Later)

Dir. Danny Boyle


Dois anos após realizar A Praia, primeiro filme de Danny Boyle a alçar grande sucesso e causar danos na carreira do ainda não tão competente Leonardo Di Caprio, Extermínio apresenta a versão pessoal do diretor sobre um avassalador vírus que contamina a população da Inglaterra transformando-as em zumbis.
Desenvolvendo-se 28 dias depois que o primeiro humano foi infectado com o vírus, sua longa cena inicial apresenta-nos uma das personagens centrais, Jim, despertando em uma cama de hospital e descobrindo uma Londres dizimada e vazia.
Caminhando pela cidade, Jim descobre que o país foi destruído pelo vírus e encontra em alguns sobreviventes a razão para prosseguir e tentar encontrar seus país e algum lugar onde possa existir vida.
O maior beneficio da produção é não procurar nenhum tipo de formula inovadora, seguindo muito do estilo zumbinesco criado por George Romero. Salvo os zumbis que agora são aditivados, sendo capazes de correr. Elemento adicionado para cenas de ação mais ágeis.
Seguindo uma tradição em sua realização, Extermínio consagra-se pelo bom enredo que trouxe de volta o prestígio que Danny Boyle perdera com A Praia, e ainda foi sucesso de crítica e público.



Predadores (Predators)

Dir. Nimród Antal


Algumas produções cinematográficas americanas possuem um conjunto tão único de criatividade, bons personagens e afins, que se tornam rapidamente ícone cultural, ganhando status e possíveis continuações e releituras.
A força de sua história sempre parece promissora, mas quase nunca a execução de tais produções se igualam ao seu primórdio, a primeira produção.
O caçador vindo de outro planeta, conhecido apenas como Predador, é uma das boas personagens criadas na década de 1980. É um matador sem igual, alienígena possuidor de artefatos que o ajudam na caça e com uma caracterização que se divide entre o assustador e o grotesco.
Desde seu lançamento em 1987, sua personagem ganhou quatro filmes, dois deles divididos com os Aliens e já protagonizou, até mesmo, histórias em quadrinhos onde heróis como Batman e Tarzan procuram dar um fim na criatura.
Produzido por Robert Rodriguez, Predadores conduz um novo caminho sobre tais criaturas. Apresenta um grupo de personagens que caem em um planeta desconhecido, formado por uma vasta floresta, que nada mais é do que um campo de caça dos tais monstrengos.
A ambientação em uma floresta remete-se ao primeiro longa metragem, parecendo promissora. Basta iniciar-se os diálogos entre o grupo, que clichê atrás de clichê surgem na tela. Adrien Brody, arriscando-se como astro de ação, faz um mercenário que se torna o líder do grupo. A brasileira Alice Braga se transforma na típica mulher macho que desconfia de todos. Formando um seleto grupo que inclui até um japonês da máfia Yakuza que, em dado momento, luta com espada samurai contra um Predador.
A prática de um filme de ação lotado de cenas de ação e nada mais vem sendo comum. Ao contrário da primeira produção, citada nesse filme, que além do embate entre homem e alienígena dava espaço para um enredo ser desenvolvido.
Como requer uma seqüência, elementos referentes a mitologia do alienígina é ampliada. Apresentando animais de estimação e divisão de casta rica e casta pobre aos Predadores, resultando em uma luta entre ambos. Mesmo com a novidade, nada impede que estratégias anteriores, como a lama que esconde o calor do corpo, seja usada novamente.
Sem sombra de dúvida que o resultado só poderia ser uma produção rasteira.


3 comentários:

  1. Vamos, lá: Topper Grace? Ou é Topper Harley? Eu opto pela segunda opção. Quanto ao fato da história ser consistente, bem, eu discordo. Tem um bom andamento como um todo. O filme não é um Airplane, mas tem um dos melhores momentos do cinema: Nunca em uma cena só teve tanto subtexto. Mas em que cena? Aquela em que Charlie Sheen está narrando algo sobre o inferno ser a possibilidade de alguma coisa que me fugiu da memória, em seu barco (Platoon). E logo depois, você tem papai Martin Sheen (narrando Apocalypse Now, filme do qual foi protagonista) em outro barco. E quando os dois se encontram, sai à frase: I LOVE YOU IN WALL STREET. Filme que os dois protagonizaram no final dos anos 80, ambos como pai e filho (duh).

    Vida longa e prospera.

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  2. Ih, caralho. Acima cometi um erro: Corrigindo: "Quanto a história não se consistente, eu discordo".

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  3. Realmente, Topper Grace é o ator que faz um personagem no Predadores.

    Eu tinha ótimas lembranças do Top Gang 2, mas lá pelo meio quando o Topper Harley invade o covil do inimigo, as piadas não ficam com tanto subtexto como no começo, que é uma metralhadora de piadas.

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