(Narrativa em homenagem a mim mesmo, em celebração ao meu aniversário, hoje, 20 de Maio)
Antes que eu comece meu depoimento, chequem os registros de precedentes para que redundâncias sejam evitadas. Em meu grosso arquivo da vida, tenho mais de oito de escrita. Metade desse prontuário à sua frente é vertente de mim mesmo que moldei em distorção.
Mas não se assustem com a quantidade da bagagem. Quando eu revisar essas folhas, metade do que contei virará pó, mantido apenas nas paredes das memórias.
Meu desejo mais profundo é afirmar em belas palavras que aqui cheguei com meus próprios pés. Mas deixando qualquer poesia de lado, a sombra do tempo, o peso das horas é igual e chega para todos nós.
Então, vim. Aqui estou. Disseram-me que alterei minha maneira de ser, tornei-me mais cruel, pontiagudo e infeliz. Porém, desse lado do espelho tudo permanece igual. Minha barba cresce porque não quero cortá-la, mas o tempo ainda é lento para me marcar. Por sorte, por sorte.
Não tive velas assopradas no ano que passou, não terei nesse também. Celebrarei meu vazio através do silêncio, numa bebida entre amigos, em um abraço gentil, ouvindo palavras falsas de condecorações. Daqueles que lembram de ti pelo calendário programado do aparelho móvel.
Assim, com idéias nuas me apresento a deserção: vinte e quatro anos de sonho, de sangue e de América do sul. Com a guitarra em punhos, faço o blues que faz a lua brilhar, pois não tenho samba para um tango.
Para trás deixo apenas vinte e três anos, algumas saudades e a certeza de que, nos registros meu histórico é repleto de narrativas. A minha frente eis o invisível vazio.
Façamos de conta que abri a taça de vinho, tomei o primeiro gole e derramei o resto em mim mesmo, feliz por mais esse caminho conquistado.
Antes que eu comece meu depoimento, chequem os registros de precedentes para que redundâncias sejam evitadas. Em meu grosso arquivo da vida, tenho mais de oito de escrita. Metade desse prontuário à sua frente é vertente de mim mesmo que moldei em distorção.
Mas não se assustem com a quantidade da bagagem. Quando eu revisar essas folhas, metade do que contei virará pó, mantido apenas nas paredes das memórias.
Meu desejo mais profundo é afirmar em belas palavras que aqui cheguei com meus próprios pés. Mas deixando qualquer poesia de lado, a sombra do tempo, o peso das horas é igual e chega para todos nós.
Então, vim. Aqui estou. Disseram-me que alterei minha maneira de ser, tornei-me mais cruel, pontiagudo e infeliz. Porém, desse lado do espelho tudo permanece igual. Minha barba cresce porque não quero cortá-la, mas o tempo ainda é lento para me marcar. Por sorte, por sorte.
Não tive velas assopradas no ano que passou, não terei nesse também. Celebrarei meu vazio através do silêncio, numa bebida entre amigos, em um abraço gentil, ouvindo palavras falsas de condecorações. Daqueles que lembram de ti pelo calendário programado do aparelho móvel.
Assim, com idéias nuas me apresento a deserção: vinte e quatro anos de sonho, de sangue e de América do sul. Com a guitarra em punhos, faço o blues que faz a lua brilhar, pois não tenho samba para um tango.
Para trás deixo apenas vinte e três anos, algumas saudades e a certeza de que, nos registros meu histórico é repleto de narrativas. A minha frente eis o invisível vazio.
Façamos de conta que abri a taça de vinho, tomei o primeiro gole e derramei o resto em mim mesmo, feliz por mais esse caminho conquistado.
Araraquara, 20 de Maio de 2009
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