dir. Milos Forman
A direção de Milos Forman pode ser considerada como uma das mais admiráveis. Com uma obra curta e espaçada, seu currículo brilhante possuí obras singulares como O Mundo de Andy, O Povo Contra Larry Flint, Valmont – Uma História de Seduções, Amadeus, Hair e Um Estranho No Ninho.
Após o estupendo O Mundo de Andy, que narrava a história real do comediante Andy Kaufman, Forman retorna a cadeira de diretor para, novamente, transpor para a ficção um período histórico da Espanha e mostrar as influências e o mundo em que viveu o renomado pintor Francisco de Goya.
Através de suas pinturas e de seus fantasmas, conhecemos a Espanha do século IXI, mergulhada na opressão pela Inquisição e pela invasão iminente das tropas de Napoleão Bonaparte.
Além de Goya, o grande destaque da trama concentra-se em Javier Barden, soberbo no intenso personagem de um padre conservador que, como Goya, sente na pele a turbulência da época.
Mesmo tratando-se de um filme sobre a Espanha, a produção é falada em inglês. Forman quando questionado a respeito, afirmou não conhecer a língua espanhola. E faz muito bem em não arriscar em uma língua desconhecida.
Com muitos anos de carreira, produzindo obras excepcionais, é evidente que Forman se apaixona pelo que faz e tem prazer em realizar obras baseadas em personagens reais. Se dessa vez o produto final não é uma obra prima derradeira, a altura de clássicos de sua filmografia, Sombras de Goya é, mesmo assim, incrível. Bem dirigido e consistente, como toda a carreira desse incrível Tcheco.
Após o estupendo O Mundo de Andy, que narrava a história real do comediante Andy Kaufman, Forman retorna a cadeira de diretor para, novamente, transpor para a ficção um período histórico da Espanha e mostrar as influências e o mundo em que viveu o renomado pintor Francisco de Goya.
Através de suas pinturas e de seus fantasmas, conhecemos a Espanha do século IXI, mergulhada na opressão pela Inquisição e pela invasão iminente das tropas de Napoleão Bonaparte.
Além de Goya, o grande destaque da trama concentra-se em Javier Barden, soberbo no intenso personagem de um padre conservador que, como Goya, sente na pele a turbulência da época.
Mesmo tratando-se de um filme sobre a Espanha, a produção é falada em inglês. Forman quando questionado a respeito, afirmou não conhecer a língua espanhola. E faz muito bem em não arriscar em uma língua desconhecida.
Com muitos anos de carreira, produzindo obras excepcionais, é evidente que Forman se apaixona pelo que faz e tem prazer em realizar obras baseadas em personagens reais. Se dessa vez o produto final não é uma obra prima derradeira, a altura de clássicos de sua filmografia, Sombras de Goya é, mesmo assim, incrível. Bem dirigido e consistente, como toda a carreira desse incrível Tcheco.
Planeta Terror (Planet Terror)
Dir. Robert Rodriguez
Os sempre inovadores - e bons - diretores Robert Rodriguez e Quentin Tarantino - deixando claro, desde já, meu maior apreço pelo segundo - na busca de trazer para o cinema hollywoodiano narrativas inovadoras, colocaram em prática, em 2007, um projeto surpreedente.
Intitulado Grindhouse, a produção seria uma homenagem as sessões matinês que passavam filmes trash de baixo orçamento que ambos assistiam em suas juventudes. A idéia consistiria em produzir dois filmes de média metragem, dividos no meio por trailers fictícios e lançá-lo no cinema como uma obra só. Porém, nem mesmo os nomes dos dois diretores fez o projeto funcionar.
Grindhouse não só não emplacou, como as críticas foram unânimes quanto aos defeitos dos trabalhos. Tanto que optaram por lançar, no resto do mundo, os filmes de maneira separada: Planeta Terror, de Rodriguez, e Death Proof, de Tarantino. Sem observar que os principais problemas da produção estavam centrados em sua espinha dorsal.
Desde o início de minhas análises que menciono, ora ou outra, filmes que tecem sua homenagem a certos gêneros ou a filmes marcantes do cinema mundial. Porém, Planeta Terror muito mais do que relembrar as matinês da juventude dos diretores, se torna um filme ruim.
Tão ruim que não consegue ser capaz de gerir o pastiche divertido dos filmes B, produções feitas de forma séria que, de tão patéticas, nós fazem rir. O exagero da homenagem foi tanto, que o filme se tornou pior que um de segunda categoria. Homenagear as produções B, não obriga transformar sua produção em algo ridículo e mal articulado. Podemos fazer homenagens de uma maneira que retome o gênero mas, ainda assim, mantenha uma característica própria, sendo algo novo.
Planeta Terror me incomodou, negou o principio básico do cinema, o entretenimento, para me deixar aborrecido. No final da produção, agradeci que não estava assistindo ao projeto inicial, se não teria ainda mais um filme no estilo pela frente. Alias, uma resenha que li pouco antes da produção desse texto afirmava que a obra de Rodriguez saia-se melhor que a de Tarantino. Ou seja, temo muito por Death Proof.
A Caçada (The Hunting Party)
dir. Richard Shepard
Intitulado Grindhouse, a produção seria uma homenagem as sessões matinês que passavam filmes trash de baixo orçamento que ambos assistiam em suas juventudes. A idéia consistiria em produzir dois filmes de média metragem, dividos no meio por trailers fictícios e lançá-lo no cinema como uma obra só. Porém, nem mesmo os nomes dos dois diretores fez o projeto funcionar.
Grindhouse não só não emplacou, como as críticas foram unânimes quanto aos defeitos dos trabalhos. Tanto que optaram por lançar, no resto do mundo, os filmes de maneira separada: Planeta Terror, de Rodriguez, e Death Proof, de Tarantino. Sem observar que os principais problemas da produção estavam centrados em sua espinha dorsal.
Desde o início de minhas análises que menciono, ora ou outra, filmes que tecem sua homenagem a certos gêneros ou a filmes marcantes do cinema mundial. Porém, Planeta Terror muito mais do que relembrar as matinês da juventude dos diretores, se torna um filme ruim.
Tão ruim que não consegue ser capaz de gerir o pastiche divertido dos filmes B, produções feitas de forma séria que, de tão patéticas, nós fazem rir. O exagero da homenagem foi tanto, que o filme se tornou pior que um de segunda categoria. Homenagear as produções B, não obriga transformar sua produção em algo ridículo e mal articulado. Podemos fazer homenagens de uma maneira que retome o gênero mas, ainda assim, mantenha uma característica própria, sendo algo novo.
Planeta Terror me incomodou, negou o principio básico do cinema, o entretenimento, para me deixar aborrecido. No final da produção, agradeci que não estava assistindo ao projeto inicial, se não teria ainda mais um filme no estilo pela frente. Alias, uma resenha que li pouco antes da produção desse texto afirmava que a obra de Rodriguez saia-se melhor que a de Tarantino. Ou seja, temo muito por Death Proof.
A Caçada (The Hunting Party)
dir. Richard Shepard
Nos últimos tempos, o ator Richard Gere tem me surpreendido. Seus últimos filmes, embora ignorado por um grande público, sem tanto estrondo na imprensa, são interessantes produções inteligentes cuja atuação do ator está incrível, em um timming perfeito com a proposta dos filmes. Dois desses, Justiça a Qualquer Preço e o Vigarista do Ano já foram mencionados aqui. É a vez de A Caçada ganhar seus elogios.
Na trama, Gere interpreta Simon Hunt, repórter especialista em coberturas de guerra e amigo do cameraman Duck. Após testemunhar um massacre na Bósnia, Hunt destrói sua carreira ao vivo dizendo tudo que pensa e, desde então, sobrevive vendendo sua cobertura para qualquer canal mundial que queira comprar.
Anos depois, quando Duck está de volta ao país, Hunt o procura dizendo ter pistas concretas que levariam até o Raposa, o homem por trás dos atentados que ambos presenciaram. Começa, então, uma aventura impossível para caçar o terrorista.
O filme foi baseado em fatos reais, embora desde os créditos iniciais somo alertados, com cinismo, que “apenas as partes mais ridículas dessa história são verdadeiras”.
E de fato, a série de eventos que os fazem prosseguir com a investigação é deveras duvidosa. Em questão de dias eles são capazes de descobrir pistas que o alto governo demorou anos para descobrir, serem confudidos com mercenários, com a própria CIA. É nesse ponto que a produção se aproxima com O Vigarista do Ano, questionando, novamente o poder da palavra e da mentira. Levando longe as personagens para descobrir o que desejavam.
Gere mais uma vez me surpreendeu com uma atuação irônica e interessante. Talvez um pouco fora do círculo luminoso de Hollywood, realizando filmes menores, o ator tenha se encontrado de vez.
Do outro lado da produção, o diretor e roteirista dessa produção Richard Shepard foi também diretor do fraco 24 Horas Para Morrer – com um pré-famoso Adrian Brody e Maura Tierney, a Abby de E.R. – e O Matador, com Pierce Brosnan, filme elogiado pela crítica mas que achei tedioso do começo ao fim.
A Estranha Perfeita (Perfect Strange)
Dir. James Foley
Na trama, Gere interpreta Simon Hunt, repórter especialista em coberturas de guerra e amigo do cameraman Duck. Após testemunhar um massacre na Bósnia, Hunt destrói sua carreira ao vivo dizendo tudo que pensa e, desde então, sobrevive vendendo sua cobertura para qualquer canal mundial que queira comprar.
Anos depois, quando Duck está de volta ao país, Hunt o procura dizendo ter pistas concretas que levariam até o Raposa, o homem por trás dos atentados que ambos presenciaram. Começa, então, uma aventura impossível para caçar o terrorista.
O filme foi baseado em fatos reais, embora desde os créditos iniciais somo alertados, com cinismo, que “apenas as partes mais ridículas dessa história são verdadeiras”.
E de fato, a série de eventos que os fazem prosseguir com a investigação é deveras duvidosa. Em questão de dias eles são capazes de descobrir pistas que o alto governo demorou anos para descobrir, serem confudidos com mercenários, com a própria CIA. É nesse ponto que a produção se aproxima com O Vigarista do Ano, questionando, novamente o poder da palavra e da mentira. Levando longe as personagens para descobrir o que desejavam.
Gere mais uma vez me surpreendeu com uma atuação irônica e interessante. Talvez um pouco fora do círculo luminoso de Hollywood, realizando filmes menores, o ator tenha se encontrado de vez.
Do outro lado da produção, o diretor e roteirista dessa produção Richard Shepard foi também diretor do fraco 24 Horas Para Morrer – com um pré-famoso Adrian Brody e Maura Tierney, a Abby de E.R. – e O Matador, com Pierce Brosnan, filme elogiado pela crítica mas que achei tedioso do começo ao fim.
A Estranha Perfeita (Perfect Strange)
Dir. James Foley
Há um fato nessa produção que seu título afirma corretamente. Nunca em toda sua cinematografia, a atriz Halle Berry esteve tão perfeita, natural e bela. Mesmo que esse comentário, como dito anteriormente em outras ocasições, não acrescente nada a análise do filme, é necessário constatar esse fato.
Infelizmente, elementos demais tornam o enredo de A Perfeita Estranha algo indefinido. Parece suspense, pois envolve um assassinato de uma amiga da jornalista Rowena, papel de Berry. Tem elementos dramáticos ao revelar que esse assassinato tem chances de estar ligado a um homem que ela conversava pela internet, exercendo, por esse lado, uma crítica ao poder do mundo virtual. Mas a soma de todos esses termos gera somente um argumento mal fadado.
A trama resolve facilmente diversos aspectos de sua narrativa. Quando necessário a personagem de Giovanni Ribisi entra em cena, como um hacker faz tudo, para passar informações sigilosas, investigar suspeitos, tudo por, aparentemente, ter uma queda pela jornalista. Estando sempre na hora certa para soltar novas revelações.
Bastasse isso, Bruce Willis aparece a toa no filme, fraco, concentrando-se apenas em manter seu biquinho já característico.
A trama começa a engrenar quando as peças se encaixam e o assassinato é resolvido. Porém, um flashback do passado de Rowena, com diversas cenas rápidas jogadas ao público, geram uma série de reviravoltas – sempre elas - desnecessárias que enterram o final desse filme morno.
Infelizmente, elementos demais tornam o enredo de A Perfeita Estranha algo indefinido. Parece suspense, pois envolve um assassinato de uma amiga da jornalista Rowena, papel de Berry. Tem elementos dramáticos ao revelar que esse assassinato tem chances de estar ligado a um homem que ela conversava pela internet, exercendo, por esse lado, uma crítica ao poder do mundo virtual. Mas a soma de todos esses termos gera somente um argumento mal fadado.
A trama resolve facilmente diversos aspectos de sua narrativa. Quando necessário a personagem de Giovanni Ribisi entra em cena, como um hacker faz tudo, para passar informações sigilosas, investigar suspeitos, tudo por, aparentemente, ter uma queda pela jornalista. Estando sempre na hora certa para soltar novas revelações.
Bastasse isso, Bruce Willis aparece a toa no filme, fraco, concentrando-se apenas em manter seu biquinho já característico.
A trama começa a engrenar quando as peças se encaixam e o assassinato é resolvido. Porém, um flashback do passado de Rowena, com diversas cenas rápidas jogadas ao público, geram uma série de reviravoltas – sempre elas - desnecessárias que enterram o final desse filme morno.
O Segredo (Si j'étais toi)
dir. Vicent Perez
É inegável a qualquer fã da série Arquivo X que o ator David Duchovny seja um ícone com grande destaque. Por conta dele fui ao cinema assistir comédias românticas sem graça e comédias inssossas. Apenas para ver o querido e eterno Fox Mulder despido de sua personagem característica.
As voltas de uma história sobrenatural, Duchovny interpreta nessa produção francesa o Dr. Benjamin Marris, um oculista, marido e pai, cuja família sofre um acidente onde sua esposa, interpretada por Lili Taylor, acaba por falecer. Porém, eis o elemento sobrenatural, minutos antes da morte, a esposa consegue se incorporar no corpo da filha.
Além do susto e da incredibilidade inicial, com o tempo a mãe deseja compreender melhor filha, que nunca conheceu de verdade, e resolve continuar a viver a vida por ela. Acreditando que assim o espírito da filha pode volta a tona.
O conceito é tão estranho que até mesmo uma cena desconfortável aparece na trama: quando a esposa, no corpo da filha, sugere uma relação íntima com o marido. As vantagens da barganha, nas palavras da esposa, seria que o marido manteria relações com alguém cujo corpo ainda teria dezesseis anos. Caso onde os roteiristas passaram longe do bom senso.
Sem a presença de Duchovny, que se tornou o chamariz para fãs como eu, o filme pode ser esquecido. Alias, tão esquecido que a produção de 2007 só chegou na locadora esse ano.
O filme é uma regravação do japonês Himitsu, que não conheço e, assim, não tecerei nenhum comentário. Mas se sua história é uma perda de tempo, ao menos a nova série de David Duchovny, Californication, é uma verdadeira tentação e deleite aqueles que são fãs de Fox Mulder e gostam de uma incrível série de humor ácido. Já O Segredo, continuem deixando escondido.
As voltas de uma história sobrenatural, Duchovny interpreta nessa produção francesa o Dr. Benjamin Marris, um oculista, marido e pai, cuja família sofre um acidente onde sua esposa, interpretada por Lili Taylor, acaba por falecer. Porém, eis o elemento sobrenatural, minutos antes da morte, a esposa consegue se incorporar no corpo da filha.
Além do susto e da incredibilidade inicial, com o tempo a mãe deseja compreender melhor filha, que nunca conheceu de verdade, e resolve continuar a viver a vida por ela. Acreditando que assim o espírito da filha pode volta a tona.
O conceito é tão estranho que até mesmo uma cena desconfortável aparece na trama: quando a esposa, no corpo da filha, sugere uma relação íntima com o marido. As vantagens da barganha, nas palavras da esposa, seria que o marido manteria relações com alguém cujo corpo ainda teria dezesseis anos. Caso onde os roteiristas passaram longe do bom senso.
Sem a presença de Duchovny, que se tornou o chamariz para fãs como eu, o filme pode ser esquecido. Alias, tão esquecido que a produção de 2007 só chegou na locadora esse ano.
O filme é uma regravação do japonês Himitsu, que não conheço e, assim, não tecerei nenhum comentário. Mas se sua história é uma perda de tempo, ao menos a nova série de David Duchovny, Californication, é uma verdadeira tentação e deleite aqueles que são fãs de Fox Mulder e gostam de uma incrível série de humor ácido. Já O Segredo, continuem deixando escondido.
No Vale Das Sombras (In the Valley of Elah)
Dir. Paul Haggis
Eu, como muitos outros cinéfilos que seguem a tradição de assistirem anualmente o Oscar, fiquei sem palavras quando anunciavam que o melhor filme do ano era Crash – No Limite. Lembrei-me de minha expectativa quanto ao filme até vê-lo no cinema e sair frustrado, como se faltasse alguns pontos essenciais para que a narrativa funcionasse e fluísse. Para tirar minhas dúvidas, cheguei a rever o filme em seu lançamento em dvd, e a mesma sensação de vazio se encontrava. Definitivamente, foi um filme superestimado.
Por isso meu espanto ao assistir a seguinte produção de Paul Haggis. Um bom filme, muito bem dirigido, com um roteiro com amarras estreitas e uma polêmica espinhenta para os americanos, que Haggis se baseou em uma história publicada na revista Playboy.
Na produção, o constantemente incrível Tommy Lee Jones, investiga o desaparecimento de seu filho, Mike Deerfield, que deveria voltar ao Iraque, e passa a ser considerado foragido. Hank, papel de Lee Jones, se debruça na investigação do paradeiro do filho entrando sempre em confronto com o alto escalão militar. Que mantém suas aparências, negando tudo que possa comprometer a instituição.
Se o filme anterior de Haggis era repleto de exageros, No Vale da Sombras está completo com minúcias. Do semblante carregado do pai, tentando descobrir o paradeiro do filho, sem esconder a certeza de que o mesmo já se foi as incongruências do exército quanto ao desaparecimento de Mike. Não a toa escalaram Tommy Lee Jones para a trama, e não a toa que o ator recebeu uma indicação ao Oscar pelo papel.
No Vale das Sombras é denso e envolvente. Menos delicado e mais cruel com a natureza humana. Haggis, ao mostrar que metade dos Estados Unidos estavam mergulhados nesse vale triste e sombrio de desespero, entregou sua melhor produção até agora.
Por isso meu espanto ao assistir a seguinte produção de Paul Haggis. Um bom filme, muito bem dirigido, com um roteiro com amarras estreitas e uma polêmica espinhenta para os americanos, que Haggis se baseou em uma história publicada na revista Playboy.
Na produção, o constantemente incrível Tommy Lee Jones, investiga o desaparecimento de seu filho, Mike Deerfield, que deveria voltar ao Iraque, e passa a ser considerado foragido. Hank, papel de Lee Jones, se debruça na investigação do paradeiro do filho entrando sempre em confronto com o alto escalão militar. Que mantém suas aparências, negando tudo que possa comprometer a instituição.
Se o filme anterior de Haggis era repleto de exageros, No Vale da Sombras está completo com minúcias. Do semblante carregado do pai, tentando descobrir o paradeiro do filho, sem esconder a certeza de que o mesmo já se foi as incongruências do exército quanto ao desaparecimento de Mike. Não a toa escalaram Tommy Lee Jones para a trama, e não a toa que o ator recebeu uma indicação ao Oscar pelo papel.
No Vale das Sombras é denso e envolvente. Menos delicado e mais cruel com a natureza humana. Haggis, ao mostrar que metade dos Estados Unidos estavam mergulhados nesse vale triste e sombrio de desespero, entregou sua melhor produção até agora.
Watchmen - O Filme (Watchmen)
Dir. Zack Snyder
Quase sem público, mesmo em uma noite de quarta-feira, dia oficial de muitos cinemas oferecerem a meia entrada aos seus espectadores, trajando meu uniforme especialmente comprado para a ocasião – uma camiseta com o símbolo do Comediante na frente e o escrito “Who Watches The Watchmen” nas costas – fui mais uma vez assistir Watchmen – O Filme.
Evidente que, por mais que a produtora Warner tenha feito um grande chamariz a respeito do filme, sua arrecadação nem chegou perto da arrecadação bilionária de Batman - O Cavaleiro Das Trevas. A começar pela censura máxima que o filme recebeu, impedindo que adolescentes pudessem entrar nos cinemas. De qualquer forma, sua trama pesada não ajudaria aqueles que conseguissem burlar a censura.
O sucesso foi tão relativo que, três semanas após sua estréia, nas duas cidades em que vi o filme, Bauru e Araraquara, a produção não estava mais em cartaz. Impossibilitando-me de, como pensei, ler a obra de Moore e rever o filme com mais atenção. Agora, só com o lançamento do dvd.
Nessa segunda vez de Watchmen, a maior experiência não se concentrou em mim. E sim em assistir em companhia de alguém que não é uma leitora de quadrinhos e não conhecia a história de Watchmen. Assim, aos seus olhos, a produção pôde se revelar da maneira como foi produzida. Sem os estigmas e amarras que tive ao assisti-lo.
Em seus créditos finais, quando, enfim, comecei discutindo as diferenças entre a obra prima de Moore e o bom filme de Snyder, concluímos que Watchmen – O filme é uma boa produção. Evidentemente que certas dúvidas ficaram em sua cabeça. Dúvidas que esclareci por conhecer a imensidão do gibi. Mas assim como nos quadrinhos, as personagens são consagradoras. Rorschach, Dr. Manhattan, Ozymandias e até mesmo a atriz Malin Akerman, a mais fraca do grupo, encanta como Espectral. Deixando no público uma sensação inigualável.
Watchmen, assim como a obra que o inspirou, não é um filme para assistir com olhos rasos. É necessário um mergulho profundo, perdendo o fôlego. Assim, tanto eu, leitor da obra, como ela, apreciadora somente da produção de Snyder, pudemos concluir que a imbatível história de Alan Moore, mesmo amenizada e manipulada por Snyder, continua ainda atual e forte como nunca. Seja como um filme baseado em uma história em quadrinhos ou apenas como um filme.
Evidente que, por mais que a produtora Warner tenha feito um grande chamariz a respeito do filme, sua arrecadação nem chegou perto da arrecadação bilionária de Batman - O Cavaleiro Das Trevas. A começar pela censura máxima que o filme recebeu, impedindo que adolescentes pudessem entrar nos cinemas. De qualquer forma, sua trama pesada não ajudaria aqueles que conseguissem burlar a censura.
O sucesso foi tão relativo que, três semanas após sua estréia, nas duas cidades em que vi o filme, Bauru e Araraquara, a produção não estava mais em cartaz. Impossibilitando-me de, como pensei, ler a obra de Moore e rever o filme com mais atenção. Agora, só com o lançamento do dvd.
Nessa segunda vez de Watchmen, a maior experiência não se concentrou em mim. E sim em assistir em companhia de alguém que não é uma leitora de quadrinhos e não conhecia a história de Watchmen. Assim, aos seus olhos, a produção pôde se revelar da maneira como foi produzida. Sem os estigmas e amarras que tive ao assisti-lo.
Em seus créditos finais, quando, enfim, comecei discutindo as diferenças entre a obra prima de Moore e o bom filme de Snyder, concluímos que Watchmen – O filme é uma boa produção. Evidentemente que certas dúvidas ficaram em sua cabeça. Dúvidas que esclareci por conhecer a imensidão do gibi. Mas assim como nos quadrinhos, as personagens são consagradoras. Rorschach, Dr. Manhattan, Ozymandias e até mesmo a atriz Malin Akerman, a mais fraca do grupo, encanta como Espectral. Deixando no público uma sensação inigualável.
Watchmen, assim como a obra que o inspirou, não é um filme para assistir com olhos rasos. É necessário um mergulho profundo, perdendo o fôlego. Assim, tanto eu, leitor da obra, como ela, apreciadora somente da produção de Snyder, pudemos concluir que a imbatível história de Alan Moore, mesmo amenizada e manipulada por Snyder, continua ainda atual e forte como nunca. Seja como um filme baseado em uma história em quadrinhos ou apenas como um filme.
Meu Monstro de Estimação (The Water Horse)
Dir. Jay Russell
Difícil resistir à esse delicado filme de temas universais. Baseado na obra do escritor Dick King-Smith, o mesmo autor de Babe – O Porquinho Atrapalhado, a trama narra a história de Angus MacMorrow, um garoto sem amigos e infeliz, a espera de seu pai que, em breve, voltará da guerra. E que encontra em um pequeno ovo misterioso na orla da praia um motivo para ter esperança.
Filmes como esse não possuem narrativas inovadoras. Temos que deixar que sua história fabulosa e melancólica seja o guia para nosso discernimento.
Como toda história do gênero, nada é mais precioso a Angus que seu novo amigo, apelidado de Crusoé. Porém, a medida que o monstrinho cresce, fica impossível manter em segredo sua existência.
A narrativa fala implicitamente sobre uma época em que a ausência de contato entre adultos e crianças era real. Passando-se em um período de guerra, o filme mostra todo o medo, esperança e desilusão de uma criança que cresce a espera de seu pai, herói da infância.
Seu ponto de fuga é a amizade com o novo amigo, tão estranho no mundo quanto ele. E caberá a esse garoto e seu amigo inacreditável tentar trazer a tona um pouco de humanidade a essas personagens danificadas por tempos ruins.
Meu Monstro de Estimação é uma das produções melhor assistida com os sentimentos, por sua narrativa delicada. Não podemos esperar mais nada de uma obra cujo autor é um excelente escritor juvenil.
Filmes como esse não possuem narrativas inovadoras. Temos que deixar que sua história fabulosa e melancólica seja o guia para nosso discernimento.
Como toda história do gênero, nada é mais precioso a Angus que seu novo amigo, apelidado de Crusoé. Porém, a medida que o monstrinho cresce, fica impossível manter em segredo sua existência.
A narrativa fala implicitamente sobre uma época em que a ausência de contato entre adultos e crianças era real. Passando-se em um período de guerra, o filme mostra todo o medo, esperança e desilusão de uma criança que cresce a espera de seu pai, herói da infância.
Seu ponto de fuga é a amizade com o novo amigo, tão estranho no mundo quanto ele. E caberá a esse garoto e seu amigo inacreditável tentar trazer a tona um pouco de humanidade a essas personagens danificadas por tempos ruins.
Meu Monstro de Estimação é uma das produções melhor assistida com os sentimentos, por sua narrativa delicada. Não podemos esperar mais nada de uma obra cujo autor é um excelente escritor juvenil.
Temos Vagas (Vacancy)
Dir. Nimród Antal
Amaldiçoado por forças ocultas, vez ou outra, o gênero de terror é presenteado com um bom filme. Capaz de, mesmo mergulhado em clichês, fazendo repeteco de situações limites já exploradas em demasia em outras produções, tornar-se uma boa diversão. Afinal, não podemos esperar mais nada de um filme de terror do que litros de sangue e bom divertimento.
Temos Vagas é outra grata surpresa em meio ao mar tenebroso de produções feitas, aparentemente, em piloto automático, que enchem, mês a mês, as prateleiras das locadoras e também dos cinemas.
A trama pode ser prevista facilmente pelo título. Um jovem casal, prestes a se separar após tantas brigas, são obrigados a passar a noite em um motel a beira de estrada. Após estarem confortáveis e alojados no quarto, encontram uma série de filmes caseiros filmados no hotel, no mesmo quarto onde estão. Nas fitas, vítimas são torturadas e assassinadas e, antes que o casal perceba, eles já foram marcados como as próximas vítimas.
Tem-se, então, a deliciosa caça entre gato e rato, vítima e assassino, durante a produção. É evidente, apenas expondo a sinopse, que as referencias citadas não são inéditas. Ambientes isolados, hotéis a beira de estradas são usados desde Psicose. Sem contar casais que, prestes a cortar os laços, sobrevivem à chacinas cinematográficas e resolvem dar mais uma chance para seu amor.
Clichês, quando bem utilizados, produzem um bom espetáculo. Um tanto quanto óbvio, sem dúvida, mas admirável e divertido. Temos Vagas, por mais inofensivo que seja, é um bom exemplo a ser seguido por produtores de terror. Aqueles que utilizam qualquer elemento, qualquer seleção de atores, produzindo qualquer material descartável que, no final, é embaraçosamente vergonhoso.
Temos Vagas é outra grata surpresa em meio ao mar tenebroso de produções feitas, aparentemente, em piloto automático, que enchem, mês a mês, as prateleiras das locadoras e também dos cinemas.
A trama pode ser prevista facilmente pelo título. Um jovem casal, prestes a se separar após tantas brigas, são obrigados a passar a noite em um motel a beira de estrada. Após estarem confortáveis e alojados no quarto, encontram uma série de filmes caseiros filmados no hotel, no mesmo quarto onde estão. Nas fitas, vítimas são torturadas e assassinadas e, antes que o casal perceba, eles já foram marcados como as próximas vítimas.
Tem-se, então, a deliciosa caça entre gato e rato, vítima e assassino, durante a produção. É evidente, apenas expondo a sinopse, que as referencias citadas não são inéditas. Ambientes isolados, hotéis a beira de estradas são usados desde Psicose. Sem contar casais que, prestes a cortar os laços, sobrevivem à chacinas cinematográficas e resolvem dar mais uma chance para seu amor.
Clichês, quando bem utilizados, produzem um bom espetáculo. Um tanto quanto óbvio, sem dúvida, mas admirável e divertido. Temos Vagas, por mais inofensivo que seja, é um bom exemplo a ser seguido por produtores de terror. Aqueles que utilizam qualquer elemento, qualquer seleção de atores, produzindo qualquer material descartável que, no final, é embaraçosamente vergonhoso.
eu sempre tive uma dúvida: existe algum filme em que o Tommy Lee Jones aparece novo? todo mundo também tem a impressão de que ele começou a carreira com 50 anos?
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