(Machine Gun Preacher, 2011)
Diretor: Marc Forster
Elenco: Gerard Butler, Michelle Monaghan, Kathy Baker, Michael Shannon, Madeline Carroll, Souleymane Sy Savane
A sétima arte tem abusado ao apresentar histórias baseadas em biografias, como se roteiristas estivem com a criatividade em baixa. A biografia cinematográfica tem se tornado um estilo, uma fórmula que se preenche apresentando a personagem central, uma transformação significativa, que, normalmente, dá o tom dramático para a trama.
Sam Childers é um homem que pode ser reconhecido facilmente por sua cara de poucos amigos e seu grupo de motoqueiros. Esteve a maior parte do tempo do lado oposto da lei, até repensar sua vida após um último assassinato, logo após de sair da cadeia.
Conhecido como o Pastor da Metralhadora, Childers se torna um missionário na África sem perder a personalidade. Ao invés de levar a palavra do Senhor e ajuda com mantimentos e construções a um povo necessitado, expõe na força o desejo de retomar o poder contra aqueles que desejam destruir seus projetos.
O homem brigão continua o mesmo, mas agora com um objetivo melhor. Encontrando na causa social um motivo para sua vida, transformando-se de um homem diletante para destaque de uma causa, ajudando crianças africanas e permanecendo no fronte contra guerrilheiros que desejam sequestrar as crianças para seus exércitos. Mais do que um ativista passivo, toma as rédeas de sua história.
Nesse ponto, sua história mesmo composta como uma fórmula produz engano. O homem bruto não mudou sua personalidade, mas sim seus vícios. O que destaca essa produção indo contra as biografias padrão que exageram nas qualidades e escondem os lugares escuros.
O título brasileiro, evidentemente, tenta pasteurizar o que este drama tenta evitar, a idéia do senso comum de transformação. Mas o equívoco não tira o potencial dessa história que provam que todos são passíveis de mudança, mesmos os mais brucutus, se assim desejam sair do meio de sua selvageria.
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