Humanos programados para o perigo
Com as séries Buffy – A Caça Vampiros, Angel, Firefly e Oscar de Melhor Roteiro pela animação Toy Story, o produtor, diretor e roteirista Joss Whedon parece estar percorrendo uma maré de má sorte.
Sua série Firefly, mesmo sendo bem recebida pelo público e pela crítica foi cancelada e, recentemente, sua mais nova criação, Dollhouse, também recebeu o sinal negativo da Fox.
Estrelada pela não muito plural Elisa Duskho – cujo último filme fora O Assassino do Alfabeto – Dollhouse tem uma boa premissa inicial, ainda que sua execução não seja excelente.
Situada nos dias atuais, a trama utiliza-se de elementos de ficção científica para desenvolver uma casa de sonhos, onde é possível contratar – por quantias exorbitantes – humanos para realizar qualquer tipo de missão. Seja ela uma noite de amor, uma aventura na natureza ou um assassinato.
Realizada de maneira secreta, tornando-se uma lenda urbana americana, a casa seleciona voluntários que cederam o espaço de sua vida para se tornar os chamados dolls. Pessoas que tiveram todo o registro de sua memória apagada e a cada encontro ou missão ganham novas impressões de memória, seja ela memória semântica, muscular ou de qualquer outro tipo.
Paralelamente a isso, um detetive da polícia é o único descrente que acredita que a lenda urbana seja verdade e tenta, a todo custo, obter alguma pista que revele que a casa é realidade e seqüestra humanos para apagar sua mentes e fazê-los escravos de aluguel.
A trama segue o estilo tradicional das séries, apresentando por episódio um compromisso diferentes dos dolls. Aos poucos, demonstra que a tecnologia de ponta criada para a formatação mental é longe de ser perfeita.
Intercala muito bem as tais missões e a investigação do detetive Paul Ballard, criando uma série se não profunda, ao menos com uma trama ágil e envolvente. Que é capaz de apresentar certas questões tecnológicas relativas aos tempos atuais, como a evolução da tecnologia e seu limite de interação com os humanos.
A série teve um baixo índice de audiência em sua primeira temporada mas, provalmente devido as boas vendas do DVD, ganhou uma segunda temporada que foi cancelada antes mesmo de passar todos os episódios comprados.
O DVD da primeira temporada possui todos os treze episódios do primeiro ano, incluindo o último que não fora exibido inicialmente nos Estados Unidos. Tal episódio retrata o futuro, em uma idéia muito semelhante a destruição das máquinas realizada pela saga de Exterminador do Futuro, parecendo mais um episódio solto, de possibilidades, do que cronológico a história, já que a retira de um certo argumento original e a afunda em um clichê dos filmes de ficção.
Ainda assim, apesar desse desvio final, seu saldo é positivo e, mesmo com seu cancelamento, com uma atriz principal nada cativante, Whedon consegue demonstrar boas histórias.
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