quarta-feira, 22 de julho de 2009

E.R. - Plantão Médico, Décima Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

Pulsos e sinais vitais ficando estáveis novamente.


Depois de uma nona temporada conturbada, tentando manter um equilíbrio impossível após as escolhas narrativas realizadas, a décima temporada de E.R. – Plantão Médico, se não traz por completo o bom ambiente das temporadas anteriores, consegue fluir melhor que sua anterior, sem a sensação de caminhar sem ir a lugar algum.
A perda de alguns personagens em temporadas anteriores deixou um vácuo, não só para a impressão dos telespectadores como na narrativa agitada do pronto socorro. Por conta disso, novas personagens regulares foram inseridas na série para balançá-la.
Quase saindo do time das enfermeiras, finalmente continuando seus estudos em medicina, Abby Lockhart ganha a companhia, enquanto enfermeira, de Samantha Taggart. Boa personagem que não só mantém as enfermeiras ativas – levemente apagadas desde a saída de Carol – como ajudará a reestabelecer o personagem do Dr. Luka Kovacs na série.
Por conta dos desarranjos da temporada anterior, a personalidade de Luka foi muito prejudicada. Seu caráter passava longe daquele homem seguro que conhecemos para ser, de início, um médico substituto do pronto socorro. A personagem perdida e deslocada da nona, volta aos trilhos mais seguro e enriquece o papel da nova enfermeira Samantha.
A presença da estudante Nella Rasgotra também é um novo alívio. Retomando a sensação dos principiantes que, embora conhecedores da teoria, pouco sabem da prática. Nella, além de uma intensa personagem por ser de origem indiana e carregar todo um preconceito americano contra seu povo, compõe-se bem ao lado de Abby que é uma excelente enfermeira, boa aprendiz de médica cuja dedicação com os estudos está aquém da possível para conseguir seu esperado diploma.
Como era de se esperar, John Carter assume naturalmente o lugar de líder deixado pelo incrível Mark Green. A evolução de sua personagem, desde a primeira temporada é espantosa. Um simples estudante de medicina ao médico mais confiável, carismático e hábil do pronto socorro.
Se há um problema feio que poderia ser contornado de outra maneira é a morte do Dr. Robert “The Rocket” Romano. A personagem de Romano sempre foi o contraponto odioso de todos os médicos, a perda de seu braço em temporadas passadas pareciam dar um rumo mais denso a sua história. O cirurgião brilhante agora incapaz de realizar o que ama. Há um grande potencial dramático que poderia ser explorado. Porém, de modo falho na nona, e desastroso na décima quando a solução encontrada para o fim de Romano, sua decadência final, foi encontrar a morte. Em uma cena repetida, já ocorrida na série, que não traz simpatia alguma ao público. Só aquela sensação incomoda de que, rapidamente, inventaram uma cena para sumir com o bom personagem.
A série continua a ousar. Sem prender-se em esquemas, continua, temporada a temporada, tentando evoluir, sair da sombra de grandes personagens e buscando novos momentos para os que ficaram e introduzindo novos carismas.
Sei, por antecipação, que a décima primeira temporada - lançada semanas atrás pela Warner e que já encontra-se em minhas mãos - que, mais uma vez, um gancho importante e definitivo será dado no final da próxima temporada. Se a série aprender com seus erros, esse final será melhor que os últimos que não foram tão especiais assim, para personagens tão queridas pelo público.


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