segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Semana em Filmes (22 a 28 de Agosto)


A Máscara do Terror (Bruiser)

Dir. George Romero



Mais conhecido pela prolífica saga envolvendo zumbis, retratos alegóricos de uma sociedade vazia, George Romero é um genuíno diretor de terror.
A construção de suas tramas, repletas de simbologia, constroem-se em um argumento de horror visando uma perpectiva maior. Muitos dizem, em relação aos seus filmes com mortos vivos, que Romero não produz filmes sobre eles, e sim com eles, dando vazão ao sentido de que tais personagens funcionam como uma metáfora.
A Máscara do Terror, produção que não teve muita repercussão, repete o misto de horror e história moral, comum na obra do diretor.
Henry trabalha para uma famosa revista de moda chamada Bruiser. Sua insegurança e timidez o transforma em um alvo fácil para ser enganado, roubado e mal tratado pelo patrão. Sua submissão é severa, porém, um dia acorda com uma máscara cobrindo o rosto. Livre de sua identidade decide se vingar daqueles que o enganaram durante a vida.
A ausência de sua identidade, associada a uma personalidade submissa, é o ponto de encontro para Romero criar uma história de um mascarado vingador e analisar as situações cotidianas em que muitos são mal tratados pelos outros, tornando-se quase seres invisíveis.
A ausência de uma escolha mais incisiva, de qual caminho - o horror ou a fábula moral - é o melhor para a narrativa, a faz um tanto quanto frouxa. Apresenta uma história de horror que não produz efeito assustador algum e deixa a história moral, contida por trás da máscara, branda.



A Maldição (Thinner)

Dir. Tom Holland


Procurando partículas assustadoras no cotidiano e no inusitado, Stephen King tornou-se um dos grandes autores do gênero de horror. A Maldição, baseada no livro escrito por seu pseudônimo Richard Bachman, remete-se a lenda da magia dos ciganos para destruir a vida de um advogado.
Billy Halleck é um bem sucedido advogado, de boa família cujo único grande problema é sua obesidade. Quando atropela uma velha cigana, saída no meio de dois carros não imagina que sua vida iria mudar. Mas o patriarca da família cigana lhe joga uma maldição, que o fará perder peso de maneira assustadora.
Trabalhando com o requinte necessário para realizar a trama – e efeitos especiais incríveis do ganhador do Oscar por Uma Babá Quase Perfeita e Drácula de Bram Stoker – a produção transpassa com boa intensidade a narrativa que consagrou King. Os elementos que fogem do normal estão presentes, as personagens dúbias que parecem serem do mal mas podem servir de ajuda e até mesmo uma participação do próprio autor como o farmacêutico da cidade.



A Lenda do Tesouro Perdido (National Treasure)

Dir.Jon Turteltaub


Nicolas Cage possui uma carreira divida por fases. Foi ator dramático vencedor de Oscar, encontrou-se como ator de ação em diversos filmes e, nos últimos anos, perdeu o brilho e a arte de interpretar. Suas produções recentes, além da trama ruim, apresentam um ator desmotivado, sem o mesmo fôlego de outrora.
A Lenda do Tesouro Perdido é uma espécie de Indiana Jones dos pobres. Segue a tendência de enigmas e mistérios surgidas com os Best Sellers de Dan Brown e apresenta uma trama que situa a história americana dentro de uma conspiração. Um mapa secreto que esconderia um tesouro milenar, vindo de diversas épocas do tempo.
Tendo como uma das produtoras a Disney Picture, é evidente que o filme foi formatado para ser uma história família, para adultos e pequenos. Tanto que, em muitas cenas, há excesso de informação didática. Intencionado explicar ao público passo a passo das descobertas, para que não se percam.
Ainda que com um argumento interessante, a história se dilui na defesa daqueles que pretendem salvar o tesouro e dos que querem roubarem. Sempre enfatizando que, em certos momentos, a inteligência é melhor que qualquer violência. Recorrendo a personagens estereotipados e a amores que surgem no fim da ação.
Por não exigir muito, conquista seu papel de um filme de diversão rasteiro. Mas deixa com a sensação de que poderia ser mais, se houvesse mais empenho.



Par Perfeito (Killers)

Dir. Robert Luketic


Há uma vasta gama de agentes infiltrados a serviço do governo americano. Sejam eles em produções voltadas a espionagem, como comédias em que a personagem tenta, a todo custo, esconder sua identidade.
Levando em conta o gênero cômico, o argumento não é novo. O filme Entrando Numa Fria, com Bem Stiller e Robert De Niro, apresenta o genro de Stiller como um agente aposentado da CIA. Surgindo boa parte do humor a partir de seu estilo rude.

Recém saída da série médica Grey´s Anatomy, Katherine Heigl intenta ocupar o espaço deixado por Meg Ryan como queridinha da América. A dose de seu talento pode fazer com que ela segue lá. Ligeiramente Grávidos foi um competente filme, A Verdade Nua e Crua gerou bons momento cômicos e Vestida Para Casar mesmo com o roteiro fraco não decepciona por completo.
Em sua nova produção, Par Perfeito, Jen (Heigl) encontra seu homem dos sonhos em uma viagem, sem saber que ele é um matador de aluguel contratado pelo governo. Spencer (Ashton Kutcher, ator de um papel só) abandona sua carreira para seu casamento, porém a paz do casal é quebrada quando um golpe coloca a cabeça de Spencer a prêmio e ele é obrigado a revelar seu passado.
Tradicional trama cômica de ação, a produção realiza sua história de maneira burocrática. Kutcher pode ter charme e apelo com as mulheres, mas não sustenta o carisma de um agente, muito menos o de um papel central. Sua contra parte na dupla, Heigl, segura sua interpretação em piloto automático. Exagerando nos traquejos, gritos, sustos, em cenas que envolvem movimentos de ação.
A sensação de repetição é tamanha que, assim como em Entrando Numa Fria, há um pai que não gosta de seu genro e, pior, também é um agente infiltrado.



A Onda (Die Welle)

Dir. Dennis Gansel



Pouco do cinema alemão conquista sucesso para ser difundido em outros países. E uma parcela ainda menor chega até mim, sou um expectador mais direcionado para o cinema americano.
Não que construo barreiras para produções de outros países. Elas são sempre bem vindas. Ainda mais quando carregadas por uma história de força profunda.
Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967, A Onda tranforma-se em um interessante estudo sobre o poder perante a uma massa coletiva. Em uma escola de ensino médico, para ensinar seus alunos sobre autocracia, Rainer Wegner, propõe um experimento para explicar na prática o fascismo e o poder. Denominando-se líder do grupo, elegendo temas como força e disciplina, o professor cria uma identidade igual para seus alunos, que reconhecem um ao outro por essa união.
Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. O grupo se expande além da escola, além da visão do professor, que percebe ser tarde demais para terminá-lo.
Tornando-se narrativa reflexiva sobre o coletivo humano, a produção demonstra a fragilidade da união que pode transformar-se em um sistema autocrático, construído com bases em argumentos, ordens e disciplina. E daqueles fora do grupo visto como páreas que geram movimentos de briga e preconceito.
A história desenvolvida no longa, ainda que com um argumento forte, não encontra um foco narrativo adequado para se apresentar. Em momentos dá vazão a dúvida do professor em continuar o projeto, em outras aos alunos que transformaram o grupo em um movimento na cidade, mas a falta de um lugar para se apoiar resulta em uma história que não se amarra adequadamente, podendo ter o argumento melhor utilizado se fosse mais incisivo. Mas sem dúvida vale como exercício de reflexão.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

[Notícia] A Sétima Temporada de House M.D. (8)





O site House-MD.PL, mantido por fãs da série, foi um dos primeiros sites, se não o primeiro, a divulgar as primeiras promos da oitava temporada. Por enquanto, ainda se tem apenas imagens em baixa resolução.

Duas das três imagens apontam os rumos que a série pretende tomar nesse ano, focando o relacionamento amoroso do médico. Como sempre, as imagens são bem interessantes.

Já circula pela internet, também, a imagem dos outros integrantes da equipe, porem em uma imagem em miniatura em baixíssima resolução. Dessa forma, vamos esperar que as imagens tamanho gigante estejam disponíveis para coloca-las em nosso álbum dedicado a sétima temporada.

O mesmo site também informa que o primeiro episódio da série tem o nome definido como "What Now".



quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Arquivo X, Nona Temporada

ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.

A verdade derradeira chega enfim.

Recebendo tardiamente um desfecho definitivo, a nona temporada de Arquivo X encerra a eficiente série em ritmo lento. E falha por tentar criar, no último ano, uma nova identidade para a série.

Com Fox Mulder fora da trama e Dana Scully delegada a ficar fora dos Arquivos X, o foco da ação volta-se a nova dupla de agentes: John Doggett e Monica Reyes. Não só a dinâmica entre ambos pretende ser nova, como até mesmo, novamente, a abertura da série ganha uma repaginação. Sendo atualizada com novos efeitos e com uma variante da mesma música de abertura.

A tentativa de mudar as personagens centrais da série não deixa de ser audaciosa. Mas peca por um princípio básico não previsto por seus produtores. Além do grande espetáculo que a série é em si, sua personagens centrais são seu complemento perfeito.

Doggett, apresentado na temporada passada, ainda que seja um bom personagem e funcione bem ao lado de Scully, não contrapõe o mesmo carisma quando divide a tela com sua parceira, Reyes.

Resultando em um enredo que não parece pertencer a si próprio. Ainda explorando temas sobrenaturais conhecidos do público, mas sem o estilo de outrora, marca profunda da série.

A temporada equilibra-se em alguns bons episódios para a maioria fraca. A mitologia continua presente, dando prosseguimento a história dos super soldados, até a conclusão da série.

Antes do capitulo derradeiro, finais são fechados em cerimônia discreta. William, o bebê de Scully, que causou desconforto por seu surgimento repentino, é doado a uma família anônima, onde estaria protegido e longe de qualquer futuro ataque.

E os Pistoleiros Solitários dão sua vida para salvar a humanidade de um vírus, morrendo como heróis. Um passo não muito lisonjeio para um grupo que tanto serviu de apoio para os agentes e formando sempre uma boa trinca de personagens.

Mesmo com quase um ano para produzir um desfecho que significasse um ápice para uma temporada amena, o episodio A Verdade, com uma hora e vinte de duração, não apresenta uma trama tão impactante.

David Duchovny retoma seu papel como Fox Mulder, que retorna a cena ao ser acusado de matar um militar em uma base do governo. Na prisão, o ex-agente passa por um julgamento não-usual em que seus atos são postos a prova em confronto com as evidencias que descobriu com a conspiração alienígena.

A situação intenta criar, pela última vez, o embate entre Mulder e o governo, produzindo um apanhado de sua trajetória. Amigos depõem ao seu favor, acusados expõe fatos contraditórios e, devido ao impasse da situação, Mulder é resgatado em uma noite por Skinner, Scully, Doggett e Reyes, para fugir.

Como último ato, Mulder vai ao encontro do Canceroso, que não morreu e agora vive nas montanhas, em uma rocha que impede a aproximação dos super soldados. Sua figura nefasta e decadente revela as intenções de Mulder na base militar. A descoberta da verdade, da invasão final alienígena, marcada para o ano de 2012. Alienando a população mundial em uma devastação que ainda está por vir.

Novamente os fãs brindam com Mulder e Scully juntos, tecendo conversas sobre o passado e o futuro e, pela última vez, sobem os créditos.

Após nove anos na televisão, metade deles produzindo uma série inovadora. É triste constar que Arquivo X não soube escolher o momento exato de seu fim. Optou por estender demais. Finalizou boa parte de sua trama no meio, deu inicio a outra, perdeu um de seus atores centrais e mesmo tentando manter a chama acesa com outros atores, não conseguiu a mesma força inicial, o mesmo espetáculo inovador e bizarro que, até então, a televisão não assitira antes.

Sua história foi marcada por grandes inovações, mas também pela falha do exagero. Pela soma de seus todos, mantem-se como uma impressionante série que conquistou seu patamar na lista de melhores series com razão e já ganhou seguidores que buscam na mesma fonte um estilo para contar outros enredos.

Sem dúvida, um marco.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

[Notícia] A Sétima Temporada de House M.D. (7)

E quanto mais 20 de setembro de aproxima, mais promos são lançadas. Já são nove no total.

Além delas, provavelmente antes da série começar as sempre interessantes fotos promocionais também serão divulgadas. Particularmente, é um dos momentos que mais gosto.

Lembrando aos leitores que o blog fará a cobertura do retorno da série, com publicação das fotos de divulgação, resenha e tudo mais. Seguindo o cronograma estabelecido na temporada anterior com divulgação dos links na terça e resenha publicada nas sextas.

Por enquanto, vamos a mais um promo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Semana em Filmes (15 a 21 de Agosto)



A Caixa (The Box)

Dir. Richard Kelly


Responsável por direção e roteiro do interessante Donnie Darko, Richard Kelly cujo início de carreira foi promissor, aponta o complexo problema de um diretor cujo primeiro filme foi composto por reviravoltas e temas obscuros.
Baseado em um conto de Richard Matheson, autor de Eu Sou a Lenda, já adaptado para as telas em um segmento da série Além da Imaginação, A Caixa não se contenta em apenas ser uma trama com uma história sombria.
O recurso de terror que serve como mote é bastante legítimo, assustador em sua essência. Nos apresentando um casal, cujo dinheiro para sustentar a família não é alto, que tem a opção de ganhar uma maleta de dinheiro se apertar o botão de uma misteriosa caixa. Como resultado de tal ação, alguém no mundo irá morrer.
Um argumento que, por si só, funcionaria como drama principal, nas mãos de Kelly se transformou em apenas mais um elemento para uma trama que intenta se explicar, apoiando-se em explicações religiosas, de cunho profético, para enfatizar que, além da história assustadora de uma caixa mortal, há um enredo pronto por trás.
Porém, averso a tais explicações, o gênero de terror raramente gera uma produção com detalhes explicativos e de qualidade. Transformando um bom argumento em uma história cheia de absurdos.



Príncipe da Pérsia - As Areias Do Tempo (Prince of Persia: The Sands of Time)

Dir. Mike Newell



Criado no final da década de 80, o jogo O Príncipe da Pérsia é até hoje, mesmo com sua precariedade gráfica, um primor em diversão. Desde seu lançamento, o jogo já recebeu atualizações de visual e diversas seqüências que deslocam a ação simples de seu primórdio e insere o príncipe em cenas muito mais elaboradas tanto gráficamente como de jogabilidade.
Seguindo a parcela de adaptações de vídeo games para as telas, Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo poderia se tornar uma grande produção por sua boa história e a exploração de uma sociedade antiga, argumento que, normalmente, rende boas produções. Mas a cargo da Disney, a mesma que realizou a trilogia dos Piratas do Caribe, a produção foi formatada para ser um filme família.
Tudo intenta ser direcionado para agradar crianças e o público em geral. A história que poderia ser sombria é tratada de maneira a parecer uma lenda antiga. A figura do príncipe apresentada desde a infância é a de uma menino pobre resgatado pela família do rei. Não bastando isso tem, em semelhança ao jogo, extrema habilidade física – as cenas de ação configurariam o primeiro adepto do Le Parkour.
As semelhanças para se adequar ao formato não cessam. Há até mesmo uma das personagens vilanescas interpretada por um grande ator, mais conhecido por seus papéis dramático, como Geofrey Rush foi para a trilogia pirata.
As tais Areias do Tempo, anunciadas até no título, funcionam apenas para criar as intrigas da trama, que inclui até uma princesa que, a principio, odeia Dastan, o príncipe, e passa o tempo todo soltando frases e frases de efeito.
Sem dúvida, o formato pode divertir crianças e ser um programa para a família. Mas joga ao vento um argumento interessante que, nas mãos de outro estúdio, seria produzido a altura da fama de seu jogo.



Verônika Decide Morrer (Veronika Decides to Die)

Dir. Emily Young


Primeiro encontro de Hollywood com o escritor popular brasileiro Paulo Coelho, Veronika Decide Morrer aborda em linhas não tão profundas o vazio existencial no interior dos humanos.
Veronika é uma mulher de 28 anos que possui uma vida estável. Porém, em um arroubo de tristeza e vazio, decide que o término da vida é o caminho mais favorável do que uma existência sem sentido.
Mesmo que a obra de Paulo Coelho seja vista com maus olhos por parte dos leitores, há boa sustentação na cena de abertura da produção, apresentando um monólogo da personagem central sobre a sociedade contemporânea. Mas basta a personagem passar por sua experiência de quase morte e despertar em uma instituição que todo potencial de uma trama mais densa é diluída.
A construção do enredo mantém-se ao redor das análises que a personagem tem com um psicólogo e de sua compressão - e atração - por outro interno, que emudeceu desde que sobreviveu ao acidente que matou sua namorada.
Mais infeliz do que uma trama rasa é aquela que procura explicitamente um fundo moralizante, passando uma mensagem explícita e óbvia ao público em seu final. E as cenas que fecham essa produção, com direito a amanhecer e mensagem positiva chegam a tocar o patético.



Os Mercenários (The Expendables)

Dir. Sylvester Stallone


As produções de ação da década de 80 obliteraram seus astros, não deixando nenhum incólume pelo tempo. Até mesmo o mais plural deles, Bruce Willis, há tempos não consegue conquistar bom espaço na bilheteria ou estrelar filmes que, de fato, primem pela qualidade.
Sylvester Stallone sabe que sua fama é uma relíquia. Seus personagens são uma página virada na história cinematográfica que hoje visa heróis humanos que sangram e demonstram esforço para conquistar seus ganhos.
Mas Sly, um apelido tradicional do ator, tem conhecimento de que seu estilo de cinema, mesmo que fora de seu auge, atraí grande público. Pois é uma das traduções do significado do cinema pipoca. Em nenhum outro estilo pode-se ver explosões, tiros e ação descerebrada sem nenhum tipo de preocupação.
Reunindo medalhões contemporâneos e astros passados, Os Mercenários traz melhor da definição dos cinema dos brutalhões: uma trama rasteira, ação do começo ao fim e o rosto intocável e torto que só Stallone tem.
Apresentando um grupo de mercenários que realizam qualquer tipo de missão, desde que bem paga, a equipe é contratada para derrubar o general Garza, ditador da ilha de Vilena no Golfo – motivo pelo qual Stallone veio ao Brasil. O fiapo de história, envolvida no maniqueísmo personagens bons e personagens muito maus, é apenas motivo para as cenas de ação.
Apesar do bom bale nas coreografias, os efeitos especiais não são tão completos, muitas vezes fazendo com que o sangue soe artificial demais, embora não cause tantos danos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

[Notícia] A Sétima Temporada de House M.D. (6)

David Shore, a mente criativa por trás da série, deu uma entrevista ao site Fancast sobre a sétima temporada, informou o site brasileiro Omelete.

Seus comentários evidenciam o desfecho da sexta temporada - portanto, eis aqui o ponto de parar sua leitura caso não tenha acompanhado a final do sexto ano.

Quem está temeroso que o relacionamento de House com Cuddy transforme o médico, cujo ponto de destaque sempre foi sua alma dilacerada e miserável, Shore elucida que o romance não mudará sua personalidade, "House ainda é o mesmo sacana de sempre".

O site afirma também que, de acordo com o produtor, a relação dos dois esquentará a partir do primeiro episódio da série.

A série volta as telas nos Estados Unidos dia 20 de Setembro e o blog irá fazer a cobertura com uma resenha sobre o episódio. Até lá os comerciais de tevê não param de ser lançados. Eis o oitavo spot divulgado, que enfatiza o relacionamento do casal durante os anos da série.





quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mental, Primeira Temporada

Os enigmas da mente enganam até uma série a seu respeito

Primeira série produzida inteiramente pela Fox Internacional, investindo em conteúdo produzido em outros países, Mental pretende ampliar o ambiente conhecido de uma série hospitalar. Mostrando-a pelo âmbito da mente, a psicologia e a psiquiatria, espectro ainda não difundido como tema central em outra série.

Composta apenas de treze episódios em sua única temporada, a série apresenta o Dr. Jack Gallagher, novo chefe da psiquiatria do Wharton Memorial Hospital, e sua maneira não usual de tratar os pacientes.

Seguindo a risca a cartilha atual de se produzir uma série, sua personagem compõe-se como um perito na área. Mais desenvolvido, hábil e capaz do que seus antecessores. Característica que vem sendo crucial para se criar personagens-chave nas séries contemporâneas.

Apresentando dois pacientes por episódio, um deles atendido por Jack e outro apoiado por sua equipe, a série conduz-se de maneira tradicional, apontando possíveis diagnósticos e buscando o início da cura. A procura de mais imersão na doença mental dos pacientes, a produção se utiliza de efeitos mal colocados, situando o público em sensações de pânico, medo e outros temores que não funcionam tão bem.

Ainda que os casos apresentados tenham bom potencial dramático, apenas três ou quatro episódios farão bom uso de toda sua carga. Com uma trama que sustente-se e apresente bons ganchos.

A figura de Jack Gallagher não é de grande ajuda quando se fala de credibilidade. A interpretação de Chris Vance é composta por carisma excessivo. Produzindo um médico que tenta ser naturalmente amigável mas, com tantos sorrisos, parece descompassado. Não bastando parte de uma caracterização estranha, Gallagher possui uma irmã gêmea esquisofrenica que, durante a série, está perdida pelas ruas de Los Angeles e, eventualmente, liga para o irmão.

A fundamentação de aspectos comuns em um enredo não espetacular resulta em uma série sem nenhum bom chamariz, ainda que a imagem de abertura, a testa da personagem com um zíper, seja bem elaborada e sugira uma série de qualidade.

Em um momento onde muitas séries transbordam criatividade, falhar nesse quesito é chegar inevitavelmente em seu cancelamento, fato que aconteceu com Mental. Se há, ao menos, um fato positivo, é a afirmação de que as afiliadas da Fox são capazes de produzir séries com uma boa qualidade técnica e que um acerto pode surgir futuramente.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Semana em Filmes (08 a 14 de Agosto)


Encontro de Casais (Couples Retreat)

Dir. Peter Billingsley



Comumente produções de comédia retratam o casamento como um evento mal escolhido, cuja química conflituosa dos amantes os coloca em situações problemáticas e potencialmente cômicas, com possibilidades de gerar brigar e, evidentemente, um reatar feliz.
Encontro de Casais não poderia estar fora de nicho. Comédia escrita pelo ator normalmente eficiente Vince Vaughn e pelo ator / diretor Jon Favreau – alguém que, mesmo confirmando certo talento na direção de Zathura e Homem de Ferro tenho a tendência a crer que mais tem sorte do que, de fato, talento nato – a trama reúne quatro casais que, em favor a um deles, prestes a romper, tiram férias em um retiro exclusivo cuja intenção é renovar o amor dos amantes. Porém, como rege a cartilha, quando chegam no local se vêem presos em um ambiente rígido, repleto de regras sem nenhuma diversão.
Bem inferior as comédias do gênero, poucas piadas encontram seu timming na tela. Nem mesmo o verborrágico Vaughn, sempre motivo de risos em seus filmes, consegue se salvar como o único marido que, ainda, acredita no casamento.
O único divertimento é um professor de Yoga afetado que surge no meio do enredo e, mesmo sendo um clichê completo, é capaz de fazer rir. Porém, até mesmo os momentos estúpidos e deliciosos de enredos desse tipo relembram outras produções. Afinal, não é tão novo assim um filme que faça uma batalha do jogo Guitar Hero ou semelhantes para definir uma aposta ou mostrar quem é o melhor. Até a juvenil Gossip Girl já se aproveitou do mote.



Os Homens Que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats)

Dir. Grant Heslov


Bob Wilton é um jornalista que, abandonado pela esposa, faz o que todo homem sensato deveria fazer: vai até a guerra mostrar que é capaz de ser corajoso. Em sua estadia no Kuwait conhece Lyn Cassady, homem que reconhece pelo nome por uma entrevista que fez ao jornal em que trabalhava onde o entrevistado afirma que Cassady é capaz de matar uma cabra apenas com o poder da mente. Sua peculiar habilidade seria oriunda de um setor especial do exército americano dedicado a estudos psíquicos, cuja principal arma contra a guerra é pregar a paz pela indução mental.
Com ingredientes precisos de loucura, genialidade e bizarrice narrativa, Os Homens Que Encaravam Cabras tem o requinte ideal para ser uma produção dos Irmãos Coen. Cuja habilidade para narrar o impossível é inegável.
Porém, apesar de todos os elementos exposto, a principal ausência notável é, justamente, não ser uma produção da dupla. Embora carregue um estilo de narrativa tão pitoresco, até mesmo com o astro George Clooney como um dos encaradores de cabra, falta por trás das câmeras a mão mais habilidosa para conduzir trama tão absurda e potencialmente engraçada.
A direção ficou a cargo de Grant Heslov, roteirista de Boa Noite, Boa Sorte mas que, na direção, não apresenta a mesma boa forma do roteiro que concorreu ao Oscar. Tratando-se de elenco conhecido dos irmãos, trama semelhante, é inevitável a comparação. E a sensação evidente que uma pérola absurda como essa ficaria mais bem contada nas mãos dos irmãos inusitados.
Mas infelizmente, não foi. Resultando em um filme com bons momentos non sense mas com uma conclusão que demonstra a falta de planejamento em se narrar uma história com elementos muito dissonantes.


Vício Frenético (Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans)

Dir. Werner Herzog



Afirmado pelo seu diretor Werner Herzog, Vício Frenético não é uma regravação, e sim uma recriação da história produzida em 1992 dirigida por Abel Ferrara com Harvey Keitel no papel principal.
A ação muda-se de Nova York, para o Porto de Nova Orleans, em meados do furacão Katrina. Promovido após salvar um detento de um afogamento, o detetive Terence McDonagh se torna o mal tenente do título original.
Interpretado por um Nicolas Cage menos afetado do que de costume, sua personagem não envergonha como vem sido decorrendo em suas produções. Porém não apresenta o grau de brilhantismo que alguns veículos afirmaram.
Fato é que embora a trama original seja considerada crua e angustiante, sua releitura não consegue realizar o mesmo. Cage parece mais perdido do que sua personagem que deveria estar em seus limites, como um policial corrupto e drogado. A trama esboça-se em um assassinato de uma família de africanos mas parece não orientar-se direito, sem saber se foca a investigação ou a personagem decadente. Não bastando tal sensação comum, Eva Mendes aparece nas telas como mais uma mulher fatal, acrescentando mais uma mesma personagem para sua coleção.
Mais do que figurar mais uma personagem insossa é declamar meu espanto de que Nicholas Kim Copolla, mais conhecido como seu nome artístico, já foi um de meus astros preferidos, em uma época em que apresentou boas tramas e atuações ao menos corretas. Hoje, cada produção que vejo, com a exceção de Kic-Ass, em que Cage está muito bem como Big Daddy, pergunto-me em que caminho o ator errou e perdeu os conceitos básicos de interpretação.


Cujo (Stephen´s King Cujo)

Dir. Lewis Teague


O prolífico escritor Stephen King é um adorável homem cujo prazer é galgar elementos comuns na vida de todos e transforma-los de uma maneira doentia, ao ponto de nunca mais vermos tais objetos com os mesmo olhos.
Trabalhando sempre com os melhores elementos que consagram o gênero de terror, King transforma um belo cão São Bernardo em uma máquina de fúria ao ser picada por um morcego e, aparentemente, contrair raiva.
Comum nas história do autor, dois núcleos diferentes são trabalhados na trama: a família Trenton, composta pelo menino Tad, que todas as noites checa seu quarto com medo de monstros e família do mecânico Joe, dona do pacífico cachorro. As linhas narrativas se cruzaram e o pacífico cachorro entrará em confronto com a família.
King explora toda a imprevisibilidade de um animal irracional raivoso e consegue extrair boas doses de tensão disso. Criando um animal bestial que com força bruta destrói o que vê pela frente.
A produção é antiga e sua climática poderia ser mais adequada para dar o tom que o filme requer. Mas, mesmo assim, o resultado é bom e pode transformar sua maneira de olhar para São Bernardos.