Dir. Kevin Smith
Kevin Smith é um diretor e roteirista superestimado. Falo isso, não só por ter assistido boa parte de seus filmes, mas também por conhecer seus roteiros para quadrinhos. Ambos possuem suas fases, seus momentos, mas não são bons como um todo.
Por sorte, em um ambiente como Hollywood em que astros se levam a sério de mais, Smith sabe tirar uma onda de si. Quando lançou O Balconista 2 brincou com o fracasso de seu filme-família Menina Dos Olhos (que não é tão ruim assim) e como bom nerd de carteirinha, recentemente, em uma convenção de Cinema e Quadrinhos resumiu em poucos minutos todo o significado do filme Crepúsculo.
Pagando Bem, Que Mal Tem? Mantém o estilo do cineasta desde a época de suas produções independentes. A história de dois amigos que, para ganhar uma grana, resolvem fazer um pornô é repleta de referências nerds, diálogos afiados e palavrões que marcam o estilo do roteirista.
Em uma trama tão despretensiosa, seu texto e sua direção flui bem como nunca. E a presença do mais novo ator queridinho da comédia Seth Rogen – que ainda acho que é bem melhor ator do que roteirista – mantém elevado o nível de bobagem dessa produção. Ou seja, cumprindo o seu papel como nunca.
Um bom fator positivo nos roteiros de Smith é que seu desenlace nunca é demorado. Suas personagens não contornam milhões de vezes a mesma situação para declarar seu amor ou abandonar a família. São diretos e, mesmo abismalmente xucros, conseguem ser sensíveis no momento certo da trama, corrompendo os clichês e economizando tempo que se desgastaria nas mãos de outros roteiristas mais voltados para o entretenimento família.
A produção ao ser lançada nos cinemas americanos não chegou a agradar por causa do seu conteúdo, parte do título original foi até limado ao ser vendido para outros países. Mas, francamente, quanta bobagem politicamente correta. E, como diz a personagem de Rogen no filme, "a pornografia é algo comum hoje em dia, como Coca Cola, Pepsi". Seria altamente cruel se não fosse engraçado e real.
Charlie - Um Grande Garoto (Charlie Bartlett)
Dir. Jon Poll
Por sorte, em um ambiente como Hollywood em que astros se levam a sério de mais, Smith sabe tirar uma onda de si. Quando lançou O Balconista 2 brincou com o fracasso de seu filme-família Menina Dos Olhos (que não é tão ruim assim) e como bom nerd de carteirinha, recentemente, em uma convenção de Cinema e Quadrinhos resumiu em poucos minutos todo o significado do filme Crepúsculo.
Pagando Bem, Que Mal Tem? Mantém o estilo do cineasta desde a época de suas produções independentes. A história de dois amigos que, para ganhar uma grana, resolvem fazer um pornô é repleta de referências nerds, diálogos afiados e palavrões que marcam o estilo do roteirista.
Em uma trama tão despretensiosa, seu texto e sua direção flui bem como nunca. E a presença do mais novo ator queridinho da comédia Seth Rogen – que ainda acho que é bem melhor ator do que roteirista – mantém elevado o nível de bobagem dessa produção. Ou seja, cumprindo o seu papel como nunca.
Um bom fator positivo nos roteiros de Smith é que seu desenlace nunca é demorado. Suas personagens não contornam milhões de vezes a mesma situação para declarar seu amor ou abandonar a família. São diretos e, mesmo abismalmente xucros, conseguem ser sensíveis no momento certo da trama, corrompendo os clichês e economizando tempo que se desgastaria nas mãos de outros roteiristas mais voltados para o entretenimento família.
A produção ao ser lançada nos cinemas americanos não chegou a agradar por causa do seu conteúdo, parte do título original foi até limado ao ser vendido para outros países. Mas, francamente, quanta bobagem politicamente correta. E, como diz a personagem de Rogen no filme, "a pornografia é algo comum hoje em dia, como Coca Cola, Pepsi". Seria altamente cruel se não fosse engraçado e real.
Charlie - Um Grande Garoto (Charlie Bartlett)
Dir. Jon Poll
Raramente sou levado pelas críticas a assistir um filme porque muitos teceram elogios a respeito. Porém, Charlie – Um Grande Garoto, mais de uma vez, foi recomendado como um filme diferente dos comuns sobre adolescentes diferentes.
Ainda que a premissa do filme seja interessante, narrando a história de Charlie, um garoto que não tem amor na família e faz tudo para aparecer na escola – desde falsificar profissionalmente carteiras de motorista para menores a receitar drogas usada por psiquiatras – a produção nitidamente tenta seguir o roteiro de uma produção alternativa.
Como principal escalam um ator desconhecido mas carismático, chamam um ator famoso para um dos personagens centrais, misturam elementos que beiram a estranheza ou a genialidade e crêem que nesse caldo a formula está perfeita.
O conceito poderia ser interessante, como diversas produções, afinal, o inferno está cheio de boas intenções. Mas se perde tentando dar essa aura de alternativo de uma maneira um tanto quanto exagerada.
Se o enredo focasse mais no drama do garoto que precisa de atenção e se esforça de qualquer maneira para aparecer mas de uma maneira mais simples, o resultado poderia ser melhor. Mas, nesse caso, é apenas suposição.
Ainda que a premissa do filme seja interessante, narrando a história de Charlie, um garoto que não tem amor na família e faz tudo para aparecer na escola – desde falsificar profissionalmente carteiras de motorista para menores a receitar drogas usada por psiquiatras – a produção nitidamente tenta seguir o roteiro de uma produção alternativa.
Como principal escalam um ator desconhecido mas carismático, chamam um ator famoso para um dos personagens centrais, misturam elementos que beiram a estranheza ou a genialidade e crêem que nesse caldo a formula está perfeita.
O conceito poderia ser interessante, como diversas produções, afinal, o inferno está cheio de boas intenções. Mas se perde tentando dar essa aura de alternativo de uma maneira um tanto quanto exagerada.
Se o enredo focasse mais no drama do garoto que precisa de atenção e se esforça de qualquer maneira para aparecer mas de uma maneira mais simples, o resultado poderia ser melhor. Mas, nesse caso, é apenas suposição.
2012 (2012)
Dir. Roland Emmerich
É certo que a maioria dos diretores, não importando seu calibre possui seus maneirismos. Federico Fellini ficou conhecido por seu exagero e bizarrice ao criar cenários e cenas, Steven Spielberg sempre ameniza seus roteiros sem finais trágicos, Michael Bay é conhecido por suas explosões e Roland Emmerich é um homem obsessivo por destruir o mundo.
Em um cenário hipotético é provável imaginarmos o diretor ainda criança destruindo todos os seus brinquedos para, feliz, conseguir brincar. Já que o prazer em reproduzir grandes destruições em seus filmes é inegável e atinge seu ápice em 2012.
Se o diretor foi responsável por um clássico dos filmes catástrofes chamado Independence Day, onde os americanos mostravam sua superioridade perante os alienígenas com direto a divertida cena em que Will Smith acaba com um alien no chute, e um máximo da ficção cientifica com Jean-Claude Van Damme, Soldado Universal, também possui seus momentos estranhos como Godzilla, responsável por enterrar a carreira de Matthew Broderick e 10.000 AC, tentando criar um herói primordial.
Se seu filme anterior de catástrofe, O Dia Depois do Amanhã era inconstante mas divertia, afinal, o mundo ia acabar e tudo começava rápido, a longa duração de 2012 faz com que a produção agonize diversos e diversos minutos de dramáticos embates, de diversos núcleos até que a ação em si, a destruição que tanto queremos ver, apareça.
Mesmo com o mundo prestes a entrar em colapso, há tempo para ligar para família, discutir a relação sem nenhum problema. As montanhas de lava, o chão se rachando ou a grande onda podem esperam um momento tocante antes da morte.
Como é de se prever, tudo dá certo para as personagens principais. O avião passa enquanto dois prédios quase caem, na rua que eles fazem a curva o chão não se abre ao meio, mas levanta-se provocando uma ponte que facilitará o acesso para fugir.
Sem contar o numero de personagens clichês que se somam. O pai ausente, o político que quer seguir o protocolo e se torna malvado, o presidente que decide ficar com a população, o louco que já previa a destruição quando ainda usava fraldas, alguém desconhecido que terá piedade de nossos audaciosos personagens.
A trama é longa, se arrasta tempo demais voltando-se para um drama que não deveria existir em um filme catástrofe e finaliza, como em outros filmes do diretor, com aquele senso moralista que deve deixar Emmerich, e só ele, com um sorrisão feliz no rosto.
Se o mundo acabar em 2012, tivemos o desprazer de assistir essa produção que de tão ruim parece kitch, mas que tem enchido os bolsos da produtora e do diretor. Mas, afinal, resta saber se terão tempo de gastar tanta verba se o mundo voltar ao pó de onde viemos.
Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's)
Dir. Blake Edwards
Há um viés da critica, no qual concordo plenamente, que certas produções ganha sua força ao produzir no espectador uma ruptura, como uma sensação desagradável. Causar um impacto que impressione e assim firme seu argumento deixando com que o mesmo telespectador reflita a respeito.
Inevitavelmente, filmes assim produzem um vazio após assistirmos e, conforme passa o tempo e a reflexão, vamos preenchendo-o e compreendendo melhor o conflito que assistimos na tela.
A partir disso, é necessário quebrar a sensação que muitos tem de que Bonequinha de Luxo é um filme bonitinho e agradável. É um drama, intenso, baseado no livro do maravilhoso escritor Truman Capote e, com toda sua sutil ironia e melancolia, conta a história da garota Holly Golightly, uma garota que vai para Hollywood com o intuito de se tornar atriz.
Embora a trama possua contornos românticos, devido a personagem de Paul "Fred" Varjak, a história de Holly é, aos poucos, apresentada ao público. Uma garota que é personagem de si mesma e se revela no decorrer da história, como pétalas que caem.
Cada revelação amplifica a profundade da história e da vazão a uma reflexão fulminante sobre o vazio das personagens, o vazio dos seres humanos. Algo inevitável de se pensar em uma trama de Truman Capote.
O titulo original do filme, que também o abre, alude a um sentimento de Holly, que quando fica triste, vai até a loja de jóias Tiffany e observa sua vitrine. Ainda que sem a tradução literal, o titulo brasileiro mantém a delicadeza e ambigüidade que a história requer.
Bonequinha de Luxo já foi lançado diversas vezes no Brasil. Possui uma versão especial e está em, pelo menos, três caixas com os filmes de Audrey Hepburn.
A produção, baseada na obra de Truman Capote, é bem diferente do livro, omitindo alguns detalhes da personagem, para se adequar melhor a Hepburn e também do personagem Fred que, no livro, é alter-ego do próprio Capote.
Em um cenário hipotético é provável imaginarmos o diretor ainda criança destruindo todos os seus brinquedos para, feliz, conseguir brincar. Já que o prazer em reproduzir grandes destruições em seus filmes é inegável e atinge seu ápice em 2012.
Se o diretor foi responsável por um clássico dos filmes catástrofes chamado Independence Day, onde os americanos mostravam sua superioridade perante os alienígenas com direto a divertida cena em que Will Smith acaba com um alien no chute, e um máximo da ficção cientifica com Jean-Claude Van Damme, Soldado Universal, também possui seus momentos estranhos como Godzilla, responsável por enterrar a carreira de Matthew Broderick e 10.000 AC, tentando criar um herói primordial.
Se seu filme anterior de catástrofe, O Dia Depois do Amanhã era inconstante mas divertia, afinal, o mundo ia acabar e tudo começava rápido, a longa duração de 2012 faz com que a produção agonize diversos e diversos minutos de dramáticos embates, de diversos núcleos até que a ação em si, a destruição que tanto queremos ver, apareça.
Mesmo com o mundo prestes a entrar em colapso, há tempo para ligar para família, discutir a relação sem nenhum problema. As montanhas de lava, o chão se rachando ou a grande onda podem esperam um momento tocante antes da morte.
Como é de se prever, tudo dá certo para as personagens principais. O avião passa enquanto dois prédios quase caem, na rua que eles fazem a curva o chão não se abre ao meio, mas levanta-se provocando uma ponte que facilitará o acesso para fugir.
Sem contar o numero de personagens clichês que se somam. O pai ausente, o político que quer seguir o protocolo e se torna malvado, o presidente que decide ficar com a população, o louco que já previa a destruição quando ainda usava fraldas, alguém desconhecido que terá piedade de nossos audaciosos personagens.
A trama é longa, se arrasta tempo demais voltando-se para um drama que não deveria existir em um filme catástrofe e finaliza, como em outros filmes do diretor, com aquele senso moralista que deve deixar Emmerich, e só ele, com um sorrisão feliz no rosto.
Se o mundo acabar em 2012, tivemos o desprazer de assistir essa produção que de tão ruim parece kitch, mas que tem enchido os bolsos da produtora e do diretor. Mas, afinal, resta saber se terão tempo de gastar tanta verba se o mundo voltar ao pó de onde viemos.
Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's)
Dir. Blake Edwards
Há um viés da critica, no qual concordo plenamente, que certas produções ganha sua força ao produzir no espectador uma ruptura, como uma sensação desagradável. Causar um impacto que impressione e assim firme seu argumento deixando com que o mesmo telespectador reflita a respeito.
Inevitavelmente, filmes assim produzem um vazio após assistirmos e, conforme passa o tempo e a reflexão, vamos preenchendo-o e compreendendo melhor o conflito que assistimos na tela.
A partir disso, é necessário quebrar a sensação que muitos tem de que Bonequinha de Luxo é um filme bonitinho e agradável. É um drama, intenso, baseado no livro do maravilhoso escritor Truman Capote e, com toda sua sutil ironia e melancolia, conta a história da garota Holly Golightly, uma garota que vai para Hollywood com o intuito de se tornar atriz.
Embora a trama possua contornos românticos, devido a personagem de Paul "Fred" Varjak, a história de Holly é, aos poucos, apresentada ao público. Uma garota que é personagem de si mesma e se revela no decorrer da história, como pétalas que caem.
Cada revelação amplifica a profundade da história e da vazão a uma reflexão fulminante sobre o vazio das personagens, o vazio dos seres humanos. Algo inevitável de se pensar em uma trama de Truman Capote.
O titulo original do filme, que também o abre, alude a um sentimento de Holly, que quando fica triste, vai até a loja de jóias Tiffany e observa sua vitrine. Ainda que sem a tradução literal, o titulo brasileiro mantém a delicadeza e ambigüidade que a história requer.
Bonequinha de Luxo já foi lançado diversas vezes no Brasil. Possui uma versão especial e está em, pelo menos, três caixas com os filmes de Audrey Hepburn.
A produção, baseada na obra de Truman Capote, é bem diferente do livro, omitindo alguns detalhes da personagem, para se adequar melhor a Hepburn e também do personagem Fred que, no livro, é alter-ego do próprio Capote.
De qualquer maneira é uma daquelas produções imprescindíveis para o cinema. Deixando-nos com aquela sensação desagradável e impressionados ao mesmo tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário