Fomos bons e jovens. Sem o rancor ressecado nos lábios envelhecido sob a pele. Tínhamos a juventude como fruto proibido a ser devorado, éramos fortes.
Sentado em roda no chão, rindo da ironia da vida e da benção da união, amigos de mãos juntas como um rio que fluí, esqueço-me até de quantos éramos.
Hoje temos o retrato envelhecido da família na mesa da sala, a marca nos dedos dos anéis que nos enforcaram. Celebramos eternos aniversários a sós. O garfo lavado no dia seguinte, a única fatia solitária de bolo não representa mais celebração. Éramos ingênuos.
Hoje ao deitarmos em nossa solitude, esquecemos de apreciar carinhos e conquistas. Estamos mais fracos, mais velhos, nos enferrujamos. As frases que dizíamos não se encontram mais na boca do povo.
Não éramos reis nem príncipes, mas havia ouro em nossas mãos. Algo que deixamos escorrer como rosas que brotam fora da estação e morrem
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