sábado, 5 de dezembro de 2009

Preliminar - Avatar




Eu tinha doze anos de idade quando um filme de grandes proporções, tal como seu navio, estreiava nos cinemas. Titanic fez filas e filas no cinema. Assisti-lo era necessário toda uma infraestrutura para escolher a sessão, ir duas horas antes para garantir, na fila que já se formava, seu ingresso. E depois migrar para a fila que aguardava a sessão, impaciente.

Foi uma produção que fez pré venda em vídeo na época do seu lançamento, em que a reserva em vídeo, quando fui reservar, estava em uma lista imensa, e eu era o trigésimo quarto da mesma. É a produção que elevou a sempre competente Kate Winslet ao estrelado, que a partir desse filme ganharia um pouco de ar pop, e transformou o franzino Leonardo Di Caprio em um dos homens mais desejados por uma geração de garotas que compravam revistas somente para ter em seus quartos o rosto pueril de seu personagem nas paredes e suspirar.

Todo esse preâmbulo elucida e introduz o homem que estava por trás dessa mega produção. Desde aquela época até aqui, Titanic ganhou diversos Oscar, foi um dos filmes populares mais vistos durante muito tempo e, ainda que não tenha todo o aval da crítica como um bom filme, é monumental por sua execução.

James Cameron não só produziu um filme audacioso, como criou novas tecnologias para realizá-lo. Algo um tanto comum para o diretor que revolucionou a ficção científica com Exterminador do Futuro e O Segredo do Abismo, continuou a saga de Ridley Scott com Aliens, e ainda brincou com a falta de verossimilhança em filmes de ação no incrível True Lies.

Eis que após esse tremendo sucesso, Cameron anunciava mais um projeto ambicioso e audacioso que depois de doze anos tem data marcada para estréia.

Como é de se imaginar, no quesito técnico, Cameron novamente trouxe inovações para o meio cinematográfico. Dessa vez criando um sistema que integra o fundo verde para os efeitos especiais nas próprias cenas, o que facilita o processo de filmagem. Dizem os especialistas que tal técnica ajuda a baratear o custo dos efeitos sem que eles fiquem ruins.

A princípio, Avatar deve ser considerado uma trama de ficção cientifica. Embora, pelos trailers apresentados com exaustão por qualquer cinema, a narrativa aparenta fugir da esquemática do gênero e terá batalhas e muita ação, o que dará margem para o maior fascínio do diretor. Os efeitos especiais.

Se a produção foi alardeada aos poucos e sendo apresentada ao público da mesma maneira, as dúvidas a respeito de sua qualidade surgiram também desse modo. Até o exato momento já surgiram polêmicas quanto a tramas semelhantes demais com a do filme, o design das personagens que lembram o de outra produção é até mesmo título pode confundir algumas pessoas que imaginam que esse seja a adaptação do desenho da Nickelodeon.

Tratando-se dos efeitos especiais, Cameron já provou ser competente. Prova disso é a fantástica cena do O Segredo do Abismo em que algo não humano entra no submarino da história e interage com os tripulantes.

Pelas imagens divulgadas em alta resolução pela produtora Fox, a criação do mundo Pandora, bem como os seus habitantes, os Na´Vi, são impressionantes. As imagens possuem detalhes incríveis, que quebram o paradigma conhecido da animação que quase é perfeita. Nas imagens é possível analisar todos os defeitos da pele, como se fosse uma fotografia tirada por uma boa câmera digital.


O projeto de Cameron é antigo, sabemos, audacioso também. Mas passado 12 anos do sucesso Titanic, em que muitas produções mais pautaram sua força em efeitos do que em seu bom roteiro, hoje o que se vê é uma tendência oposta. Filme bem estruturados estão levando mais o público aos cinemas do que efeitos especiais que saltam da tela. Eis a questão, James Cameron será capaz de dosar efeitos especiais e roteiro?

O filme será lançado no país dia 18, no formado tradicional e em terceira dimensão, com cópias dubladas e legendadas, ainda que eu não imagine como seja acompanhar as legendas com um óculos que dificulta um pouco a leitura.

O Que Dr. House Diria? estará na estréia para acompanhar e a resenha da produção entra ao ar logo na segunda, dia 20.


No mês que vem, Janeiro, a coluna Preliminar entra ao ar no sábado, logo no dia 01. A questão, apenas, é decidir qual filme deve ser analisado, já que não há, até agora, nenhuma grande estréia. Portanto, até o momento, a coluna da próxima semana fica com a adaptação duvidosa de Guy Ritchie para o famoso detetive Sherlock Holmes.

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