sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Clube da Comédia Stand Up


A resenha em questão refere-se a apresentação de 29 de Julho.


É quase impossível não conhecer o Clube da Comédia. Qualquer um que procurou vídeos engraçados na internet, naqueles momentos em que rimos sem parar, já se deparou com um dos vídeos dessa trupe. Afinal, o logo circular com um homenzinho no microfone sempre se destaca na penumbra enquanto seus humoristas destilam seu veneno.

Hoje, então, é impossível não conhecer o Clube que toda quarta feira é casa de dois humoristas que na segunda estão na sua televisão de terno e gravata. Mesmo que saibamos os nomes dos dois, são conhecidos como os CQCs.

Fundado em 2005 por Marcelo Mansfield, Rafinha Bastos, Marcela Leal, Oscar Filho, Marcio Ribeiro e Henrique Pantarotto (Hoje a trupe conta com Mansfield, Leal, Oscar e Gentili), não é de se espantar o sucesso do grupo. O estilo variado de humor resulta em uma apresentação excelente em um grande show onde cada um apresenta um pouco de seu trabalho.

Antes do início do espetáculo, o público é brincado com uma câmera bisbilhoteira que observa um dos camarins. Nele, Marcelo Mansfield e o convidado da noite - Maurício Meirelles, até então desconhecido por mim mas que possui um ótimo trabalho – fazem caretas e escrevem bilhetes para o público entre graças e avisos sobre não ser possível filmar ou fotografar o espetáculo.

Pouco depois do horário previsto, começa o espetáculo. Abrem-se as cortinas sem nenhum cenário e Marcelo Mansfield, fazendo a vez de apresentador, faz sua introdução. Pena que suas aparições sejam apenas nos entre atos, fazendo um elo de ligação entre elas. Pontuando um comentário quando possível e inserindo uma piada aqui ou lá. Ainda que com um espaço em cena curto, seus comentários ácidos sobre a televisão brasileira são incríveis.

A primeira apresentação em si cabe a Marcela Leal, a primeira dama do stand up brasileiro. Sua missão ingrata é esquentar o público que, naquela noite, vinha ao teatro após uma chuva pesada. Suas boas piadas seguem o estilo tradicional, possui bons momentos engraçados, mas não contagiaram todo o público, ganhando focos de risos. Ainda que as piadas finais, sobre futebol, tenham, de fato, aquecido o público.

Os aplausos dobram quando uma dos conhecidos do público é anunciado para vir ao palco. O evidente destaque na revista semanal da família brasileira, o CQC, rende muito carinho para receber Oscar Filho. O pequeno mas expressivo Oscar, que já tive o prazer de assistir e de rir muito em seu solo, Putzgrill..., tem um excelente domínio cômico. Pontua bons momentos de silencio, utiliza a entonação certa para causar riso, e aproveita sua expressão corporal para aumentar o efeito da piada.

Quando Maurício Meirelles entra no palco, com poucos aplausos, sua resposta é imediata: “só porque não uso terno e óculos escuros não mereço aplausos?” E o público reverencia um comediante ainda desconhecido para muitos. Com uma verborragia rápida, Mauricio, carioca, diverte a si e ao público falando sobre a cidade de São Paulo. Seu texto toca pontos comuns das piadas de stand up, mas seu talento prova que é possível falar sobre os assuntos de sempre e, ainda assim, sair-se muito bem. No final de sua apresentação, é possível sentir os aplausos verdadeiros de quem conseguir trazer riso e admiração ao público.

Por fim, é a hora do homem de preto mais polêmico, Danilo Gentili. Ao som de muitos aplausos e gritos femininos efusivos, assim como Oscar Filho, o comediante agradece e retruca em piadas os diversos gritos. Danilo é o comediante que mais transita entre assuntos, caminhando da água para o vinho em minutos sem se importar com uma continuidade coerente. Suas piadas são tão boas que esse detalhe torna-se desimportante. Seus temas são os mais agressivos da noite. O estilo é incisivo mas agrada até mesmo aqueles que, antes do espetáculo, me disseram não gostar de sua persona – aqui em uma mistura óbvia confundindo o que o comediante faz no palco e suas piadas no micro blog twitter ou em outros textos difundidos pela internet – entregaram-se ao riso em seu espetáculo. Agradecendo pela presença, Danilo se despede e o show acaba. Sem bis, sem mais.

Sem dúvida O Clube da Comédia é um dos pontos altos do riso do país. É uma pena que a trupe não excursiona pelo interior – a sorte é que seus espetáculos solos rodam o país, mas quem estiver em São Paulo tem obrigação de conferir o espetáculo se for a favor do riso.

Vale recomendar também o espetáculo Putzgrill... de Oscar Filho, cuja resenha está disponível no site e Nocaute, de Marcelo Mansfield. Dois solos do clube que já assisti.

Alias, na apresentação que fui o canhoto do ingresso do Clube da Comédia dava direito a pagar meia no Nocaute, de Mansfield. Portanto é uma boa oportunidade para conferir um, pagar menos no outro e rir o dobro.

Um comentário:

  1. Gostei muito da resenha. Só repare que o show não acabou quando o Gentili sai, porque logo depois entra o Mansfield de novo e aí sim ele se despede da galera.

    Não confundo nada não, tá sabendo? Apesar de não gostar do estilo agressivo dele, Gentili me fez dar umas boas risadas.

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