A resenha em questão refere-se a apresentação de 03 de Outubro, as 21h.
Desde minha infância o laço afetivo que mantenho com as produções Disney é irrevogável. Não só vindo das personagens icônicas criadas por Walt Disney, como Mickey e turma, mas também das grandes produções cinematográficas do estúdio.
É possível que meu primeiro contato apaixonado pela sétima arte se deva a Disney. Contato que até hoje mantém-se resistente ao tempo, devido a consistência de seus clássicos.
Dessa maneira, Bela e a Fera, é uma desses filmes que, além de sua qualidade, me trazem incríveis memórias afetivas. Foi um filme que vi na estréia, ao lado de minha mãe, acompanhei o relançamento nos cinemas, dez anos depois, com uma cena inédita, e sempre desejei assistir a produção musical inspirada no filme.
Desejo que antecedia essa produção em cartaz. Mas que por impossibilidade, e por ser novo demais, não fui ver a primeira montagem. Sem essa segunda, um de meus grandes desejos, em forma de teatro musical, nunca seria realizado.
A olho nu tem-se a impressão que a segunda produção do musical A Bela e a Fera pareça apenas uma remontagem da primeira. Por ser um espetáculo grandioso, impossibilidade de realizar turnê pelo país, somente há críticas e comentários disponíveis nos grandes veículos de comunicação de São Paulo ou em blogs especializados. Assim, colhi o máximo que pude delas, ao mesmo tempo que, inevitavelmente, li críticas antes de tecer a minha. Algo que sempre faço após meus textos.
Ao contrário da primeira produção, cuja direção ficou a cargo de uma equipe americana, são os britânicos que, dessa vez, tomam as rédeas do espetáculo. No making of exibido no saguão do Teatro Abril, também visto no site oficial do musical, o ator Marcos Tumura, que nas duas montagens faz a personagem de Lumiére, comenta as diferenças de ambas. De acordo com Tumura, a direção britânica deu maior destaque para pequenos detalhes, melhores explorados na peça. Dando maior profundidade as personagens, que se tornaram melhores delineadas.
Divido em duas partes, com doze e oito cenas cada, em duas horas e meia, o espetáculo conta com boa parte do elenco antigo. Alguns reprisam seu papel, como Tumura, Jonathas Joba (Din-Don) e Andressa Mazzei (Dona Cômoda); outros ganharam papel de maior destaque, caso da Fera de Ricardo Viera, antes do coro; E novos atores foram selecionados, como Murilo Trajano interpretando Gaston e a bela Lissah Martins no papel título.
A produção é um verdadeiro deleite e confirma toda a excelência que sempre ouvimos a respeito da famosa Broadway. As canções são executadas por uma orquestra e cantadas ao vivo pelos atores, que demonstram um grande vigor para cantar, interpretar e dançar as diversas coreografias bem elaboradas durante todo o espetáculo.
Figurinos detalhados com direito a enfeites especiais para cada ator que são representações dos objetos do castelo, cenários grandiosos que se locomovem mantendo a ação do palco. Tudo transforma-se em um espetáculo a parte e justifica a grande quantia para a produção desta peça. Embora não revelada oficialmente, é possível se deduzir com base nos gastos de 8 milhões da primeira adaptação.
Além da parte técnica impecável, que reúne efeitos sonoros, luzes sem nenhum defeito de fabricação, é redundante afirmar a excelência do elenco. Surpresa para mim descobrir que Lissah Martins, que também estrelou Miss Saigon, começou sua carreira sendo uma popstar do grupo Rouge. Sua presença no palco, bem como sua voz, adequaram-se perfeitamente ao papel de Bela.
Ricardo Viera, também professor de teatro, mesmo sobre a carregada maquiagem e figurino de 10 quilos, consegue passar toda a emoção de sua personagem. A Fera é o papel mais duplo de toda a história, não só pela sua transformação em algo bestial, mas também por conter o drama central da história: fazer com que alguém se apaixone por ele, antes que a última pétala da rosa encantada caia.
Se sua narrativa possui elementos fantásticos, bem como uma história com viés romântico, típico de uma narrativa mais juvenil, sua ambientação é adequada para que toda a criação se encaixe sem parecer estranho. Bem como permitir que os mais sisudos tenham compaixão pela história e se rendam a emoção da trama. Ainda que muitos imaginem ser um espetáculo voltado ao público infantil, seu enredo possui diversas nuances adultas.
Como já declarado a importância dessa história para mim e minhas memórias afetivas, não vejo mal algum em destacar uma das cenas que mais gosto. Considero simbólica a pequena cena da abertura, do musical Bonjour, em que Bela ganha do bibliotecário o livro que mais gosta e, na fonte d´agua, faz um comentário a respeito da história. Curiosamente, na história preferida de Bela, há um encontro das duas personagens no jardim e uma revelação no final, em que a mocinha descobre quem o mocinho é de verdade.
Não deve ser por acaso que essa referência seja parecida com a história que a personagem viverá. Uma sutileza inserida com delicadeza para os mais atentos que cria uma metalinguagem da própria história.
Embora Murilo Trajano apareça pouco como o Gaston em relação a Fera, seu antagonista, sua música título é um dos pontos altos da trama. Divertida, com uma das melhores coreografia da peça, e demonstra todo seu apuro vocal e dá um tom humorado a trama.
Ainda que todos os musicais sejam esplendorosos, grandiosos e muito bem coreografados, o musical Be Your Guest, traduzido no filme como A Vontade e na peça como Pra Você é, em absoluto, o ponto mais estonteante da peça. Criado propositadamente para ser o ato de maior espetáculo, evocando - já que a personagem que conduz o trecho, Lumiere, é francesa – a idéia de que Paris é sempre uma festa. O ato também funciona como encerramento da parte mais leve da trama.
Além dela, uma das cenas mais esperadas, a dança entre a Bela e a Fera, é de extrema qualidade e beleza mas não tem o mesmo brilho da cena cinematográfica, que demorou dois anos para ser finalizada de tantos detalhes minuciosos desenhados.
A peça prolongou sua temporada, que deveria encerrar-se nas férias, e fica em cartaz até o final de outubro. É aquela oportunidade única para quem não assistiu, assistir. A segunda montagem entrou em cartaz a pedido do público, mas fico com minhas dúvidas se um dia, daqui cinco anos ou mais, pensem em fazer uma terceira.
É possível que meu primeiro contato apaixonado pela sétima arte se deva a Disney. Contato que até hoje mantém-se resistente ao tempo, devido a consistência de seus clássicos.
Dessa maneira, Bela e a Fera, é uma desses filmes que, além de sua qualidade, me trazem incríveis memórias afetivas. Foi um filme que vi na estréia, ao lado de minha mãe, acompanhei o relançamento nos cinemas, dez anos depois, com uma cena inédita, e sempre desejei assistir a produção musical inspirada no filme.
Desejo que antecedia essa produção em cartaz. Mas que por impossibilidade, e por ser novo demais, não fui ver a primeira montagem. Sem essa segunda, um de meus grandes desejos, em forma de teatro musical, nunca seria realizado.
A olho nu tem-se a impressão que a segunda produção do musical A Bela e a Fera pareça apenas uma remontagem da primeira. Por ser um espetáculo grandioso, impossibilidade de realizar turnê pelo país, somente há críticas e comentários disponíveis nos grandes veículos de comunicação de São Paulo ou em blogs especializados. Assim, colhi o máximo que pude delas, ao mesmo tempo que, inevitavelmente, li críticas antes de tecer a minha. Algo que sempre faço após meus textos.
Ao contrário da primeira produção, cuja direção ficou a cargo de uma equipe americana, são os britânicos que, dessa vez, tomam as rédeas do espetáculo. No making of exibido no saguão do Teatro Abril, também visto no site oficial do musical, o ator Marcos Tumura, que nas duas montagens faz a personagem de Lumiére, comenta as diferenças de ambas. De acordo com Tumura, a direção britânica deu maior destaque para pequenos detalhes, melhores explorados na peça. Dando maior profundidade as personagens, que se tornaram melhores delineadas.
Divido em duas partes, com doze e oito cenas cada, em duas horas e meia, o espetáculo conta com boa parte do elenco antigo. Alguns reprisam seu papel, como Tumura, Jonathas Joba (Din-Don) e Andressa Mazzei (Dona Cômoda); outros ganharam papel de maior destaque, caso da Fera de Ricardo Viera, antes do coro; E novos atores foram selecionados, como Murilo Trajano interpretando Gaston e a bela Lissah Martins no papel título.
A produção é um verdadeiro deleite e confirma toda a excelência que sempre ouvimos a respeito da famosa Broadway. As canções são executadas por uma orquestra e cantadas ao vivo pelos atores, que demonstram um grande vigor para cantar, interpretar e dançar as diversas coreografias bem elaboradas durante todo o espetáculo.
Figurinos detalhados com direito a enfeites especiais para cada ator que são representações dos objetos do castelo, cenários grandiosos que se locomovem mantendo a ação do palco. Tudo transforma-se em um espetáculo a parte e justifica a grande quantia para a produção desta peça. Embora não revelada oficialmente, é possível se deduzir com base nos gastos de 8 milhões da primeira adaptação.
Além da parte técnica impecável, que reúne efeitos sonoros, luzes sem nenhum defeito de fabricação, é redundante afirmar a excelência do elenco. Surpresa para mim descobrir que Lissah Martins, que também estrelou Miss Saigon, começou sua carreira sendo uma popstar do grupo Rouge. Sua presença no palco, bem como sua voz, adequaram-se perfeitamente ao papel de Bela.
Ricardo Viera, também professor de teatro, mesmo sobre a carregada maquiagem e figurino de 10 quilos, consegue passar toda a emoção de sua personagem. A Fera é o papel mais duplo de toda a história, não só pela sua transformação em algo bestial, mas também por conter o drama central da história: fazer com que alguém se apaixone por ele, antes que a última pétala da rosa encantada caia.
Se sua narrativa possui elementos fantásticos, bem como uma história com viés romântico, típico de uma narrativa mais juvenil, sua ambientação é adequada para que toda a criação se encaixe sem parecer estranho. Bem como permitir que os mais sisudos tenham compaixão pela história e se rendam a emoção da trama. Ainda que muitos imaginem ser um espetáculo voltado ao público infantil, seu enredo possui diversas nuances adultas.
Como já declarado a importância dessa história para mim e minhas memórias afetivas, não vejo mal algum em destacar uma das cenas que mais gosto. Considero simbólica a pequena cena da abertura, do musical Bonjour, em que Bela ganha do bibliotecário o livro que mais gosta e, na fonte d´agua, faz um comentário a respeito da história. Curiosamente, na história preferida de Bela, há um encontro das duas personagens no jardim e uma revelação no final, em que a mocinha descobre quem o mocinho é de verdade.
Não deve ser por acaso que essa referência seja parecida com a história que a personagem viverá. Uma sutileza inserida com delicadeza para os mais atentos que cria uma metalinguagem da própria história.
Embora Murilo Trajano apareça pouco como o Gaston em relação a Fera, seu antagonista, sua música título é um dos pontos altos da trama. Divertida, com uma das melhores coreografia da peça, e demonstra todo seu apuro vocal e dá um tom humorado a trama.
Ainda que todos os musicais sejam esplendorosos, grandiosos e muito bem coreografados, o musical Be Your Guest, traduzido no filme como A Vontade e na peça como Pra Você é, em absoluto, o ponto mais estonteante da peça. Criado propositadamente para ser o ato de maior espetáculo, evocando - já que a personagem que conduz o trecho, Lumiere, é francesa – a idéia de que Paris é sempre uma festa. O ato também funciona como encerramento da parte mais leve da trama.
Além dela, uma das cenas mais esperadas, a dança entre a Bela e a Fera, é de extrema qualidade e beleza mas não tem o mesmo brilho da cena cinematográfica, que demorou dois anos para ser finalizada de tantos detalhes minuciosos desenhados.
A peça prolongou sua temporada, que deveria encerrar-se nas férias, e fica em cartaz até o final de outubro. É aquela oportunidade única para quem não assistiu, assistir. A segunda montagem entrou em cartaz a pedido do público, mas fico com minhas dúvidas se um dia, daqui cinco anos ou mais, pensem em fazer uma terceira.
já pensou se a Bela resolve dançar um ragatanga no meio da peça? Há! (da série: comentários que não adicionam nada ao texto)
ResponderExcluirRidemais =DD
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