A rasa série adolescente ao menos cumpre seu papel
Quando assistimos a uma nova série, é necessário termos em mente o que podemos esperar dessa ou daquela produção. Uma série do canal HBO, sempre trará consigo uma densidade mais profunda do que muitas outras, já que é uma linha comum que o canal sempre gosta de manter. Assim como outras séries que funcionam por sua temática policial, pelos seus mistérios, ou pelos dramas de seus personagens.
Desse modo, é mais do que necessário encarar uma série como Gossip Girl da maneira como ela foi concebida. Formatada para ser uma série adolescente, estilo novela, cuja trama gira em torno da alta sociedade de Nova York, assunto que, por isso só, já parece inundado de personagens frívolos e mimados.
Como um dos pontos centrais, está a desconhecida Gossip Girl, no brasil a Garota do Blog. A narradora que amarra todas as histórias e posta as fofocas dessa alta sociedade, aspecto mais inverossímil da história já que a tal fofoqueira precisaria de muitos olheiros para cobrir tudo o que se passa na série.
Tirando esse detalhe, a trama centra-se nas personagens da elite de um colégio e nos dramas superficiais de suas vidas. Simbolizando a idéia de pobres meninos ricos. Mostra o embate de duas amigas que tiveram problemas por causa de seus namorados, Blair Waldorf e Serena van der Woodsen, os amigos que são inseparáveis, Nate Archibald e Chuck Bass, e, como não poderia deixar de faltar, a dupla de patinhos feios da alta sociedade, dois irmãos que só estão na escola graças aos próprios esforços e funcionam como uma bússola do bem na trama, Dan e Jenny Humphrey.
Não é necessário um olhar mais apurado para constatar que seu enredo não possui tanta profundidade. Apenas aponta a história de adolescentes além da classe média, e todos os embates e a falta de moral que estão em seu círculo.
Justamente por essa despretensão que a série consegue entregar aquilo que o público deseja. Uma história açucarada de intrigas, reviravoltas com suas doses de sexualidade que, normalmente, soaram incoerente, mas que, dentro do universo levemente apodrecido da série, rende boa dinâmica e funciona.
Como uma série voltada para um público adolescente, cujo única missão é criar um entretenimento rasteiro – como era a intenção da extinta The O.C. - Estranhos no Paraíso – sua primeira temporada flui muito bem. Há toda uma rede de pequenas brigas, revelações amorosas e outros ganchos dignos de novelas mexicanas.
É inegável que o bom trabalho de seus produtores que entregam, ao menos, aquilo que seu público procura. Com esse parâmetro, é impossível não afirmar que a produção é até simpática. Evidente que pode desaparecer de suas lembranças rapidamente, mas ao menos, ao contrário de outras séries do gênero, rende uma boa diversão.
Mas, esqueçam essa bobagem que há por trás da série de querer chocar, não há nada aqui que não foi explorado por outras séries, séries de verdade, de maneira mais brilhante e coesa.
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