Tá Chovendo Hamburguer (Cloudy with a Chance of Meatballs)
Dir. Chris Miller e Phil Lord
Em uma cidadezinha escondida debaixo do A do mapa Atlântico chamada Boca da Maré, vive Flint Lockwood. Um jovem cientista, zombado desde a infância por seu intelecto e que sonha criar uma invenção que comprove que seu estilo desajustado não deve ser agredido. Quando sua cidade, especialista em comércio de sardinha, passa por uma crise, prestes a falir, o jovem cientista cria uma máquina revolucionária que transforma água em comida. E a partir dela se torna tanto o herói da cidade como o futuro causador de problemas quando seu aparelho sai fora de controle.
É com uma trama nada surpreendente, voltada para o público juvenil e calcada na nova tecnologia em terceira dimensão que Tá Chovendo Hamburger tenta conquistar o público. Sua personagem central, o carismático Flint, é um bom personagem, engraçado na medida certa e com força para sustentar o argumento da ação. Porém, ainda que boa parte da trama funcione, o final que escorrega no senso comum de um objeto que sai fora do controle tira também uma boa idéia de cena.
O melhor ponto da produção é não demorar para desenrolar sua ação. Cria-se logo nos minutos iniciais a problemática e a tal máquina de fazer chover comida, dando tempo para que todo prestígio e queda da personagem principal seja apresentada no tempo certo.
Mas infelizmente mesmo sendo projetado para ser apenas uma trama divertida, a produção não consegue ser tão interessante como prometia seu trailer.
Cativeiro (Captivity)
Dir. Roland Joffé
Filmes de terror que não tem diversão, fazem do expectador um bobão. Trazendo o mesmo roteiro repleto de formulas cansadas que não produzem nenhum efeito impactante. Sendo tão previsível, que nem fazem uso apelativo do mundo as avessas do terror, como explorado na crítica do filme Pacto Secreto.
Com uma produção dividida entre Estados Unidos e a Rússia (não me perguntem o porque disso), Cativeiro traz a bela e muito ordinária Elisha Cuthbert – cuja única personagem famosa foi ser a filha problema de Jack Bauer em 24 Horas – como uma modelo bem sucedida com uma carreira invejada que é seqüestrada por um anônimo que a mantém em um cativeiro filmado. Enfrentando a obsessão de seu captor, ficando até mesmo em uma prisão de areia, a modelo tenta sair de sua prisão e descobre que não está sozinha na empreitada.
Em uma tentativa que falha bruscamente, a trama tenta mesclar diversos elementos de gêneros distintos. Quase se esgueira nos filmes que usam a tortura explícita para enojar o público, ruma para uma investigação policial quando a modelo é tida como desaparecida, tenta criar um perfil para o maníaco que a capturou mas erra em todas as tentativas, não produzindo nada que funcione bem.
Estranhamente, o diretor dessa pérola sem graça é Rolland Joffé, responsável pelos bons A Missão e Os Gritos de Silêncio, sendo possível imaginar a quem o diretor devia uma grana para ter de rodar esse longa metragem. É uma dessas produções que gosto de recomendar como fujam ou assistam por sua conta e risco.
Toy Story 3 (Toy Story 3)
Dir. Lee Unkrich
Rever uma produção recentemente assistida é constatar ou seu brilhantismo óbvio ou a ilusão de que, na primeira vez, ela foi capaz de enganar e na segunda não mais consegue. Após duas semanas de estréia de Toy Story 3, em que já teci diversos comentários sobre a produção em sua estréia, devo apenas confirmar que a produção é incrível.
A trama imaginada por John Lasseter e escrita por Michael Arndt, o mesmo roteirista de Pequena Miss Sunshine é, provavelmente, o candidato a levar a estatueta de melhor animação no próximo Oscar e, como a Academia agora contempla dez filmes na seleção de Melhor Filme, ouso dizer que a produção tem cacife necessário para situar-se entre as selecionadas.
Mesmo em uma segunda exibição, as personagens continuam sendo engraçadas, em destaque para o sempre desastrado dinossauro Rex, e comoventes, como todo o movimento final que fecha a história dos brinquedos.
Sem dúvida a primeira produção do ano que merece com louvor a nota máxima.
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