ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DA TEMPORADA, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO A TEMPORADA, POR FAVOR.
Os lugares escuros que guardamos dentro de nós.
Se as séries televisivas americanas estão muito mais coesas e melhores do que seus filmes, Dexter, produzido pelo canal pago Showtime, é um dos exemplo dessa primazia, merecendo aplausos de pé.
Estabelencendo-se em um novo território, com roteiros inéditos, sem os livros do autor Jeff Lindsay, que, se não me engano, escreveu apenas uma trilogia sobre o assassino, engana-se quem pensa que a série perdeu sua qualidade por isso. O extenso leque de novidades aberto na terceira temporada é verossímil e coeso, acompanhando a evolução das duas temporadas anterior e acrescentando novas preocupações na vida do sedutor Dexter Morgan.
Sua evolução interna como personagem é também notável. Se no início da série, o brilhante assassino sentia-se perdido, ainda atormentado pelo seu passado, com medo de assumir seu vício de matador, hoje Dex possuí laços mais fortes. Não só viveu experiências que o fizeram se conhecer melhor – a morte do próprio irmão, a aproximação com Rita e depois seu afastamento tendo um caso e a afirmação de que tem um vício, matar – como foi capaz de compreender questões que não foram ensinadas por seu mentor e pai, Harry Morgan.
Dexter assemelha-se com uma criança, pelo aspecto de descobrir como funciona o mundo a sua volta. Primeiro portando-se como um ser recluso e percebendo, aos poucos, que mesmo preso a sua condição de matador, obrigado a fingir sua gentileza, encontra um pouco de humanidade, sendo capaz de não ser tão frio.
E o que é o acaso para um homem que controla tão bem tudo aquilo que faz? Por isso que o anuncio de um bebê prestes a chegar, logo no inicio dessa temporada, novamente, revira tudo aquilo em que Dexter acredita. Seria ele capaz de amar alguém que ele mesmo criou? Teria esse bebê a mesma sede incontrolável pela morte?
Não bastando os laços amorosos que se apertam em uma provável família, a inclusão da família Prado, em destaque do promotor Miguel, na cidade de Miami é mais um acerto dos roteiristas.
A cena em que Miguel encontra Dexter na casa do assassino de seu irmão é arrepiante. Dexter tem sua máscara jogada ao chão e, pela primeira vez, decide ter um amigo que acaba por confessar seu desejo em também matar aqueles que merecem.
Chegando em seu ápice no oitavo episódio da temporada, A Damage a Man Can Do, onde Miguel, já tendo conquistado a confiança do assassino, é convidado para matar, ao seu lado, um daqueles que merecem a morte. Os olhos espantados e encantados de Michael C. Hall nesta cena são espetaculares, de um apuro fabuloso.
Ainda que apenas concentrei-me na figura principal da trama, Dexter Morgan. Pois o universo particular da série nunca foi tão rico em boas histórias. Uma prova de que quando se programa com cuidado os passos de uma série, ela pode evoluir sem problemas – ao contrário de Heroes que ficou pior que carro alegórico quebrado em plena passarela.
A quarta temporada que estréia em setembro promete. Será Dexter capaz de ser pai e matador? Aquele capaz de gerar mas também tirar vidas?
Por fim, cabe dizer que considero a abertura da série uma das melhores atualmente, e assisto-a em todos os episódios, sem corrê-la. Acho incrível como em um minuto de apresentação podemos compreender toda a dubiedade existente na vida da personagem principal, com imagens minimalistas apontando que nem tudo é o que parece. E o desfecho da abertura, o olhar de Michael C. Hall direto para a câmera como alguém que compartilha um segredo, nos deixa vidrados, como um cúmplice desse serial killer único e cultuado.
Estabelencendo-se em um novo território, com roteiros inéditos, sem os livros do autor Jeff Lindsay, que, se não me engano, escreveu apenas uma trilogia sobre o assassino, engana-se quem pensa que a série perdeu sua qualidade por isso. O extenso leque de novidades aberto na terceira temporada é verossímil e coeso, acompanhando a evolução das duas temporadas anterior e acrescentando novas preocupações na vida do sedutor Dexter Morgan.
Sua evolução interna como personagem é também notável. Se no início da série, o brilhante assassino sentia-se perdido, ainda atormentado pelo seu passado, com medo de assumir seu vício de matador, hoje Dex possuí laços mais fortes. Não só viveu experiências que o fizeram se conhecer melhor – a morte do próprio irmão, a aproximação com Rita e depois seu afastamento tendo um caso e a afirmação de que tem um vício, matar – como foi capaz de compreender questões que não foram ensinadas por seu mentor e pai, Harry Morgan.
Dexter assemelha-se com uma criança, pelo aspecto de descobrir como funciona o mundo a sua volta. Primeiro portando-se como um ser recluso e percebendo, aos poucos, que mesmo preso a sua condição de matador, obrigado a fingir sua gentileza, encontra um pouco de humanidade, sendo capaz de não ser tão frio.
E o que é o acaso para um homem que controla tão bem tudo aquilo que faz? Por isso que o anuncio de um bebê prestes a chegar, logo no inicio dessa temporada, novamente, revira tudo aquilo em que Dexter acredita. Seria ele capaz de amar alguém que ele mesmo criou? Teria esse bebê a mesma sede incontrolável pela morte?
Não bastando os laços amorosos que se apertam em uma provável família, a inclusão da família Prado, em destaque do promotor Miguel, na cidade de Miami é mais um acerto dos roteiristas.
A cena em que Miguel encontra Dexter na casa do assassino de seu irmão é arrepiante. Dexter tem sua máscara jogada ao chão e, pela primeira vez, decide ter um amigo que acaba por confessar seu desejo em também matar aqueles que merecem.
Chegando em seu ápice no oitavo episódio da temporada, A Damage a Man Can Do, onde Miguel, já tendo conquistado a confiança do assassino, é convidado para matar, ao seu lado, um daqueles que merecem a morte. Os olhos espantados e encantados de Michael C. Hall nesta cena são espetaculares, de um apuro fabuloso.
Ainda que apenas concentrei-me na figura principal da trama, Dexter Morgan. Pois o universo particular da série nunca foi tão rico em boas histórias. Uma prova de que quando se programa com cuidado os passos de uma série, ela pode evoluir sem problemas – ao contrário de Heroes que ficou pior que carro alegórico quebrado em plena passarela.
A quarta temporada que estréia em setembro promete. Será Dexter capaz de ser pai e matador? Aquele capaz de gerar mas também tirar vidas?
Por fim, cabe dizer que considero a abertura da série uma das melhores atualmente, e assisto-a em todos os episódios, sem corrê-la. Acho incrível como em um minuto de apresentação podemos compreender toda a dubiedade existente na vida da personagem principal, com imagens minimalistas apontando que nem tudo é o que parece. E o desfecho da abertura, o olhar de Michael C. Hall direto para a câmera como alguém que compartilha um segredo, nos deixa vidrados, como um cúmplice desse serial killer único e cultuado.
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