quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Battlestar Galáctica, Terceira Temporada

A Procura de Um Lar Chamado Terra

Foi apenas um sopro a esperança para os sobreviventes das colônias que buscavam em Nova Cáprica uma moradia, após a invasão cilônia que destruiu seus lares. Breves momentos até o retorno das máquinas e total rendição dos humanos, liderados pelo presidente Gaius Baltar.

Há um profundo senso dramático na terceira temporada de Battlestar Galáctica. Debruçada sobre o cerne humano e a gama emotiva dele, a narrativa dá maior enfoque as personagens do que a evolução como um todo.

O julgo cilônio contra a raça humana é feroz. Manifestam um discurso de paz e união entre as raças, mas usam a força para provar que estão à altura daqueles que os criou. Humanos que não desejam a harmonia com as máquinas, lutando em desvantagem contra elas.

A selvageria em Nova Cáprica é a lama criada pelos próprios antepassados. A dor e tortura que aflige Tigh na prisão, o cárcere amoroso de Starbuck, a covardia de Gaius Baltar são ecos do príncipio da história. De humanos que criaram robôs que se rebelaram.

A fé é um dos caminhos que mais se ilumina na terceira temporada. Sem exceção, personagens buscam se acolher em algo invisível e maior para ter esperança. Serem resgatados da opressão cilônica. Serem os lideres que acreditam ser. Encontrarem, finalmente, um planeta em que possam chamar de lar.

Há uma segmentação na ação dessa temporada, apresentando tanto a movimentação cilônia quanto em Battlestar Galáctica. Entre as dúvidas e amplitudes da fé, personagens procuram reencontrar seu caminho interno e aquilo que os guiará para a terra prometida. Anunciada até mesmo em escrituras.

A essências desesperada e inferior que nos faz humanos é capturada de maneira precisa em Gaius Baltar, que transita de presidente, a conselheiro dos cilônio a preso político por traição.
Sua sobrevivência vale-se de qualquer artifício para valer sua covardia de não assumir seus erros, agindo como um rato sempre a se preservar. Sua personagem dúbia entre loucura e uma espécie de divindade, apresenta um dos melhores momentos do ano quando é torturado por William Adama, em cena cujo talento de James Callis salta aos olhos.


O desenvolvimento da narrativa urge pelas questões apresentadas nas temporadas passadas. Finalizando um ato final que apresenta os últimos cinco cilônios e o julgamento de Gaius, visto como o grande traidor da humanidade.

Seu julgamento levanta um interessante ponto da trama. Vivendo em tempos agressivos, muitos atos realizados estão longe de serem louváveis. Culpar apenas uma pessoa por todos os males que causaram a destruição de uma massa humana serve como calmaria a um grupo de pessoas, mas se torna uma decisão contrária a tudo aquilo que a presidente Laura Roslin desejou. O perdão a Gaius reafirma a humanidade a uma massa que intenta sobreviver pela lei da força.

O desenlace final é uma grande espera do público e apresenta quatro personagens presentes na série que são reveladas como cilônios programados. O choque é a grande força que finaliza o penúltimo ano da série, produzindo uma sensação angustiante de que, desde o início, o inimigo esteve presente.

Porém, em um ambiente onde há tante hostilidade entre os próprios humanos, se torna difícil compreender, no final, quem estará ao lado de quem.



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