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Casos totalmente decompostos
Percorrendo a trilha de duas boas temporadas anteriores, o terceiro ano de Bones teve de enfrentar uma força maior além de seu desenvolvimento cênico: a greve dos roteiristas, que foi responsável com que todas as séries lançadas no ano de 2007 tivessem temporadas menores, causando diversas problemáticas em muitas delas.
Tratando-se de uma série em que cada episódio é, boa parte, isolado, tendo apenas um leve fio de narrativa que os une, Bones não saiu tão prejudicada. A boa saída para sanar o problema de não ter 22 episódios como de costume foi a de apresentar apenas uma trama maior, um assassino específico, que se desenvolveu nos quinze episódios produzidos, enquanto, evidente, outros casos foram desvendados. Intencionando unificar melhor a história.
O assassino central dessa temporada, Gormogon, um canibal que remete-se a antigas seitas, tem o intuito de, não só se alimentar de suas vítimas, como reproduzir um esqueleto humano, trocando as peças de prata da escultura conhecida como O Filho da Viúva por ossos humanos.
Tal desenvolvimento é bastante atrativo, sustenta o início da série, pela brutalidade do crime e pelas dúvidas que ele suscita. Afinal, tal seita não parece ser apenas a vontade de um homem só.
Ainda que a boa química entre Bones e Booth continue presente, há uma leve queda na qualidade dos episódios, em comparações com aquilo que já fora apresentado. São pequenos detalhes mas que, em um todo, sente-se a diferença. Como episódios divididos entre uma boa trama detetivesca e bom humor que não estão presentes, dando vazão a diversos episódios de uma crise deflagrada de ambos.
Com o pai de Bones preso por Booth no final da segunda temporada, o que poderia gerar atritos entre a dupla, surge um novo personagem. Incorporado pelo FBI para ser o psicólogo do casal, Lance Sweets apresenta boas características em sua estréia e cresce na temporada. Sua persona surge desacreditada e, mostrando sua competência na área, conquista respeito de Booth e ajuda Bones – que não acredita na visão da psicologia – a desvendar os crimes.
A criação da nova personagem não é aleatória. Funciona como ligamento entre a história central e os conflitos paralelos e será decisiva para o movimento final da temporada. Tal ato é bastante comum nas séries que, após darem ao público anos de confiança a respeito de uma personagem, coloca-a em xeque, deixando o público boquiaberto.
É assim o desfecho final desse ano. Retirando um excelente personagem da série, com uma trama bem argumentada. Prevendo que haveria uma abertura vazia, insere antecipadamente outra personagem que, se não substitui a função da primeira, criará novas situações no próximo ano. Ainda que a prova dessa nova dinâmica só será vista na quarta temporada.
Mesmo possuindo uma narrativa pausada, dividida pelos casos de cada episódio, os quinze episódios do terceiro ano tem fôlego curto. Alcança a empatia do público com seu bom desfecho e assassino central, mas falha com argumentos pouco ricos, como foram os diversos casos dos dois anos anteriores.
Bones foi outra série que se perdeu um pouco por causa da greve dos roteiristas... e só foi se achar mesmo no final da 5ª temporada, que é ótimo!
ResponderExcluirA única série que produziu uma temporada genial n época da greve foi Lost... a 4ª temporada é melhor.
Pra mim o grande defeito dessa temporada é que seu fim parece apressar a ação, e quando o mistério do Gorgomon finalmente é esclarecido, é de forma um pouco decepcionante, por que o expectador quer maiores explicações.
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