domingo, 8 de março de 2009

CQC, O Retorno


Amanhã, as 22h15 da noite, devemos dar atenção especial ao canal Bandeirantes. Pois, estará de volta no ar o melhor programa da televisão brasileira na rede aberta em 2008, o famoso CQC, Custe o que Custar.

Com o conteúdo apresentado na primeira temporada, é de se esperar que muita expectativa vem sido catalisada no retorno do programa as telas. A produção já anunciou uma repaginada nos cenários, uma melhora em alguns quadros e até mesmo os ternos utilizados pelos apresentadores foram fabricados por outro tecido que, de acordo com a reportagem, os deixariam mais confortáveis nas várias horas de gravação.

Atualmente, Custe o que Custar é a galinha de ouro do Canal Bandeirantes. Nunca um programa de humor foi levado tão a sério na televisão brasileira. O que não é de se estranhar quando o excelente Marcelo Tas é o homem que comanda a trupe a frente do programa.

O grande diferencial de seus apresentadores para outros programas do gênero, é que todos já enfrentaram ou ainda enfrentam os palcos nas famosas comédias estilo Stand Up, o que exige, normalmente, um requinte para produzir piadas e um timing preciso para soltá-las ao público. Ou seja, estamos assistindo comediantes que sabem, além de tudo, trazer o riso e a comédia dos lugares mais improváveis.

Na estréia no programa, muito se questionou a respeito de sua legitimidade perante ao, até então, muito popular Pânico na Tv. Embora até mesmo os críticos especializados tenham afirmados que muito dos quadros produzidos pelo grupo de Emilio Surita foram surrupiados da versão argentina, a versão original, de Custe o que Custar.

A diferença básica entre os dois programas é que o humor de Pânico na Tv se concentra mais no escracho, repleto de deboche e rebaixamento das personagens ou dos entrevistados. Já a trupe do CQC produz um humor calcado na ironia, no jornalismo humorístico investigativo que ao mesmo tempo que faz rir, desmascara diversas palhaçadas que circulam pela mídia. Sempre com a língua afiadíssima de seus comediantes apresentadores. Sem contar o figurino estilosíssimo de terno, gravata e um óculos de sol, produzido especialmente na argentina para a produção do programa.

Neste mês de Março, a Revista Vip, em sua sessão Preliminares, publicou um jogo entre Pânico na Tv x CQC. Porém, o que poderia ser uma boa comparação entre as qualidades e irregularidades de ambos os programas, se tornou algo banal nas mãos dos editores da revista que não sabem a hora de parar com as brincadeiras e fazer um pouco de jornalismo sério.

Sempre tive muito apreço pela revista Vip. Seus ensaios, bem como suas matérias, são excelentes. Porém, sua tendência é sempre ser brincalhona demais, e sempre privilegiar qualquer coisa que envolva mulheres bonitas. Portanto, nada mais natural na revista que o programa Pânico na Tv ganhasse disparado com mais de 100 pontos a frente de CQC, apenas pela musa Sabrina Sato. Mais parcial, impossível.

Deixando as brincadeiras da revista de lado, ambos os programas possuem suas qualidades. Compará-los seria dificil pelo tipo diferente de humor envolvido em cada produção. Mas, mesmo assim, Custe o Que Custar possui mais brilho e assim acaba por se destacar mais.

Cada um de seus apresentadores possui uma carreira própria. São humoristas de mão cheia. O que só acrescenta mais qualidade a equipe. Surita pode ser um mestre em frente a um microfone de uma rádio, mas a televisão é uma mídia bem diferente.

Além do que as reportagens exibidas no programa não se limitam a somente perseguir famosos para constrangê-los, como muito foi visto em Pânico. Mesmo que evidentemente a perseguição de famosos sempre provocaram o riso, nunca deixaram também de constranger o espectador pelo excesso de Vesgo, Silvio, ou outros que surgiram após ambos e que não foram tão bons quanto a primeira dupla.

A trupe de Tas vai além disso, utilizando a televisão como meio de mostrar os problemas estruturais do país, indo atrás de políticos não só para azucriná-los, mas para pedir explicações, exercendo o papel da mídia, que deveria ser um representante também do povo. Tudo isso sem deixar o humor irônico de lado.

Antes mesmo da estréia da segunda temporada, já surgia uma polêmica acalorada a respeito de uma briga filmada envolvendo Rafinha Bastos e Marco Luque. Mas tudo era uma grande bobagem. A briga era apenas um trecho de uma encenação que entraria no ar antes dos créditos iniciais da volta do primeiro programa. Mas as notícias sobre a briga foram tão exageradas, que a própria Bandeirantes colocou na internet o vídeo na íntegra para evitar dúvidas de que tudo não passou de uma grande brincadeira para ludibriar o espectador, custando o que custar.

CQC volta às telas da Band com uma grande responsabilidade nas costas e com meu desejo de conquistar ainda mais seu merecido espaço na televisão. O programa que já ganhou diversos prêmios ano passado merece, também, mais audiência em telespectadores. Ainda que, imagino, muitos assistem o programa depois, pelos vídeos postados por fãs no You Tube.

Seja o que for, a expectativa é grande. Mas o chefe da turma, Marcelo Tas, há tempos conhece as engrenagens da televisão e do humor, é do tipo macaco velho. Portanto, é de se esperar aliviado que amanhã, as 22h15, a volta de Custe o que Custar seja, esperemos, uma volta consagradora.

Custe o que Custar, 2ª temporada
Rede Bandeirantes
Segunda - Feira, dia 09, 22h15.

2 comentários:

  1. Excelente resenha!

    Agora, mais do que nunca, tenho que assistir a esse programa! Se eu lembrar, hj assistirei!

    E [karram] só pra não perder o costume: o que seria "ludidriar"? Não seria "ludiBriar"?

    Bjo.

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