Devido a ausência de episódio inédito da série House, cuja análise preenche o espaço da sexta-feira nesse blog, optei por transferir um dos filmes da semana para a ocasião, pois o texto, por si só, estava longo demais.
Assim, essa semana em filmes está divida, com um filme, Michael Jackson´s This Is It já comentado na sexta e os demais a seguir. Para os que não leram a crítica ao documentário, procurar a postagem anterior, ou clicar no link abaixo.
MIchael Jackson´s This Is It (Michael Jackson's This Is It)
Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street)
Dir. Tim Burton
Tim Burton é bom naquilo que faz. Quando dirige uma produção em que pode arregaçar as mangas e utilizar toda a estética gótica e sombria que tanto frequenta sua filmografia, o resultado sempre se apresenta como positivo e bom. Porém, nem tudo é um perfeito mundo sombrio de árvores tortas.
Para a conquista de sua liberdade, Burton dirige algumas produções fora de seu circulo, voltadas para conquistar altas bilheterias. Porém, o resultado sempre se torna aquém de seu talento, e acaba por abalizar uma boa filmografia com regravações desnecessárias como Planeta Dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolates e sua releitura de Alice No País Das Maravilhas, que somente pelas imagens iniciais, os fãs já podem temer.
Somando mais uma parceria com o excelente Johnny Depp, e novamente escalando sua esposa Helena Bohan Carter, Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet adapta a peça da Brodway sobre um barbeiro que tem sua vida destruída por um juiz inexcrupuloso e que, anos depois, volta a Londres para ter sua vingança.
O drama e sua ambientação crua, refletindo a aridez de uma cidade falida, é o cenário ideal para que Burton abuse da fotografia azulada e de personagens mal-ajambrados. Tratando-se de um musical, boa parte da dinâmica das cenas se desenvolve através das canções, muitas delas bem executadas pelos atores. Em destaque para No Place Like London, cantada por Johhny Depp de maneira rápida e que reproduz a ambientação visual.
Como é de costume nas interpretações de Depp, seu Sweeney Todd está soberbo. Um barbeiro calculado prestes a explodir em vingança e loucura. E que se complementa bem na personagem doce de Helena Boham Carter.
A produção foi indicada a três Oscar: melhor direção de arte, melhor roteiro adaptado e melhor ator para Johnny Depp, levando a estatueta na primeira.
Trama Internacional (The International)
Dir. Tom Tykwer
Dir. Tom Tykwer
O ator Clive Owen é um desses casos interessantes que precisam de uma observação urgente e atenta. Ainda que sua face seja pouco oscilante e seus papéis sejam, basicamente, variações de um mesmo tom, é surpreendente como a competência do ator sempre entrega boas atuações.
De uns tempos para cá, Owen está aproveitando a própria fama feita pela mídia, de homem com cara zangada de uma expressão só, para estrelar filmes parecidos entre si que possuem boa carga de diversão. Foi assim com Mandando Bala, Duplicidade e agora com Trama Internacional.
Na trama, que tem boas semelhanças com Duplicidade, Owen é um agente da Interpol, que ao lado de uma promotora de justiça de Manhattan, pretendem levar a corte diversos poderosos bancos mundiais que seriam fachada para negociações altamente ilegais.
Assim, toda a dúvida de uma trama de espionagem, sobressaltada por arranques de brigas e tiroteios é exibida no filme, não possuindo nada que o configure como uma excelente produção, mas que rende uma história interessante pelos tramites em que agente e promotora vão construindo para descobrir os culpados graúdos por traz de tudo.
Some isso a um ator, ainda que com uma faceta só mas extremamente carismático, que o entretenimento é certo.
A Noiva Cadaver (Corpse Bride)
Dir. Tim Burton e Mike Johnson
Dir. Tim Burton e Mike Johnson
Tim Burton, de fato, é bom no que faz. Quando está inserido dentro de seu universo favorito, possuindo tudo aquilo que deseja para realizar a produção de seu filme, sem amarras com estúdios, o resultado sempre sai positivo.
Em mais um trabalho com Johhny Depp e sua esposa Helena Bohan Carter, que apenas dublam as personagens, essa belíssima animação em stop motion não só mostra que ainda é possível fazer uma animação bidimensional, utilizando um recurso antigo, mas também deixá-la cheio de estilo e graça.
A trama, ainda que tenha todos os elementos favoritos de Burton, divide-se bem entre esse sua preferências e uma idéia mais infantil. Já que é quase inevitável que uma animação, ainda mais envolvendo um tema supostamente assustador não chame a atenção das crianças.
O filme se passa em um vilarejo europeu do século XIX onde Victor Van Dorts está prestes a ter um casamento por encomenda. Mas acidentalmente casa-se com uma Noiva-Cadaver.
A oposição entre o mundo vitoriano dos vivos e mundo dos mortos em que vive a Noiva é deslumbrante. Enquanto um é lugrubre e escuro, a terra dos mortos é repleta de cor, vida e animação, e rende um dos musicais mais non sense e incríveis da produção.
A curta duração do filme é justificável devido a difícil técnica de stop motion, mas que não anula cenários incríveis repletos de detalhes mínimos e impecáveis. Como as boas produções de Burton quando ele tem aval para liberar toda sua criatividade e loucura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário