segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Semana em Filmes (08 a 14 de Agosto)


Encontro de Casais (Couples Retreat)

Dir. Peter Billingsley



Comumente produções de comédia retratam o casamento como um evento mal escolhido, cuja química conflituosa dos amantes os coloca em situações problemáticas e potencialmente cômicas, com possibilidades de gerar brigar e, evidentemente, um reatar feliz.
Encontro de Casais não poderia estar fora de nicho. Comédia escrita pelo ator normalmente eficiente Vince Vaughn e pelo ator / diretor Jon Favreau – alguém que, mesmo confirmando certo talento na direção de Zathura e Homem de Ferro tenho a tendência a crer que mais tem sorte do que, de fato, talento nato – a trama reúne quatro casais que, em favor a um deles, prestes a romper, tiram férias em um retiro exclusivo cuja intenção é renovar o amor dos amantes. Porém, como rege a cartilha, quando chegam no local se vêem presos em um ambiente rígido, repleto de regras sem nenhuma diversão.
Bem inferior as comédias do gênero, poucas piadas encontram seu timming na tela. Nem mesmo o verborrágico Vaughn, sempre motivo de risos em seus filmes, consegue se salvar como o único marido que, ainda, acredita no casamento.
O único divertimento é um professor de Yoga afetado que surge no meio do enredo e, mesmo sendo um clichê completo, é capaz de fazer rir. Porém, até mesmo os momentos estúpidos e deliciosos de enredos desse tipo relembram outras produções. Afinal, não é tão novo assim um filme que faça uma batalha do jogo Guitar Hero ou semelhantes para definir uma aposta ou mostrar quem é o melhor. Até a juvenil Gossip Girl já se aproveitou do mote.



Os Homens Que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats)

Dir. Grant Heslov


Bob Wilton é um jornalista que, abandonado pela esposa, faz o que todo homem sensato deveria fazer: vai até a guerra mostrar que é capaz de ser corajoso. Em sua estadia no Kuwait conhece Lyn Cassady, homem que reconhece pelo nome por uma entrevista que fez ao jornal em que trabalhava onde o entrevistado afirma que Cassady é capaz de matar uma cabra apenas com o poder da mente. Sua peculiar habilidade seria oriunda de um setor especial do exército americano dedicado a estudos psíquicos, cuja principal arma contra a guerra é pregar a paz pela indução mental.
Com ingredientes precisos de loucura, genialidade e bizarrice narrativa, Os Homens Que Encaravam Cabras tem o requinte ideal para ser uma produção dos Irmãos Coen. Cuja habilidade para narrar o impossível é inegável.
Porém, apesar de todos os elementos exposto, a principal ausência notável é, justamente, não ser uma produção da dupla. Embora carregue um estilo de narrativa tão pitoresco, até mesmo com o astro George Clooney como um dos encaradores de cabra, falta por trás das câmeras a mão mais habilidosa para conduzir trama tão absurda e potencialmente engraçada.
A direção ficou a cargo de Grant Heslov, roteirista de Boa Noite, Boa Sorte mas que, na direção, não apresenta a mesma boa forma do roteiro que concorreu ao Oscar. Tratando-se de elenco conhecido dos irmãos, trama semelhante, é inevitável a comparação. E a sensação evidente que uma pérola absurda como essa ficaria mais bem contada nas mãos dos irmãos inusitados.
Mas infelizmente, não foi. Resultando em um filme com bons momentos non sense mas com uma conclusão que demonstra a falta de planejamento em se narrar uma história com elementos muito dissonantes.


Vício Frenético (Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans)

Dir. Werner Herzog



Afirmado pelo seu diretor Werner Herzog, Vício Frenético não é uma regravação, e sim uma recriação da história produzida em 1992 dirigida por Abel Ferrara com Harvey Keitel no papel principal.
A ação muda-se de Nova York, para o Porto de Nova Orleans, em meados do furacão Katrina. Promovido após salvar um detento de um afogamento, o detetive Terence McDonagh se torna o mal tenente do título original.
Interpretado por um Nicolas Cage menos afetado do que de costume, sua personagem não envergonha como vem sido decorrendo em suas produções. Porém não apresenta o grau de brilhantismo que alguns veículos afirmaram.
Fato é que embora a trama original seja considerada crua e angustiante, sua releitura não consegue realizar o mesmo. Cage parece mais perdido do que sua personagem que deveria estar em seus limites, como um policial corrupto e drogado. A trama esboça-se em um assassinato de uma família de africanos mas parece não orientar-se direito, sem saber se foca a investigação ou a personagem decadente. Não bastando tal sensação comum, Eva Mendes aparece nas telas como mais uma mulher fatal, acrescentando mais uma mesma personagem para sua coleção.
Mais do que figurar mais uma personagem insossa é declamar meu espanto de que Nicholas Kim Copolla, mais conhecido como seu nome artístico, já foi um de meus astros preferidos, em uma época em que apresentou boas tramas e atuações ao menos corretas. Hoje, cada produção que vejo, com a exceção de Kic-Ass, em que Cage está muito bem como Big Daddy, pergunto-me em que caminho o ator errou e perdeu os conceitos básicos de interpretação.


Cujo (Stephen´s King Cujo)

Dir. Lewis Teague


O prolífico escritor Stephen King é um adorável homem cujo prazer é galgar elementos comuns na vida de todos e transforma-los de uma maneira doentia, ao ponto de nunca mais vermos tais objetos com os mesmo olhos.
Trabalhando sempre com os melhores elementos que consagram o gênero de terror, King transforma um belo cão São Bernardo em uma máquina de fúria ao ser picada por um morcego e, aparentemente, contrair raiva.
Comum nas história do autor, dois núcleos diferentes são trabalhados na trama: a família Trenton, composta pelo menino Tad, que todas as noites checa seu quarto com medo de monstros e família do mecânico Joe, dona do pacífico cachorro. As linhas narrativas se cruzaram e o pacífico cachorro entrará em confronto com a família.
King explora toda a imprevisibilidade de um animal irracional raivoso e consegue extrair boas doses de tensão disso. Criando um animal bestial que com força bruta destrói o que vê pela frente.
A produção é antiga e sua climática poderia ser mais adequada para dar o tom que o filme requer. Mas, mesmo assim, o resultado é bom e pode transformar sua maneira de olhar para São Bernardos.


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