segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Semana em Filmes (11 a 17 de Abril)


Onde Vivem Os Monstros (Where the Wild Things Are)

Dir. Spike Jonze



Terreno imenso sem limites, o universo imaginário infantil é vasto. Encontrando, apenas, barreiras no choque com a realidade, mais difícil e crua que as projeções infantis.
Nessa idade, é natural a vivencia em dois mundos. Aquele conhecido por todos e outro ficcional, produzido pela criatividade infantil, repleto de personagens e seres com características próprias.
Valendo-se dessa passagem - que ocorre com a maioria das crianças - o diretor Spike Jonzie ao lado do romancista David Eggers, trazem para as telas uma adaptação do livro de mesmo nome de Maurice Sendak, outra obra infantil que mal conhecemos, mas que tem grande prestígio nos Estados Unidos.
A trama gira em torno do garoto Max, um garoto comum que deseja, como todo infante, a atenção da família para mostrar sua criatividade e peripécias. Quando num arroubo o menino faz de tudo para chamar a atenção e é posto de castigo, seu mundo interno invade a tela, dando vazão a tudo aquilo que tem dentro de si.
Max foge para outro lugar, uma ilha idílica cheia de monstros com personalidades bem definidas. Trajando sua fantasia de lobo, lá se afirma rei e tenta governar tais monstros. Porém, mesmo em um ambiente de fuga, as agruras aparecem semeando conflitos.
A estética da produção é bastante rica na criação desse universo onde vivem os monstros. Seu ambiente é rico em diversos cenários, nos fazendo inferir que seja, possivelmente, um reflexo das sensações internas do garoto. A criação dos monstros também é bastante positiva, bem como os atores selecionados para dublá-los.
Jonzie tem no currículo de diretor duas produções boas e bizarras que operam conceitos múltiplos. Porém, fica-se muito com a impressão plástica do visual dessa produção, sem um apuro profundo no roteiro que causasse uma sensibilidade maior no público.
Ainda que todo o mundo visto seja criado pelo imaginário de uma criança, é notável a ausência de um elemento sensível para aproximar o público. Resultando em um filme belo, sim, mas levemente vazio de sentimento. E, tratando-se de uma produção cujo enfoque seja a infância, é um tanto quanto crucial a identificação.

2 comentários:

  1. ah, mas eu vou ter que discordar completamente dessa.

    aquela cena do final, quando ele vai embora na praia, e os monstros ficam acenando, é de cortar o coração

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  2. Spike Jonze

    http://www.imdb.com/name/nm0005069/

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