quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ghost Whisperer, Primeira Temporada

A série que ajuda fantasmas nem assusta, nem emociona.


A boa safra de séries que surgiram desde 2001 nos Estados Unidos é pauta sempre presente nas análises sobre séries. Antes desse período, na década de noventa, são poucas as séries que se tornaram marcos e vivem até hoje com excelência.

Mas foi no inicio dos anos dois mil, na virada do século, que o cinema começou a perder um pouco de força que se concentrou em bons argumentos para a televisão americana, que passava por um momento de marasmo. Por isso que, quase sempre, é necessário enfatizar que hoje se produz muitas séries nos Estados Unidos do que décadas passadas.

Muitas são genuinamente boas, outras são ruins e perdem fôlego rapidamente e são canceladas. Portanto, é dedutível que as séries que continuam até hoje defendendo-se temporada pós temporada tenha seus motivos para atrair o público e pontue diversas qualidade.

Com a exceção de Terminator: As Crônicas de Sarah Connors, série cancelada em sua segunda temporada e que, por isso, não se encaixaria nessa descrição, e Fringe, recém lançada, Ghost Whisperer foi a primeira série dessa retomada que me decepcionou.

Criada em 2005, a série surgiu acompanhada de outras com tema similar, mas mantêm-se até hoje no ar. Sua premissa é interessante e acompanha a vida de Melissa Gordon, uma mulher capaz de se comunicar com espíritos e, assim, ajuda-los a passar daqui para o mundo espiritual.

Apontado pela belíssima abertura do programa, a série se baseia na vida da médium Mary Ann Winkowski, e sua história, por episódio, é bem linear, a moda que conhecemos: o nó é apresentado antes da abertura e seu desenrolar acontece nos quatro blocos do episódio.

Impossível não sentir, na maioria dos episódios, uma imensidão de faltas. O clima dramático nunca consegue chegar a um bom ápice, assim como as partes supostamente assustadoras competem com ceninhas de filmes de terror teen, que não assustam e nem espantam.

A ambientação da série é também problemática. Melinda vive em uma pequena cidade, como ela mesma diz na abertura de cada episódio. É de se espantar a quantidade de fantasmas que não conseguem passar para o outro lado e vivem nessa cidadezinha. Soa inverossímil demais. Talvez a escolha por uma cidade grande funcionasse melhor.

Por oscilar entre o drama e o terror, a personagem interpretada por Jenniffer Love Hewitt – que, convenhamos, nunca teve muito talento dramático além de partes chamativas de seu corpo – soa deslocada. Seu universo que se divide entre os fantasmas, o marido bombeiro e uma lojinha de antiguidades, soa idílico demais com a dramaticidade exigida pela série. Há momentos em que é possível vislumbrar uma boa cena que é quebrada por cenas em que Hewitt abraça o marido e tem um momento série de romance com beijos e risinhos.

Sem contar que a temporada inteira cria, aos poucos, uma possível trama revelada só no final da mesma que poderia, muito bem, não se arrastar antecipadamente. Pois, e eis o momento em que ficamos mais bravos, os episódios finais dessa temporada são surpreendentes. O drama é suficientemente bom, há um gancho inesperado – ao menos me surpreendeu – e o resultado dessa trama é projetada para a próxima temporada. Assim, me perguntei, porque não houve o mesmo cuidado e atenção com o todo, em vez de, apenas, dar uma boa finalização para essa temporada?

Ainda que com mais chances de abandonar a série do que continuá-la, a tensão do último episódio me fará, em breve, assistir a segunda temporada. É comum que o debute de uma série seja oscilante. Quem sabe seu segundo ano explique o porque a série continua no ar até hoje iniciando sua quinta temporada. São muitos fantasmas confusos para Melinda ajudar.

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