sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As Mil Palavras

(A Thousand Words, 2011)
Diretor: Brian Robbins
Elenco: Eddie Murphy, Kerry Washington, Emanuel Ragsdale, Jill Basey, Greg Collins, Robert LeQuang, Michael G. Wilkinson, Lyndsey Nelson, Michael Cody Gilbert, Lou Saliba, Clark Duke, Cliff Curtis

O prestígio de Eddie Murphy está em baixa. Em parte, por conta de diversos filmes ruins realizados na última década, fazendo com que está produção tenha lançamento direto em home vídeo no país, sem a possibilidade dos cinemas.

Murphy teve um bom início de carreira, com filmes de destaque e um marco da comédia com Um Tira da Pesada. Porém, sempre em repetições de uma mesma personagem, um homem sorridente e verborrágio, tem se desgastado em tramas familiares.

A personagem de As Mil Palavras repetem o mesmo estilo das anteriores. Na trama, Jack McCall é um agente literário que sempre consegue o que quer. Ao tentar publicar o livro de um guru new age se machuca em uma árvore de seu templo. Árvore que surge em seu quintal como parte de um elo em comum. Fazendo-o descobrir que a cada palavra dita uma de suas folhas caem. Ligados de alguma maneira mística, se a árvore morrer, Jack também irá.

A trama improvável configura mais uma história infantil e familiar do que abrange outros públicos. Jack é o centro do conflito e precisa rever sua conduta para mudar a situação. A história mantem-se no cômico até eclodir no elemento moralizante de redenção.

A limitação de Murphy em não poder falar resulta em muitas caras e bocas que chegam a provocar um sorriso mas nunca um riso verdadeiro. Os naturais contornos de mudança da trama são mais eficientes do que seu elemento cômico, ainda que não pareça bem definido entre comédia ou drama.

Como também comum no estilo, a personagem secundária se destaca. O ator Clark Duke é um nerd, secretário de Jack, cuja personalidade tipifica o estilo. A intenção é criar uma outra personagem que faça rir, mas isso não acontece.

Nos Estados Unidos, a produção foi lançada no começo do ano, quatro anos após ter sido filmado. Indicando que produtores sabiam que tinham nas mãos um produto não muito bom. Sua arrecadação foi pequena e em algum países nem mesmo teve lançamento nos cinemas.

É uma pena se pensarmos que Murphy um dia foi um grande humorista mas hoje parece preso ao personagem que criou há décadas e que nunca conseguiu se desvencilhar.


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