Na enigmática Louisianna, nem sempre os vampiros são os piores monstros - True Blood surpreende e provoca o espectador instigando-o a pensar a realidade - apesar de seus vampiros!
Os vampiros estão a solta e são sucesso absoluto seja na literatura, no cinema ou na televisão. Algumas obras ficam devendo muito a tragetória dos seres das sombras, senhores de grandes poderes e enormes fragilidades, mas esse não é o caso de True Blood que traz sim releituras, mas que não chega a ofender as "tradições vampirescas". Aproveitando-se da "Fangmania", a HBO lançou na Fall-season 2008/2009 a interessante True Blood.
Tudo bem, você anda meio amedrontado desde que desprevinido acabou assistindo a Crepúsculo com seus vampiros purpurinados, mas uma coisa deve te tranquilizar um pouco: o nome de Allan Ball, o mesmo que foi responsável por Six Feet Under, e sim True Blood é marcadamente uma série de Allan Ball, onde os sentimentos ganham ênfase e uma interpretação quase caricatural.
A série é baseada nos livros de Charlaine Harris, sendo a primeira temporada uma adaptação de "Morto até o amanhecer". A história é ambientada em um mundo onde os vampiros podem sair da clandestinidade graças a criação de um sangue sintético. Libertos da sua condição de predadores da humanidade, eles se organizam politicamente em busca dos seus direitos de cidadãos. Mas nem tudo é trama política, ou alegoria pra discutir questões polêmicas, apesar da clara alusão a questões como racismo ou manipulação das massas através da religião, True Blood pode também soar leve e divertida. Com muitas cenas de sexo para marmanjo algum botar defeito, e o alívio cômico proporcionado pelas "caipirices" dos habitantes de "Bon Temps" , True Blood exige sim uma disposição especial ao assisti-la. Têm-se como obrigatória a consciência de que toda a série é sim uma obra que se apropria do universo rico em clichês da literatura vampiresca, mas nem por isso apresenta uma história vazia e despretenciosa.
Em toda a primeira temporada acompanhamos os habitantes de "Bon Temps" e suas diferentes reações em relação aos vampiros. O vampiro Bill chega a cidade para tomar posse da casa que foi de sua família. Como não possui descendentes vivos, ele espera que os novos direitos civis dos vampiros garantam a casa como sua por herança. A chegada de Bill à cidade ocorre conhecidentemente quando tem início uma série de assassinatos, o que torna ainda mais desconfortável sua adaptação ao lugar.
Bill conta com a amizade da garçonete Sookie Stackhouse, garota que ficou conhecida na cidade por ter estranhos poderes. Sookie é capaz de ouvir os pensamentos das pessoas, e isso lhe trouxe problemas de relacionamento a vida inteira. Ela irá se sentir a vontade com Bill, pois não é capaz de entrar em sua mente. Nessa primeira temporada vemos o relacionamento de Sookie e Bill evoluir, conhecemos os diversos amigos de Sookie, nos despedimos de alguns personagens marcantes e conhecemos o assassino que aterrorizava a cidade. Vimos que entre os vampiros também há muita controvérsia causada pelo fim de sua clandestinidade, e percebemos que eles formam uma sociedade complexa com uma organização e governo paralelos.
Algumas inúteis curiosidades:
* Sookie Starckhouse é interpretada por Anna Paquin , aquela mesmo, a menininha do premiado O piano .
* o xerife vampiro Eric Northman é interpretado por Alexander Skarsgard , ator sueco que aparece no clipe Paparazzi da Lady Gaga.
* Southern Vampire Mysteries, é o nome da série de livros que deu origem a True Blood e alguns títulos já ganharam sua versão brasileira.
* As primeira obras de Charlaine Harris foram poemas sobre fantasmas e a angústia de ser adolescente.
* A música de abertura é "Bad Things" de Jace Everett.
Mariana Guarilha, além de escrever neste espaço, mantém dois blogs: o Blog da Má Jornalista, com críticas sobre filmes e séries e As Notas do Prisioneiro com seus textos narrativos.
como eu sempre via muita gente falando bem do True Blood, resolvi começar a assistir, mas o primeiro episódio não me interessou muito não. Sei lá, achei meio, como dizer, farofa demais. Mas eu já vi gente dizendo que a série melhora muito depois também, então quem sabe um dia não dou outra chance pra ela.
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