(Halloween, 2007)
Diretor: Rob Zombie
Elenco: Malcolm McDowell, Brad Dourif, Daeg Faerch, Tyler Mane, Scout Taylor-Compton, Sheri Moon, William Forsythe, Danielle Harris, Udo Kier, Danny Trejo
Ao lado de Wes Craven, o diretor John Carpenter popularizou o Terror na década de oitenta, abusando de maníacos, personagens bizarros e histórias assustadoras. A cada geração, poucos novos filmes se destacam neste panteão do medo. A saga Jogos Mortais teve certo destaque no início, mas depois exagerou na violência gore e repetiu a si mesmo diversas vezes. Neil Marshell foi tido como promissor com Abismo do Medo, mas nunca mais entregou outra produção eficiente. Portanto, a maioria dos filmes atuais são regravações que vão repetindo as mesmas histórias, com a roupagem narrativa de hoje, nem sempre assustadora.
Em meio a esse marasmo, o músico Rob Zombie compôs uma duologia cruel sobre uma família de assassinos. Conseguindo naturalidade dentro de um grotesco, sem poupar sangue, A Casa Dos 10.000 Corpos e Rejeitados pelo Demônio destacava o talento e estilo do roqueiro, melhor que alguns diretor atuais. Motivo que lhe garantiu a possibilidade de readaptar uma famosa história de Carpenter: Halloween.
Utilizando o mesmo argumento do original, Zombie parte da infância da personagem para desenvolver sua crueldade. Insere a criança Michael Myers em um ambiente hostil com uma mãe stripper e um padrasto invalido que o odeia, a irmã adolescente que, como um jovem dessa idade, despreza qualquer coisa que não seu próprio mundo, além de uma pequenina irmã, a única por quem Myers nutre um sentimento positivo. É o primeiro ato da trama que fundamenta as motivações da personagem.
Dando um salto de trinta anos, o curto segundo ato apresenta Myers preso, configurando tudo o que foi previsto por seu psicólogo infantil, Dr. Loomis, protagonizado por Malcolm McDowell que, desde a infância do garoto, previa sua perda de laços com o mundo exterior. O terceiro ato marca a famosa fuga da personagem a procura dos sobreviventes de sua família.
Ao introduzir com escopo psicológico a infância de Myers, Zombie produz uma temerosa figura real. Ao entender suas motivações, o público contempla sensações dúbias, mesmo reconhecendo sua monstruosidade, não há como não compreendê-lo. O que não retira a potência de medo causada pela figura aficionada por se esconder atrás de máscaras, temeroso pela própria feiura.
Retocando a história sem perder os elementos clássicos, Zombie produz a regravação mais sólida oriunda da década de oitenta, que conta com releituras de Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo, Terror em Amityville, O Massacre da Serra Elétrica, que atualizaram seus conceitos para o contemporâneo sem levar em conta que o público não tem mais medo de monstros compostos na década de oitenta.
Atualizando a personagem, o diretor cria um monstro a espreita com a quantidade agressiva de violência e impossibilidades de ação para um filme de terror. O sucesso foi tanto que gerou uma sequência que, mesmo inicialmente a contra gosto, foi dirigido pelo próprio Zombie.
eu vou dar uma machadada nas suas pernas e braços retirando-os de seus torax e molestando e torturando os seus cadaveres
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